Capítulo 6

134 23 32
                                    


Porchay levantou a pilha de papéis em sua mesa e abriu o livro ao lado para ver se a coisa que o mantinha meio fechado era o telefone que ele procurava. Ele apenas fechou mais uma vez quando viu o marcador e se virou para levantar o suéter das costas da cadeira, deixando-o cair no chão quando não sentiu o peso do dispositivo perdido nele.

Ele foi até a cama jogando os travesseiros no chão, em seguida, caminhando até o canto da poltrona e tirando sua pilha de roupas, mas ainda não havia sinal do telefone.

Ele fez uma careta quando foi para a sala e olhou para a mesa de café antes de levantar as almofadas do sofá. Ele tirou o cobertor colocado em cima dos assentos, bufou e se virou para caminhar até a porta certa no andar térreo. Ele a abriu sem parar, franzindo a testa quando a encontrou vazia.

"Mac, você viu meu telefone?" gritou Chay olhando ao redor.

Ele olhou para a porta de correr entreaberta para o quintal pensando que o outro estaria lá fora, então ele se assustou um pouco quando o banheiro se abriu atrás dele e Macau saiu apenas de cueca enquanto enxugava o cabelo.

"Talvez você tenha deixado na cama."

Ele caminhou até a referida cama e puxou a capa inclinando-se para a frente para pegar o dispositivo quando ele deslizou para fora de uma dobra no tecido. Ele se virou e estendeu o telefone para o outro pegar sem levantar a cabeça, os olhos meio cobertos pela toalha. Ele jogou a cabeça para trás para poder ver quando Chay não pegou.

Chay ficou paralisado desde que o outro saiu do banheiro, os olhos grudados na pele de Macau, acompanhando as últimas gotas de água descendo por suas costas enquanto caminhava até a cama e deslizando para seu torso musculoso ao se virar.

"Ei, Chay, seu telefone." disse Macau, empurrando o aparelho em sua direção fazendo-o se assustar.

"Obrigado." disse o outro, olhando para baixo enquanto tentava lutar contra o rubor subindo por seu rosto.

Ele observou silenciosamente enquanto o garoto mais velho terminava de enxugar o cabelo, em seguida, foi até seu guarda-roupa para pegar um par de calças azuis escuras, pulando nelas antes de colocar uma camisa vermelha, sem se importar como o tecido grudava em sua pele molhada imediatamente. Ele fez uma careta e olhou para o braço direito para arregaçar a manga curta para que não pressionasse o curativo Saniderm sobre sua nova tatuagem.

"Você vai sair?" perguntou Porchay quando viu o outro pegar sua carteira e telefone de sua mesa.

"Para o interval. Quer vir comigo?

"Não é um pouco tarde para isso?" o mais novo mordeu os lábios, pensando nisso.

"Ficamos lá apenas meia hora e depois encontramos meus amigos para experimentar o novo local de etiqueta a laser que abriu não muito longe dele."

Porchay olhou para o chão sentindo-se um pouco triste. Ele não tinha nada contra os amigos de Macau, eles eram apenas um pouco barulhentos e hiperativos demais para ele. Quando ele saía com eles, sempre se sentia como um irmãozinho acompanhando os mais velhos, mesmo que não fosse o mais novo do grupo.

"Acho que vou ficar aqui e assistir a uma série ou algo assim."

"Bem, meu irmão está em seu quarto, se você ficar muito entediado." disse Macau com um sorriso.

"Eu não iria para P'Vegas." respondeu Chay com os olhos ligeiramente arregalados.

"Ele disse várias vezes para você chamá-lo de Vegas." Macau deu um tapinha no ombro do outro enquanto ele o contornava para sair da sala. "Já faz dois anos. Quanto tempo mais você precisa viver aqui para se acostumar com ele?

Asas De BorboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora