Capítulo 23

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— Ora, não se dê ao trabalho de contracenar mais uma vez. Você não precisa mais disso, eu já sei de tudo.

— Dá para me dizer o que está acontecendo, Ana Lis? Eu não entendo. O que mais você quer?

— Oh! — olhei para o lado e suspirei pesadamente. — só me responde uma coisa. — me aproximei — com quem estava me comparando ontem? Com Marie, ou com sua namorada Cecília?

Ele fechou os olhos e resmungou baixinho, sua expressão agora, já não era a mesma.

— Não entendo porque insiste tanto nelas, era você quem eu queria.

— Ah! É verdade. Sou apenas sua barriga de aluguel, não é mesmo? Afinal, eu fui obrigada a continuar fazendo isso para lhe dar um filho.

Olhou a nossa volta e depois voltou a me encarar com a expressão amarga.

— Me deixe em paz!

O deixei sozinho, tentei me acalmar enquanto eu caminhava entre os empresários. Ao me deparar com Cecília, apenas fingi não tê-la visto, mas como esperado, ela veio para o mesmo caminho.

— O que você quer, Cecília?

— Nossa! O que aconteceu com você?

Era apenas mais uma para me aborrecer.

— Não houve nada, estou ótima!

Seus olhos me avaliam de maneira negativa. Enquanto isso, evito o contato visual e procuro meu primo.

"Onde será que Tomás se enfiou?"

— Parece transtornada. Ainda não está satisfeita com tudo que você e sua família ganharam?

Aquela mulher era insistente e cansativa, embora eu me controlasse para não pecar mais uma vez. Mas não sou tola, sei muito bem qual era sua intenção. Ela queria me tirar o equilíbrio, queria que eu perdesse toda a paciência que me restava, para no fim, me ver passando vergonha.

— Quer saber mesmo o que aconteceu?

— Desabafe, garota! Não estou aqui como sua inimiga, se é isso que pensa a meu respeito.

Após tentar me convencer das suas mentiras, ela bebe mais um gole do espumante e me observa com um sorriso superficial.

— Acontece, que me casei com seu namorado. Isso faz de você a amante!

Enquanto eu falava, dava passos à frente, caminhava lentamente em sua direção.

— E sabe o que ele fez ontem a noite? — seus olhos crescem à medida que me aproximo — ele me...

— Ana. Vamos embora!

Não bastando, o dissimulado chegou de surpresa às minhas costas, tapou minha boca e beijou meu pescoço, antes que eu terminasse a frase. Na tentativa de impedir uma briga diante do público e também para esconder da Cecília o que ele fez comigo na noite passada.

Sua única preocupação é só com ele mesmo, dane-se o resto do mundo!

— Como assim, ir embora? Acabamos de chegar.

Cecília fica visivelmente revoltada, com seu digníssimo namorado.

— Ainda não entendeu? Eu disse para ficar longe de mim. Vim com meu primo Tomás e vou voltar com ele.

O ar ficou ainda mais frio entre nós. A mulher olhava para o namorado estarrecida, ao presenciar aquela cena deprimente. Querendo ou não, estávamos parecendo um casal de verdade, pois, até o momento ainda não vi um casal que não brigue, nem em livros de romance.

A última virgem e o CEO cafajeste Onde histórias criam vida. Descubra agora