Vegas

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Carrego a bandeja para cozinha, deixando Nam e Pete conversando. Gustav me segue, carregando a caixa e me esperando para podermos ir ao escritório conversar mais. Ele olha para os papéis no balcão e pega a vaga para os Estados Unidos.

— Sério, Vegas? - Ele sorri de forma engraçada. - Você teria morrido de tédio lá.

— Eu não podia levar o Pete para Singapura. Ele ficaria depressivo.

Ele me analisa por um instante, um sorriso atravessando seu rosto.

— Como você mudou.

— Cresci, você quer dizer.

Ele assente, batendo em meu ombro.

— É bom ver isso.

Olho por cima de seu ombro para onde Pete está, abraçando Nam.

— É bom. - Admito. - Nunca pensei que ia passar por algo assim.

— A pessoa certa pode abrir seus olhos para muitas coisas, Vegas.

Ele tem razão.

Ele segura meu novo contrato.

— Vamos assinar alguns papéis.

— Por que trouxe minhas coisas se planejava me recontratar?

Um olhar estranho toma sua expressão, e ele abre a caixa.

— Ela está vazia, Vegas.

Fico boquiaberto.

— O quê? Por quê?

— Pelo mesmo motivo que aparecemos sem avisar. Eu queria ver como reagiria se pensasse que estava tudo acabado. Queria ver sua reação verdadeira e impulsiva.

— E?

— Você parecia despedaçado.

— E estava. Queria continuar trabalhando para você. Quando vi a caixa, sabia que tinha ferrado além do que podia ser consertado. Não fiquei surpreso, mas me atingiu em cheio, porque queria muito. Eu sabia que não havia nada que pudesse fazer para mudar. Tinha causado isso para mim mesmo, afinal.

— Sua reação me disse tudo que eu precisava saber. Você ficou chateado, mas imediatamente ofereceu consolo para o Pete. Eu sabia que você tinha mudado de verdade. - Ele sorri. - Desculpe a armadilha.

Entendo minha mão, a qual ele pega, cumprimentando firme.

— Entendi.

Ele fecha a tampa.

— Use ela para trazer mais coisas para o escritório. Transforme no seu escritório, Vegas.

— Alguém mais sabe?

— De fora da família? Não. A equipe acha que você viajou com Pete. Você vem na segunda e começa de novo. Ninguém vai te julgar.

— Obrigado. Não vou te decepcionar desta vez.

— Eu sei. - Ele diz e assente enfatizando. - Eu sei.

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Um tempo depois, Gustav está me cumprimentando para se despedir.

— Te vejo na segunda.

Nam dá um último abraço em Pete e se vira para mim.

— Espero grandes coisas de você, Vegas.

— Vou corresponder.

Ela dá um tapinha na minha bochecha.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora