Capítulo 6 - Nem tudo é o que parece.

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Boa noite, pessoal!
Algumas verdades não são tão verdadeiras assim...

Um abraço e boa leitura.

Kara Danvers •
Point of view

Durante oito anos, Lena viveu com a mentira de que eu estava morta, uma mentira cruel e dolorosa. Não consigo imaginar tudo que ela passou durante todo esse tempo. Eu não consigo nem sequer pensar na possibilidade de um dia viver em um mundo onde ela não esteja, sinto que meu corpo já estremece, coração fica apertado e a garganta sufoca como se eu não tivesse ar pra respirar, isso só de pensar, imagina viver de fato, por anos. Eu queria chorar por ela, gritar por ela, por nós. Por tudo que isso nos custou. Mas eu não consegui, eu estava paralisada no mesmo lugar, em choque. Como alguém seria capaz de algo tão baixo, tão desumano, tão cruel?

Olhando pra tudo isso, percebo que essa pessoa brincou com nós duas como se a gente fosse pequenas peças de um jogo onde ele controlava, nos colocando onde queria e como queria. Nos manipulou e com apenas uma mentira, nos tirou quase uma vida inteira juntas. Nos privou do direito de decidirmos por nós mesmas o que fazer com a relação que tínhamos.

O amor teria falado mais alto? A gente teria se dado uma chance? Estaríamos casadas? Com filhos? Uma família?

Nunca vou saber! Nos arrancaram isso. E eu vou saber quem foi. Por mim, por ela e por nós, essa pessoa vai pagar.

— Quem? — perguntei com raiva, olhos fechados. — Quem foi, Lena?

— Filha... — minha mãe que estava abaixada pegando os cacos de vidro da caneca que derrubou segundos atrás, tentava me chamar, mas eu estava alheia a tudo em volta, meu olhar estava direcionado a uma única pessoa. Eu só queria ouvir ela agora.

— Lena? — repeti. Ela agora estava sentada em uma poltrona, olhava para baixo, como se fitasse os pés, ela chorava compulsivamente.

— Kara! — minha mãe agora estava ao meu lado, segurando meu braço. — Vocês estão muito nervosas e alteradas, não podem conversar assim, filha. Se acalmem e só depois vocês conversam. Existem coisas que não se conseguem ser ditas numa única conversa, é doloroso demais. — a encarei com olhos franzidos.

— Você não entende, eu esperei durante doze anos. — frisei devagar essa fala. — doze anos, Mãe! — apontei minha mão em direção a Lena. — Ela viveu durante oito, com uma mentira de que eu estava morta. MEU DEUS tem noção de como isso é horrível? — passo as mãos pelos cabelos, incrédula com toda aquela informação. — Eu não consigo nem imaginar como isso deve ser doloroso, porque só de pensar já é sufocante o bastante. Imagina viver isso durante tanto tempo. — minhas lágrimas desciam teimosas pelo rosto, encaro minha mãe, impaciente. — Acha mesmo que eu quero esperar mais? Quero descobrir quem foi e quero fazer essa pessoa pagar por toda dor, por tanto sofrimento e por cada lágrima que nos fez derrubar durante todo esse tempo. — eu gritei, começando a andar de um lado para outro na sala, a raiva me consumindo.

— Kara, se acalme! — minha mãe falou firme, me seguindo com os olhos. — Você não vai resolver nada assim. Chega, vocês não vão conversar sobre isso agora, as crianças estão no quarto, Lena está visivelmente abalada e você está totalmente descontrolada. Acabou essa conversa, eu fui clara? — eu paro sobre a bancada, me apoiando e me viro em direção a minha mãe, a olho confusa.

— Que foi, Mãe? Porque essa insistência toda em deixar essa conversa pra depois? Eu só quero esclarecer as coisas, mas parece que não compartilhamos da mesma opinião, não quer que eu saiba quem foi o responsável? Sabe de algo que eu não sei?

Say you won't let goOnde histórias criam vida. Descubra agora