Vegas

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A chuva ainda não deu trégua, mas quando ela diminui um pouco nós quatro vamos visitar Meg.

Eu e Meg já tínhamos virado amigos, sempre ia visitar ela quando podia e o fato fez Pete ficar muito surpreso.

Hoje Meg está mais calada, porém lúcida. Ela fica rindo dos dois gatos no meu colo, aparentemente eu estou sendo o responsável aqui.

— Se comporte Gray! - Falo quando ele começa a provocar o gatinho de Meg, Akuma. Depois de um tempo os dois pulam do meu colo e começam a brincar no outro lado do quarto.

Alguns funcionários entram a procura dos mimos que eu sempre trago a todos. Cochicho para Pete entregar uma das sacolas cheia de chocolates e doces, o que ele faz prontamente e logo os funcionários nos dão privacidade.

Pete e Porsche estão conversando animadamente com Meg e eu fico apenas observando toda aquela cena.

Pete está ajudando Meg a comer uma fruta enquanto segura um guardanapo no queixo dela, após insistir em fazê-la comer.

— Pare de ser mandão, meu Pete.

— Ele é autoritário. - Murmuro. - Ele me manda comer frutas o tempo todo.

Pete arruma os cabelos e dá de ombros.

— Mando mesmo.

Todos ao redor dele começam a rir.

— É pra isso que os maridos servem! Para serem paus mandados. - Porsche diz enquanto limpa as lágrimas.

Pete e eu congelamos. Nunca mencionamos estarmos casados para Meg. Nossos olhares se encontram e não sabemos o que fazer.

Meg se senta, esquecendo-se da fruta e olha para nós dois.

— O que isso significa? - Ela se vira para Pete. - Vocês são casados? Você casou e não me contou?

— Sim. - Pete responde abaixando a cabeça.

— Gostaria de falar com meu neto em particular. - Meg fala olhando diretamente para mim.

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Fico andando de um lado para o outro no corredor e sempre os meus olhos acabam se fixando na porta fechada. Apoio-me na parede e dou uma leve batida com a cabeça.

— Vegas, eu sinto muito. - Porsche diz. - Não fazia ideia que ela não sabia, nem passou pela minha cabeça.

— Claro que não.

— Ela não sabe mesmo? Ou ela simplesmente esqueceu?

Eu quero mentir e dizer que sim, ela tinha esquecido. Queria culpar a doença. Mas já contamos muitas mentiras e isto é muito cansativo.

Desencosto da parede e olho para ele.

— Pete passou por muitas coisas e só ele pode contar. Meg é tudo para ele. Pete estava tentando protegê-la.

Ele assente.

— Eu incentivei e persuadi ele. Eu estava sempre a frente dele, no relacionamento inteiro. Ele inicialmente nem queria que eu conhecesse ela, até ele ter certeza. - Passo a mão no cabelo. - Forcei a barra e vim ver ela sem ele saber. Eu queria saber tudo sobre ele e quem o fez ser daquele jeito. Forcei tudo. Me casei muito rápido, antes que ele mudasse de ideia. Pete ficou preocupado que ela pensasse que havia sido muito rápido, então decidi ficar quieto por um tempo e deixar Meg se acostumar comigo.

— E eu vou lá e estrago tudo.

Dou de ombros.

— Nós deveríamos ter assumido as consequências e contado a ela. A culpa é nossa.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora