Capítulo 11

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— Vamos Tomás. — Olhei para os lados e não o vi.

— Deve estar te aguardando do lado de fora. — Adriel diz.

Ainda tonta pelo beijo que acabei de receber, dou uma leve analisada nos acompanhantes do meu esposo. A namorada dele ainda estava lá, mas parecia perdida, sem conseguir disfarçar sua reação após ver Adriel me beijar com tanto fervor. 

— Eu não sabia que você e Tomás eram tão íntimos, apesar de serem primos, pois eu não o vi comentar sobre você.

Despeja sua insatisfação e a raiva ao falar colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, com toda sua sutileza.

— Se quer fazer acusações é melhor fazermos isso em casa, não acha? — falo baixinho. — Me deixe ir, Tomás está me aguardando.

— Você está certa — segurou meu braço — conversamos em casa.

Cola seus lábios contra os meus com força, parece querer descontar a raiva contida em minha boca.

Saí do restaurante com as pernas moles e morta de vergonha. O carro do meu primo estava parado em frente, apenas me aguardando. Abri a porta e me sentei ao lado dele.

— Me tira daqui! — soltei uma respiração pesada.

— Lis... — Tomás fala mantendo a concentração na via.

Conheço muito bem aquela expressão em seu rosto. Meu primo estava querendo dizer algo que talvez não me agrade.

— O quê? — o interroguei.

— Desconfio que o interesse do Sr. Adriel Lobo em você, vai além de um contrato. — solta as palavras que me fizeram refletir por um instante.

— Está equivocado, Tomás. Isso que ele faz, é apenas por capricho. Adriel adora me intimidar em público. Você não entende.

— Tem que ser muito ator mesmo, porque só um homem apaixonado se comporta daquela forma. Apenas um homem apaixonado beija uma mulher daquele jeito, Lis.

Fiquei sem palavras para rebater as conclusões do meu primo. Mas sei que Adriel não está apaixonado por mim.

Se me amando ele me trata assim, imagino como seria se me odiasse. Por este motivo, descarto essa ideia ridícula.

Passamos o resto do caminho em silêncio. Após me despedir dele, entrei em casa refletindo sobre o que me dissera. Até parece que Tomás não conhece o chefe que tem. Mulherengo, não se apega a ninguém, adora ter todo mundo aos seus pés e de quebra, é mestre na arte de humilhar.

Antes de subir as escadas, algo me chamou atenção na sala de entrada. Haviam fotos tiradas no casamento, espalhadas por todos os cômodos que continham porta-retratos.

Lembro-me daquele fatídico dia que tive que mostrar os dentes, para sair bem nas imagens, os sorrisos de Adriel ao posar para as fotos estavam perfeitos. Ele é um bom ator!

— A Sr.ª Lobo, sua sogra, providenciou tudo.

Girei uma vez com a mão no peito, sem fôlego devido ao susto.

— Santo Deus. Não chega desse jeito, Magáh.

— Desculpa, Sr.ª Lis. Eu não quis assustar a patroa. — disse entristecida.

— Não, pare. Não precisa se desculpar. Sou eu quem peço desculpas a você. Está tudo bem, ok?

— A Sr.ª está passando bem? — franzi a testa preocupada.

— Sim, estou. É que tive um dia cheio hoje, Magáh. Vou subir para tomar um banho.

A deixei na sala e fui para o quarto, chegando lá, me sentei na beirada da cama e me livrei primeiramente dos sapatos, pois meus pés pediam socorro por passar o dia inteiro dentro de uma sandália de salto.

A última virgem e o CEO cafajeste Onde histórias criam vida. Descubra agora