Apesar da idade, de volta ao passado.

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Aviso! Esse cap será narrado pela Seulgi, ou seja, narrador personagem, mas esse capítulo não irá alterar nada no presente de Kang. Boa parte da história terá relatos do e flashbacks, para não ficar complicado, segue a explicação dos indicativos:

❀: Quebra de tempo.
𑁍: Flashbacks ou começo/encerramento do assunto.
✾: alguma coisa ao celular.

Você pode acreditar que uma vida consegue mudar do dia para a noite sem mais e nem menos? Bom, toda a minha vida foi assim desde o momento que o médico precisou me dar um tapa pra mim chorar quando vim ao mundo.

Por ser filha única, boa parte das pessoas que realmente não conhece a minha história me julga como uma mimada, mas a realidade sempre foi outra. Meus pais me criaram até os meus primeiros dois anos de vida e a partir deste momento precisaram pedir ajuda para os meus avós, que me aceitaram com todo o prazer do mundo até os meus oito anos, depois desse tempo voltei a morar com meus pais, agora a pergunta que você pode estar se fazendo é, por quê? Bom, meus pais na adolescência não eram nada responsáveis, até trabalhavam mas o dinheiro era gasto em festa e bebidas, diversão primeiro não é adolescentes? E no final sobraram para os pais da minha mãe.

Não sou do tipo que reclama de boca cheia, nascer na Itália com pais coreanos foi uma das melhores coisas que me aconteceu, claro que não foi uma escolha minha, mas que destino bom.

Durante os seis anos fui criada dentro de casa, todo o meu ensino foi dado por meus avós, talvez pela forma rígida que falavam em boa parte do tempo me fez entender muitas coisas, me dedicar ao estudo em um nível absurdo, tanto que quando meus pais me pegaram novamente já falava italiano e inglês, a outra língua aprendi por pura insistência do meu avô, ele sempre disse que se uma criança já consegue falar pode muito bem aprender, e que para ter mais oportunidades na vida o conhecimento é a principal chave, sempre achava isso pura besteira mas quando cresci percebi que ele dizia a verdade.

𑁍

- Mamãe... Eu não quero ir, me leva pra casa e me ensina lá. – A garotinha caía em lágrimas.

- Filha, você precisa entender que eu e o seu pai precisa trabalhar pra te dar uma vida boa, eu não consigo te ensinar em casa como os seus avós.

- Mas eu tenho medo, mamãe. – A pequena Italiana continuava a chorar agarrada na mais velha.

- Ninguém vai te fazer nada, meu bebê.

- 당신은 작은 강입니다 – A professora se aproximou olhando para a pequena que não entendia nada.

- "Desculpa professora, ela é sim a pequena Seulgi. Como eu disse para a diretora, ela não sabe uma letra do hangul, a pequena foi criada na Itália e além dessa língua só conhece o inglês." – Disse a mãe na língua nativa, já a pequena curiosa em seus braços se afastou e para olhar a conversa das mais velhas, não entendia nada do que falavam, mas achava a pronúncia um tanto engraçada.

- Então tudo bem, sou uma das poucas professoras que sabe falar inglês aqui na escola, garanto que te pouquinho em pouquinho ela vai aprender o coreano.

A professora estendeu a mão para a pequena que parecia meio desconfiada, porém com a sua curiosidade cedeu e saiu do colo de sua mãe e junto a maior seguiu para a sala de aula. Na frente de todos as outras crianças acreditava que estava sendo apresentada, aquela língua não fazia sentido nenhum em sua cabeça, mas bem no fundo estava animada para aprender novas coisas.

Apesar de tudo, me traga flores. - SeulreneWhere stories live. Discover now