❝Julia, acaba de se mudar para Fortaleza, que estava querendo se mudar para lá, fazia algum tempo. Agora, achou um novo emprego e um apartamento para morar, logo em seu primeiro dia na cidade, acaba conhecendo um rapaz, um tanto quanto, em sua opini...
—É claro que eu adoraria ficar te provocando, quem não iria querer fazer isso com você? Você tava bravinha, porque eu tava te provocando, eu me lembro sim. Você fica uma gracinha com a carinha de brava sua, sabia? - SAIKO.
I Want Silence
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Julia Alves
———❝ACABEI de tomar meu banho maravilhoso, desenrolo meu cabelo na toalha, suponho que já esteja seco o suficiente para tirá-la.
Hoje, tô cheia de encomenda pra fazer. Essa cidade é bem boa pra encomendas, o pessoal tem grande interesse em quadros, é melhor do quê na minha antiga cidade, eu ficava muito tempo sem clientes, demorava para eu encontrar alguém interessado.
Estava tudo certo, o quadro, o banquinho para eu e sentar, os pincéis, a tinta, lápis etc. Ah, sem contar no velho rádio que ganhei do meu pai, coloco uma música para tocar. Vejo no meu celular a foto que o cliente me enviou para eu poder desenhar. Começo a desenhar, fazendo o básico: o esboço, tenho certeza de que este desenho ficará incrível e...
Tomo um susto enorme, fazendo com que eu borre o desenho logo de cara, ouço um grito raivoso ecoando do corredor. Coloco a mão sobre meu peito, em uma tentativa de me acalmar... Deus do céu, o quê foi isso?
Melhor não ir ver o quê é, não quero arranjar confusão. Apago o borrão que eu havia feito, e começo de novo. Como eu estava dizendo o desenho... De novo? Só que agora o grito parece de susto mesmo. Não me assustou dessa vez, mas vai tirar minha concentração assim!
Se eu ouvir mais um mísero grito vindo desse corredor, vou ir lá questionar o quê tá acontecendo. Verifico o horário no relógio, é cedo. Se não me engano, esse horário não pode ter muito barulho alto. Não querendo ser aquele tipo de vizinha chata, mas é meu trabalho, e eu só preciso de uma hora.
Continuo rabiscando os detalhes daquele desenho, adicionando detalhes aos olhos e... Tá chega, isso já tá estranho. Me levanto, indo em direção a minha porta.
Ouço logo em seguida alguns barulhos vindo do apartamento do Rodrigo... É ele que tá gritando que nem doido? Ah, é sim ele, confirmado. Bato na porta, nem sei o quê eu vou falar, mas né...
—Pensei que você iria vir só... - ia falar, mas parou, reparando em mim —Qualfoi, Julia? - seencostounobatentedaporta, arqueando a sobrancelha. Eletavausandoumpijamaumtantoquantoengraçado, nãopossodizernada, jaque o meutambémnão é dosmelhores.
