Elementais das Trevas - Falsos Deuses - LIVRO 4
As histórias de fantasia do avô de Selene Midnight nunca foram tão reais quanto agora: monstros de presas afiadas e escamas cintilantes perambulando pelas ruas de um mundo que era naturalmente ordinári...
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Selene quase cravou as unhas no concreto da parede daquela casa, os olhos vidrados nos lábios dos fiéis que balbuciavam sem emitir som.
À vitoriosa da guerra que perdura; traga minha família de volta, dissera uma mulher, a voz sussurrando numa lamúria.
Minha casa foi destruída... eu quero a tanto de volta, falou outra voz, masculina numa raiva contida.
Eu vi minha mãe morrer.
A mão de Selene derrapou na parede quando suas pernas vacilaram. Era a voz de uma criança.
O monstro a comeu viva. Ela gritava.
Traz ela de volta.
Por favor.
Por favor.
― Não... – Selene mal ouviu o próprio cicio, cobrindo a boca com a mão.
Aquelas vozes. Todas aquelas vozes – não era possível que aquela reza...
A reza estava chegando até ela.
― Selene.
Selene arregalou os olhos, sacando a wakizashi, apertando-a contra o pescoço da figura que surgira ao seu lado. Era Jorah, o pomo de Adão oscilando ao congelar contra a lâmina.
― Desculpa, eu... – ela soltou o ar devagar, afastando a arma do rapaz. O coração martelava tanto contra seu peito que parecia quase rompê-lo. – Eu não tinha visto você, eu só...
― Não posso dizer a você para voltar para a van se está se sentindo mal. – ele não parecia abalado, a expressão dúbia mesmo quando ela quase cortou sua garganta. – Precisamos de você. Passei o plano rapidamente para o restante da equipe. Anya, Danika e Emil darão a volta no pátio para atacar por outras direções. Ainda não sabemos se aquelas pessoas estão acobertando a verdadeira forma, então precisamos de olhos por todas as partes caso algum movimento aconteça.
Selene levantou o olhar para o outro lado da rua, onde Kaine e Jack aguardavam, os olhos focados no pátio.
Eu preciso tanto de ajuda...
A minha irmã... a minha irmã...
― Vou assustá-los para que possamos intercepta-los – continuou Jorah quando ela não respondeu. Selene sentia as costas suarem.
O rapaz tomou a frente de Selene, ajeitando o riffle apontado para o pátio.
― Espera, Jorah – Selene segurou o cano da arma, o corpo estremecendo como se ela estivesse sentindo frio, mas não estava. O uniforme era quente sobre a pele pegajosa de suor.
― Não podemos esperar, Selene.
Sem mesmo afastá-la, o tiro ecoou para dentro de seus ossos quando o rapaz afundou o dedo no gatilho. Selene arfou quando ouviu o tiro atingir a estátua, abrindo um buraco no centro da testa que se repartiu em dois, gesso caindo no altar. As pessoas soltaram um grito, protegendo as cabeças com os próprios braços.