Capítulo 16

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É possível amar duas pessoas? Meu coração gritava confuso e com medo da resposta. Eu amo Thomas e quando soube que ele estava morto, jurei vingança ao homem que o matou e que eu tinha meu destino ligado a ele.

James Carter foi minha destruição, em poucos dias caí em minha própria armadilha. Meu coração estava amando dois homens, rivais e em guerra. Pior de tudo é a mentira envolvida nessa história toda. Alguém mentia para mim, me deixando refém da dúvida.

– O que você está falando?

Surge um sorriso frio que não chega até os olhos de James. Sua respiração lenta me mantém atenta. Será que ele sabe que encontrei o Thomas?

- Thomas está vivo, Amber. – Sua voz soa como uma navalha. – Ele virá atrás de você, por isso que pedi pra você voltar para casa quando foi almoçar fora. Eu tenho medo do que ele possa fazer com você.

– Thomas está vivo? Você me disse que o tinha matado. – Minha voz não disfarça como estou me sentindo com tudo que ele causou em mim.

– Você ainda o ama. – Carter passa a mão pelo cabelo e se afasta. – Amber, esse homem e a família dele já me levaram à destruição uma vez. Eu não posso permitir que ele faça isso novamente.

Seus olhos estão cheios de ódio. Agora consigo compreender que ele está falando da Melinda e como isso deixou cicatrizes nele. Mas o Thomas realmente é o responsável por isso?

– Amber, eu só quero te proteger. Não posso permitir que alguém te machuque.

– Não vão, James. Mas se você continuar me escondendo as coisas, será você o responsável por me machucar.

Me levanto e sigo para o banheiro, o deixando sozinho com os seus fantasmas do passado. Após um banho frio, entrei no quarto e vi que ele não está mais lá. Sigo para a sala e o encontro falando com o chefe da segurança. Quando me nota, dispensa ele e vem em minha direção.

– Como você está? – Seus olhos curiosos me analisavam.

– Estou bem e você? – Devolvi a pergunta.

– Estou bem. Amber, o que você acha de voltar para ilha? – Sua pergunta soava como uma decisão, do que uma sugestão.

– Você vai junto? – O olhei tentando entender essa conversa pela manhã.

– Não posso. Tenho muitas coisas pendentes, mas me sentiria melhor se você estivesse lá.

Afastei-me do Carter. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo a esse homem. Como me deixar isolada naquela ilha o deixaria melhor? Sorri irritada e cansada. Seus olhos desconfiados ficaram sem entender minha reação.

– Eu não vou embora daqui.

– O motivo é por que você quer ver ele, certo?! – Sua voz tem um tom de raiva que me surpreende.

– O que te incomoda, eu querer ver o Thomas ou a possibilidade dele me fazer algum mal? – O questionei. Raiva que sentia não dava para disfarçar.

– Você realmente não entende como corre perigo. Eles podem te ferir só para me atingir, droga! Qual motivo disso não entra na sua cabeça?

– Como fizeram com a Melina?

– Não quero falar sobre ela! Aqui o assunto é você!

– Claro que sou eu, a substituta do amor da sua vida, a intrusa! – Sinto uma raiva sem sentido me importunar. Ela está morta, por que isso me incomoda tanto?

– Você não pode falar sério. Ela pode ter sido morta nas mãos daqueles malditos e você está com ciúme idiota?! – Sua voz em tom muito mais alto do que estou acostumada, me assustou.

– Não vou obrigar você ir para ilha. Espero que o amor que você sente por aquele maldito não te coloque em perigo. Vou ficar longe por alguns dias. A segurança da casa será redobrada e a sua também. – Sua voz estava agora em um tom mais baixo, mas sua fúria estava à mostra.

– Para onde você vai? – O questionei, esperando que pelo menos aquela pergunta fosse respondida.

– Voltarei o mais rápido possível. Não precisa fingir que se preocupa comigo.

Encerrando a conversa, ele seguiu em direção ao quarto me deixando sozinha. Algumas horas depois o vi entrando no carro e partindo.

Estava ironicamente jogada em um fracassado casamento.

Presa a Você -  O amor em meio ao caosWo Geschichten leben. Entdecke jetzt