Asas De Borboleta

Capítulo 24.3

Pete deu uma longa tragada em seu cigarro, desfrutando enquanto a fumaça enchia seus pulmões antes de fechar os olhos e expirar lentamente. Parecia meio engraçado para ele que ele estava fumando no mesmo lugar que não fazia semanas atrás, mas agora era ele que os guardas estavam observando em vez dele procurando por algo estranho ao redor do prédio.

Originalmente, ele planejou ficar fora do escritório e esperar por Vegas, mas com o passar dos minutos, ele ficou cada vez mais agitado ao se lembrar da última vez que esperou do outro lado de uma porta pelo homem. Os guarda-costas começaram a ficar tensos no corredor enquanto o observavam, então ele pegou o elevador até o andar térreo enquanto enviava uma mensagem para Vegas. Ele conversou um pouco com Porsche, mas toda a atenção de seu amigo foi para Kinn e Pete caminhou para o lado da entrada para fumar.

Ele sentia falta de qualquer maneira, pois Vegas e Porsche pareciam acender um cigarro apenas uma ou duas vezes por semana e Pete nem se atrevia a tirar um onde Macau ou Porchay pudessem ver, não querendo despertar a ira do irmão mais velho. Então a nicotina parecia ainda mais doce em seus lábios depois de passar dias sem ela, mas ao mesmo tempo ele percebeu que agora fumar era apenas um prazer, em vez da âncora de sua vida como era antes. Ele sentia falta disso como alguém sentiria falta de sua bebida ou bolo favorito, mas não ansiava por isso como quando ainda trabalhava para a família principal. Ele não precisava disso para acalmar os nervos, para relaxar os membros e ao mesmo tempo percebeu que não estava tão agitado ou nervoso como antes.

Ele lentamente olhou para cima quando uma forma escura começou a caminhar em sua direção a partir da entrada, e se endireitou enquanto observava Vegas se aproximar dele, sem parar por um momento enquanto entregava um fichário de capa de couro para Ace, seu olhar escuro não vacilando depois que ele encontrou os olhos de Pete. Os guarda-costas ao redor da entrada ficaram tensos assim que Vegas chegou e Pete sentiu um pouco de ironia ao mesmo tempo em que se sentiu apenas mais relaxado assim que viu o homem.

Pete olhou para a mão esquerda do homem, sem saber o que pensar agora que não conseguia ver o anel de ouro rosa nela. Enquanto ele ainda trabalhava como guarda-costas para a primeira família, era algo sobre o qual todos falavam. Como Khun Kinn um dia assumiria o lugar de seu pai, como Vegas lideraria a família secundária depois de Khun Gun. Era um fato que nenhum deles jamais duvidou, ninguém jamais questionou.

"Na verdade, acho que fiz um negócio melhor", disse Vegas, tirando Pete de seus pensamentos. Ele estendeu a mão e tirou o cigarro da boca de Pete. "Agora sou o chefe de uma filial e fico com quarenta por cento do lucro dos meus negócios."

"Isso é..."

"Um negócio muito melhor do que qualquer outra cabeça fez", continuou Vegas depois de dar uma tragada lenta. Seu nariz torceu por um momento e os lábios de Pete se contraíram quando ele percebeu que o homem provavelmente achava seu cigarro barato um pouco desagradável em comparação com os caros a que estava acostumado. "Com o ritmo de crescimento do meu negócio, vou tomar os distritos do sul em dois ou três anos."

"E a família menor?" perguntou Pete curiosamente.

"Minha aposta é em Kim", respondeu Vegas. Ele se aproximou um pouco mais e empurrou o cigarro entre os lábios de Pete. Pete sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando o dedo indicador do homem tocou seu lábio inferior e deslizou até o queixo antes de se afastar. "Mas nunca se sabe com a velha raposa." Ele respirou fundo e passou os dedos pelos cabelos. "Até fui puxado para ajudar a limpar a bagunça do meu pai. Tenho que ficar algumas horas para examinar os documentos que eles coletaram no complexo.

"Então ficarei com você", disse Pete. Ele deu a última tragada, jogou fora o toco e se virou para que seu corpo ficasse de frente para Vegas. "Podemos ir às compras amanhã, como planejamos originalmente."