Nada Será como Antes

Capítulo 24

Olívia

Hoje ao ver Zaian levando o meu filho, fiquei com uma sensação estranha, o meu peito está apertado, toda a vez que penso no Samuel, os seus pesadelos estão constantes, o meu menino já não é mais o mesmo.

— Calma Livy, eu fiz algo sem a sua autorização, espero que me perdoe.— Pablo fala um pouco envergonhado.

— O que?

— Quando ele chegar você vai ver...

— Ainda bem que o Samuel vai ficar só até o almoço, estou com um mau pressentimento, eu quero o meu pequeno.

— Quer ir buscar? Vamos, eu te levo.— Pablo fala pegando as chaves do carro.

— Para com isso, pode ser coisa da sua cabeça, dizem que as mãe não confiam em ninguém para cuidar dos seus filhos, a não ser ela mesma.— Guilherme fala se jogando no sofá da recepção.

— Eu ainda acho que o certo é buscar ele, não confio nessa Raquel, ela nunca me desceu, e saber que o pequeno está lá, não acho uma boa ideia.— Fernanda se aproxima e coloca a mão no meu ombro.— Segue o seu coração.

— Eu estou com a Fernanda, acho que ela não é uma boa pessoa.— Patrícia fala contrariando o Guilherme.

— Gente não estão ajudando.— Falo nervosa.

— Como a minha mãe dizia, coração de mãe não se engana, mas vou respeitar a sua decisão, mesmo que não esteja de acordo.— Pablo fala me dando um beijo na testa, olho para ele é dou um sorriso sem muita emoção.

Quando estava saindo buscar o Samuel, vejo a minha irmã entrando com um casal, e se não estou enganada, são alemães.

— Mana, eles querem ver os vestidos, o casal tem só hoje para ver, pois estão saindo de viagem de trabalho e só vão voltar um dia antes do casamento, tira as medidas e...— Ao olhar para mim, ela para de falar.— Olivia, o que está acontecendo?

— Vamos?— Pablo pergunta novamente.

— Acho que Guilherme tem razão, des que Zaian apareceu na vida do meu filho, que eu estou inquieta, pode ser essa coisa de proteção de mãe, venham, vou mostrar os modelos para vocês.

Estou entrando na minha sala quando sou segurada com delicadeza pelas mãos.

— Tem certeza Livy?

— Não...— Falo de cabeça baixa entrando na sala, aqui mostro todos os vestidos, tiro as medidas deles, mas mal me concentro.

Pablo narrando

Sei que posso estar interferindo em algo que não me diz respeito, mas eu conheço a Olívia, e sei que ela está ali, mas seus pensamentos estão no Samuel.

Entro no carro e vou direto para o apartamento do Zaian, chego lá sem me anunciar, subo no seu andar e paro na porta, quando vou bater acabo ouvindo Zaian com a voz alterada, algo no meu peito arde ao ouvir o choro do Samuel.

Abro a porta que por sorte não está trancada e entro com raiva, nunca ninguém aumentou a voz para o pequeno, pois nunca foi preciso, ele sempre foi muito carinhoso e quietinho quando é para ser, e como toda criança adora uma bagunça, mas eu sinto que isso não é o caso, ouço um choro forçado da Raquel, o meu sangue ferve.

— CALA BOCA MOLEQUE!

— EI! CALA A SUA BOCA.— Falo segurando Zaian pela camisa e empurrando para parede.— FICOU LOUCO, ELE É SÓ UMA CRIANÇA, SEU IDIOTA.

— O que faz aqui, como entrou?

— Padrinho, me tira daqui...— Samuel vem no meu colo chorando.

Pelo seus olhinhos já faz um tempo que ele está ouvindo os gritos do seu pai, ele abraça o meu pescoço com força e chora como nunca vi em todos esses anos. Zaian vem tentando pegar ele do meu colo.