11.

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CAPÍTULO ONZE.
"a festa"
Maria Julia's point of view.

TW: drogas ilícitas.

🏟️

— ISSO É ERRADO. - SUSSURRA GENEVIEVE, quando nos aproximamos da porta da frente de uma casa com ripas de madeira pintadas de branco na fachada. Ela se vira ansiosa para o Uber que está se afastando da calçada.

Reviro os olhos.

— Anda, vamos entrar.

Seus pés ficam colados no chão.

— Não faz isso comigo, Maju.

— O quê?

— Não me leva pro lado negro.

— Meu Deus. E as pessoas dizem que eu sou dramática.

Puxo-a até a porta.

— Vamos entrar. Lida com isso.

Apesar do que Vinícius falou, o lugar está transbordando de gente quando entramos sem tocar a campainha. A música está tão alta que ninguém teria ouvido.

Apesar da expressão quase cômica de horror no rosto de Genevieve, um grande sorriso surge na minha cara.

Não sei explicar, mas música, diversão e multidões sempre me animam. Em algum ponto da vida, pensei em trabalhar organizando eventos, mas percebi que não gosto de planejar festas, só de ir a elas mesmo. Me divirto escolhendo a roupa, a maquiagem, os acessórios. Circulando para ver o que as outras pessoas estão usando.

Talvez eu devesse ser um desses entrevistadores de tapete vermelho. É só enfiar o microfone na cara delas e perguntar o que estão usando. Parece bem divertido.

Mas acho que é um pouco tarde para mudar meu curso para comunicação. Teria que começar tudo de novo.

Além do mais, nunca tive muito interesse em aparecer na televisão.

— Não estou gostando disso. Olha só esses idiotas convencidos. - Rosna Gene, com o dedo em riste.

Nesse exato momento, um cara alto de braços magros usando uma camisa do Celtics dá um passo para trás e encosta no dedo de Genevieve.

— Ei! O que... - O protesto morre quando ele vira e a vê. — Esquece o que eu ia falar. - Implora ele. — Por favor, por favor, continua me cutucando. A noite inteira.

— Não. Vai embora. - Ordena ela.

Ele pisca.

— Vem falar comigo depois que beber um pouco mais.

Meu queixo cai.

— Acho melhor você ir embora mesmo. - Genevieve e eu nos afastamos, e procuro por Araújo ou Vinícius Júnior na multidão, mas não vejo nenhum dos dois.

Sei que Ronald está aqui, porque mandou uma mensagem avisando faz uns dez minutos.

Pego o braço de Genevieve e a arrasto na direção do que espero ser a cozinha.

— Preciso de uma bebida.

— Preciso de dez.

Belisco seu antebraço.

— Para de ser melodramática. É só uma festa.

— É uma festa dos rivais. Pra comemorar uma vitória de um rival. - Ela balança a cabeça. — Você está me decepcionando.

𝐒𝐄𝐍𝐒𝐀𝐂𝐀𝐎, pablo gaviWhere stories live. Discover now