Vegas

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Esperei Pete para tomarmos o café da manhã juntos. Ele me ensinou recentemente como fazer um bom café, então eu ofereci a ele quando ele adentrou na cozinha.

- Parece que você tem um ótimo professor. - Ele disse erguendo a sobrancelha e a caneca em sua mão.

- Sou grato. - Ergui a minha caneca também.

- Você analisou a oferta? Não parece muito feliz.

- É só que... o tempo de experiência está me incomodando, o resto é perfeito.

- O tempo é maior que o normal?

- Sim, então eu presumo que ele não esteja convencido do nosso relacionamento.

- O que você quer fazer?

Eu olhei diretamente para ele.

- Marcar uma data para o casamento

- Você acha que ele te contrataria mesmo não acreditando em você? Não acho que ele seja esse tipo de pessoa.

- Eu também, mas algo me diz que precisamos fazer isso, precisamos seguir em frente. - Inalei fundo. - Diga suas condições, Pete. Meu futuro está em suas mãos.

Ele ficou me observando por completo e eu fiquei esperando ele falar alguma coisa. O que ele vai me pedir? Muito dinheiro? Eu posso pagar, mas estou muito curioso sobre o que ele vai me pedir.

Ele ficou muito tempo sem dizer nada, apenas contornando com os dedos a borda da caneca a sua frente. Não consigo mais aguentar.

- Apenas me diga.

- Se eu concordar em me casar com você. - Ele iniciou. - você vai quer no máximo quanto tempo.

Suspiro.

- Dois anos no máximo e no mínimo um ano.

Ele arregalou os olhos, mas aos poucos foi se acalmando. Ele passou a mão nos seus cabelos lisos e me olhou com um olhar de teimosia.

- Quero algumas coisas.

Revirei os olhos.

- Não me surpreende, você vai ter o que quiser. Você tem o poder agora, Pete. Coloque todas as cartas na mesa.

- Quero fazer algumas mudanças aqui.

- Mudanças.

- Na casa toda, quero deixá-la mais aconchegante.

Assenti.

- Ok, faça o que quiser com o apartamento, mas nada muito extravagante.

- Quero uma mesa redonda ali. - Ele apontou para um espaço vazio.

- Certo.

-Eu quero um gato também. - Seus olhos brilharam

Contorci o rosto, não gosto de animais, mas eu não me importaria com algo simples assim.

- Podemos adotar um gato, agora deixe essas besteiras de lado e me diga o que você realmente quer. Mais dinheiro? Uma casa para quando nos separarmos?

Ele franziu o cenho.

- Eu já te falei que não quero mais dinheiro, seus termos já são bons.

- Mas você quer alguma coisa, está nervoso e inquieto. Apenas fale.

- Quero a mesma coisa que queria antes, nada de traição.

Soltei minha respiração. Ele queria meu celibato.

Apoio a minha mão no queixo e analiso toda a situação. Qualquer outra pessoa escolheria um enorme quantia de dinheiro. Uma casa. Alguma coisa superficial extravagante. Mas ele não. Ele queria algo que não tem nenhum valor econômico. Sacrifício.
Pensei em como ele se sentiria se fosse o contrário.

The ContractWhere stories live. Discover now