16: Meu namorado?

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Morro do Vidigal, Dezembro.

BIA

Já faz um mês que eu estou aqui no Morro do Vidigal, um mês que eu fui resgatada

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Já faz um mês que eu estou aqui no Morro do Vidigal, um mês que eu fui resgatada.

Hoje eu tenho consulta com a obstetra aqui da UPA, Caveira insistiu que quer ir comigo. Eu gostei da ideia, vou me sentir mais segura com ele lá.

Terminei de me analisar no espelho e sai do quarto que durmo, descendo as escadas e indo pra cozinha.

Beatriz - Tô pronta. - Caveira me olhou e sorriu. Ele tá encostado na bancada, mexendo no celular.

Ele guardou o celular no bolso e caminhou calmamente até mim, segurando minha mão com carinho e beijando minha testa.

Saímos de casa assim, de mãos dadas. Caveira queria ir de moto ou carro, mas a obstetra disse, na última consulta, que é bom eu caminhar. Não posso ficar sedentária.

Enquanto caminhávamos no meu tempo, Caveira cumprimentava quase todas as pessoas que passavam por nós. Algumas sorriam e acenavam para mim também, outras me olhavam com interesse e curiosidade. As meninas que parecem ter minha idade, talvez um pouco mais velhas, me olhavam com nojo e raiva.

Será que fiz algo errado?

A Alice me mostrou um vídeo, que uma mulher dizia que muitas pessoas vão ficar com inveja da minha gestação e vão colocar olho gordo, para eu perder o bebê.

Existe muita maldade no mundo, não tenho dúvidas disso.

Chegamos na UPA e eu sentei, enquanto o Caveira foi falar com a recepcionista. Depois de alguns minutos falando com ela, ele sentou ao meu lado e apoiou a mão na minha coxa, fazendo carinho com o polegar.

Obstetra - Beatriz Santana? - Me levantei junto com o Caveira. - Me acompanhe, por favor.

Seguimos ela até a sua sala particular e eu fui direto ao banheiro colocar uma roupa especial para ela conseguir me examinar. Eu até poderia ficar com a minha roupa, mas estou de vestido e não quero mostrar minha calcinha para o Erick.

Caveira - Quando podemos descobrir o sexo do bebê? - Cruzou os braços, parado ao meu lado igual um guarda-costas.

Obstetra - Só quando ela completar 4 meses de gestação. Ela entrou no segundo mês agora. - Sentou e colocou luvas.

Ela fez o ultrassom e disse que está tudo bem com o bebê.

Obstetra - Tudo certo por aqui. Sente desconforto ou dor nos seios? - Aceitei. - Ok. É normal. Inicie uma alimentação balanceada para evitar ganho de peso excessivo e garantir nutrição adequada ao bebê. Quando você completar 3 meses, vai conseguir ouvir o coração do bebê. - Me animei com a ideia. - Também aconselho que faça o pré-natal no início do terceiro mês de gestação.

Beatriz - Quando vou conseguir sentir o bebê se mexendo?

Obstetra - É a melhor parte. - Sorriu. - No quarto mês, talvez. É importante que você beba muita água para manter a pele hidratada e evitar inchaço. - Concordei.

Beatriz - E quando posso fazer o chá de bebê?

Obstetra - No sétimo mês de gestação. Eu sei que ainda faltam 7 meses para o bebê nascer, mas você precisa ter em mente as vacinas que o bebê precisa tomar, então vou te passar uma lista, ok?

Beatriz - Perfeito. Quanto mais preparada eu estiver, melhor.

Ela foi até a mesa dela e disse que eu poderia ir até o banheiro me arrumar, enquanto ela fazia a lista das vacinas e receitava algumas vitaminas. Quando voltei para o quarto, Caveira não estava mais.

Obstetra - Seu namorado pediu para avisar que ele foi ao banheiro e vai te esperar na recepção.

"Meu namorado"?

Beatriz - Ok. - Peguei minha bolsa que tinha deixado em cima da cadeira.

Peguei a receita e a lista com ela, me despedi e saí, indo encontrar o Caveira na recepção. Ele se levantou da cadeira quando me viu.

Caveira - Tudo certo? - Confirmei. - Então vamos pra casa. - Segurou minha mão novamente e saímos da UPA.

Enquanto caminhávamos pela rua ensolarada, tomei coragem para perguntar uma coisa para o Erick.

Beatriz - Falou para a obstetra que cê é meu namorado? - Ele nem tremeu, apenas riu.

Caveira - Talvez. - Me olhou. - Por quê?

Beatriz - Só queria saber. - Ele voltou a olhar o que tinha na sua frente, e eu também.

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Gostaram do capítulo? Espero que sim!

Estou trabalhando igual uma condenada, por isso não estou postando com frequência, mas prometo que não vou abandonar o livro.

Made In Vidigal | FinalizadoWhere stories live. Discover now