III

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Era madrugada, estava frio e a neblina tomava de conta das ruas da pequena cidade naquela noite.
Era calma e pacata, mas o que ninguém sabia, ou sabia e guardava segredo, era que nesses horários existiam vampiros vagando em busca de suas presas. A grande maioria só fazia isso porque tinha que sobreviver, mas outros faziam por pura maldade.
Existiam vampiros em todo lugar e não só naquele cidade, mas outras eram grande demais pra notar algo durante a madrugada.

Os mais velhos acreditavam fielmente nas histórias de vampiros da cidade então não saiam durante a noite, os mais jovens não ligavam muito porque acreditavam que não passavam de lendas urbanas contadas para assustar as criancinhas.
Mas ali, á 2 quadras da casa da senhora Odete, que levantou para ir ao banheiro quando ouviu um grito alto. A cidade estava em pleno silêncio então foi possível ouvir. Foi um grito alto, por mas que tenha parecido baixo de onde Odete tinha escutado.
A senhora rechonchuda sentiu os pelos do seu braço arrepiar, estava com medo. Olhou pela a fresta de sua janela, mas não conseguiu ouvir e ver nada. Estava ela alucinando?

Acontece que á 2 quadras dali, um vampiro atacou uma moça de 19 anos, rasgando todo seu pescoço de uma ponta a outra. Tinha sangue pra todo lado. Como se não estivesse satisfeito, abriu seu torax roubando seu coração e sugando também todo o sangue que tinha ali.
Como troféu, guardou o coração no bolso e saiu deixando o corpo da jovem morta sobre o gramado do parque só para que fosse descoberto mais tarde.

Só algumas duas depois do parque, Solar dormia um sono não tão tranquilo. Estava tendo um pesadelo. No pesadelo ela via algo que parecia ser a sua morte, pelo menos era o que parecia.
E no fim quando morreu soltando seu último grito agoniante, acordou no susto se sentando na cama. Pressionou os olhos para tentar enxergar alguma coisa, mas seu casa estava o puro breu. As velas tinham apagado com o vento que soprava da janela, o que era estranho porque ela lembrava perfeitamente de ter fechado janela. Imaginou que alguém tivesse aberto, mas como seria possível? A janela só abria por dentro. Talvez tivesse mesmo esquecido de fechar a janela.

Quando seus olhos foram se acostumando, viu que a luz que entrava pela a janela era somente da lua e estava ventando muito, seu corpo chegava a tremer de tamanho frio.
Levantou olhando a hora em seu celular. 2:45 de madrugada. Foi até a janela para poder trancar e acabou olhando pra rua. Estava uma neblina danada, apertou os olhos para tentar ver alguma coisa. E realmente viu, ou pelo menos achou que tivesse visto, a sombra de uma pessoa caminhando em meio a neblina. Achou que estivesse ficando louca. Mas por preocupação, trancou a janela e se certificou de que dessa vez ela teria mesmo trancado, mas antes de sair de perto da janela, olhou em direção ao grande casarão na colina. Com muita dificuldade, percebeu que uma janela estava aberta e que uma luz era existente ali, fraca e amarela. Talvez fosse uma vela. Fechou a cortina e ligou sua lanterna para que pudesse acender as velas novamente.

Deitou para poder voltar a dormir e lembrou de seu pesadelo. Era esquisito. Tentou voltar a dormir, mas o sono parecia ter a abandonado. Olhou mais uma vez a hora em seu celular. 2:59 da madrugada. Queria um copo de água, mas como não tinha geladeira, o que lhe restava era beber um copo da água que ela tinha comprado mais cedo. Provavelmente estava quente, mas não tinha problema.
Levantou novamente e foi até a cozinha com a lanterna do seu celular ligada, pegou a garrafa de água e bebeu um gole da garrafa mesmo. Suspirou. Se ao menos tivesse energia.
Enquanto caminhava de volta para o seu quarto, lembrou da caixa velha que encontrou no quarto antigo de sua mãe, estava empoeirada então deixou para olhar o que tinha dentro depois.
Já que tinha perdido o sono, não podia assistir nada pra não descarregar o celular mais rápido, resolveu que iria dar uma bisbilhotada.

[...]

Era uma caixa velha com alguns pertences de sua bisavó. Encontrou um porta jóias, com jóias dentro. Algumas cartinhas de amor e um diário que deveria ter sido dela quando era mais jovem.
Tentou ler, mas a escrita já estava um pouco apagada demais para tentar ler algo de madrugada com a lanterna do celular. Encontrou também alguns retratos, da sua bisavó, que ela chegou a conhecer quando mais novinha, e algo que chamou sua atenção.
Tinha uma foto, era ela, bem, pelo menos parecia ser Solar, mas a foto era antiga, muito antiga e não se lembrava de ter tirado aquela foto.
Olhou atrás e viu uma dedicatória, era para irmã de sua bisavó, Marie. Então era isso. Lembrou de quando sua bisavó falava que Solar se parecia com Marie, mas não sabia o quanto. Eram iguais. A semelhança era no tanta, que mesmo naquela foto velha era possível ver que eram muito parecidas.

𝙱𝙻𝙾𝙾𝙳 𝙾𝙵 𝙼𝙾𝙾𝙽 [+18] Moonsun G!PWhere stories live. Discover now