❝Julia, acaba de se mudar para Fortaleza, que estava querendo se mudar para lá, fazia algum tempo. Agora, achou um novo emprego e um apartamento para morar, logo em seu primeiro dia na cidade, acaba conhecendo um rapaz, um tanto quanto, em sua opini...
—Eu queria ter segurado a sua mão aquela hora, Julia. - SAIKO.
I Hope That She Looks At Me And Thinks: He's So Pretty.
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Rodrigo Ximenes
—❝ EU tenho passado uma boa parte do tempo, tentando convencer a mim mesmo que a Julia é só minha amiga. Mas, droga, porquê é tão difícil assim parar de pensar nela?
Culpa daquele cabeçudo do Ycaro que me fez ficar encucado com a menina. E, também, a porcaria da minha carência que eu tô, e eu nem sei o porquê de eu estar assim, entendeu? Mas eu não sou de ligar pra essas coisas de namoro, nem nada assim. Mas então, porquê quando eu penso nisso só que com ela é diferente? É o que eu tenho me perguntado a manhã inteira e, até agora, não encontrei alguma resposta concreta. E isso já tá começando a me incomodar.
Talvez eu devesse falar sobre isso com o Ycaro? Não, dessa vez é melhor eu tomar a atitude por mim mesmo e... Hã? Quem tá tocando a campainha essas horas da manhã? São tipo... Oito horas. Vou até lá e abro a porta, enquanto tô de pijama mesmo e sem óculos.
—Bom dia, vizinho Saiko. - a morena me deu um sorriso cansado —Tu poderia me deixar usar seu fogão? Teve um problema lá no meu apê, e aí cortaram o gás por hoje. - a mulher a qual eu estive pensando a manhã inteira perguntou com sua voz cansada - por culpa do sono -, com uma forma de bolo, que havia massa, só falta assar.
—Tá. Entra aí, vizinha Julia. - tento fingir naturalidade —E aliás, não tem nem como você reparar na bagunça, já que nem tem mais. - falei, me sinto orgulhoso de ter arrumado a casa inteira ontem de noite. Ouço um riso vindo da menor.
—Já percebi mesmo. É uma benção você ter criado coragem pra arrumar essa bagunça de casa. - debochou, fazendo com que eu erga a sobrancelha por conta de sua resposta —Tô te zuando. Não acho que você seja tão preguiçoso assim. Acho. - riu, depois de colocar a forma no forno.
Me sentei no sofá, tirando meu chinelo do pé, para colocar minha perna sob onde estou sentado - praticamente deitado, sei lá.
—Que estranho. - “o quê?” —Você tá sem óculos. - reparou em meu rosto. Dei espaço para que ela pudesse se sentar no sofá também.
—Meus olhos diminuíram? - pergunto, já que é o que a maioria fala. Mas ela negou, dizendo:
—Na verdade, não. Mas você fica bem sem óculos. Não que você não fique ruim com eles. D... Digo... Você fica bem dos dois jeitos. Ah, você entendeu. - ela terminou, e parou de manter o contato visual que estávamos tendo antes. Ela gaguejou.
