40: Explodiram o meu carro

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Hospital, Dezembro.

CAVEIRA

TRÊS MESES DEPOIS

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TRÊS MESES DEPOIS...

Hoje pela manhã tiraram a Beatriz do coma. Finalmente, não aguentava mais ver ela deitada em uma cama de hospital.

Agora só precisamos esperar e ver quando ela vai acordar.

No próximo mês o Liam já pode tirar o gesso também, eu vejo como é horrível para ele ficar com aquele troço.

Os gêmeos já estão com 5 meses, grandes e saudáveis.

Caveira - Me alcança o talco, Midas. - Pedi e o mesmo pegou o pote de talco dentro da bolsa do Liam.

Midas - Tô bolado com a Alice, mano. - Me entregou o talco. - Ela não quer ter filhos, disse que ser mãe não faz parte dos planos dela. - Cruzou os braços, parecendo realmente chateado.

Terminei de espalhar o talco na virilha do Liam e fechei a fralda antes de falar qualquer coisa.

Caveira - A única coisa que cê pode fazer, é respeitar a decisão dela, irmão. - Arrumei a calça do Liam no lugar e coloquei ele no berço junto com a irmã.

Caminhei até a poltrona ao lado da cama da Bia e me sentei.

Midas - Quando começamos a ficar, eu deixei claro pra ela que sentia vontade de ser pai. O que custava ela ter me dito isso antes? Agora amo uma mina que não quer ter uma família comigo.

Assunto complicado.

Beatriz - Logo aquela cabeça dura muda de ideia. - Arregalei os olhos quando ouvi sua voz doce e baixa.

Me ergui da poltrona e segurei sua mão, deixando um beijo na sua testa.

Caveira - Oi, linda. - Avaliei bem seus olhos. - Tá sentindo alguma dor? Vou chamar o médico. Midas, chama o médico lá! - Ele aceitou e saiu do quarto.

Beatriz - Relaxa, bobo. - Molhou os lábios. - Preciso de água.

Fui até o bebedouro que tem no quarto e coloquei bastante água em um copo de plástico, ajudando ela a tomar. Ela agradeceu, e eu deixei o copo em qualquer canto.

Caveira - Que bom que cê acordou, Liam e Ayla estão com saudades. - Acariciei seus cabelos.

Beatriz - É bom saber que vocês estão bem. - Vi seus olhos cheios de lágrimas. - Conseguiram pegar o Terror?

E lá vamos nós...

Caveira - Vamos falar disso depois, ok? Antes de tudo, vamos esperar o médico chegar. - Ela aceitou e tocou meu rosto carinhosamente. - Fiquei com muito medo de te perder, Bia.

Beatriz - Eu tô aqui agora, vai ficar tudo bem. - Coloquei minha mão por cima da sua no meu rosto e fechei os olhos, aproveitando seu toque.

[...]

Beatriz foi fazer uma bateria de exames e já voltou para o quarto. Está sentada na cama, com o Liam no colo, chorando muito por ele ter quebrado o braço.

Beatriz - Eu sou uma mãe horrível. - Passou uma mão no rosto, limpando as lágrimas.

Caveira - Para de dizer isso, Beatriz! - Sentei na poltrona novamente, cansado. - No dia do acidente, eu me culpei muito por tudo que aconteceu, demorou para eu colocar na cabeça que nada era culpa minha. Eu fiz tudo que pude para manter vocês em segurança. - Me inclinei para frente, tomando cuidado com a Ayla dormindo em meu peito. - Tu é uma ótima mãe, linda.

Beatriz - Obrigada, amor. - Sorriu lindamente para mim.

"Amor"? Ela me chamou mesmo de amor?

Caveira - Não precisa agradecer, linda. - Olhei para o pequeno em seus braços. - No próximo mês eles vão tirar o gesso do nosso menino.

Beatriz - Esse gesso deve ser horrível, ainda mais para uma criança com meses de vida.

Ficamos aproveitando a presença um do outro, até que duas enfermeiras entraram no quarto e levaram os gêmeos para tomar banho. Assim que as duas enfermeiras saíram do quarto, outra entrou e disse que ia ajudar a Bia a tomar banho.

Caveira - Eu vou sair pra comer alguma coisa. - Me aproximei da Bia e dei um selinho na mesma. - Volto logo, linda.

Beatriz - Se cuida.

Aceitei com a cabeça e sai do quarto. Entrei no elevador e apertei o botão do estacionamento. Quando as portas de metal se abriram, caminhei até o meu carro e dirigi até o restaurante mais próximo. Pedi o especial do dia e almocei ali mesmo, olhando a vista da rua movimentada.

Garçom - Senhor, um homem pediu para te entregar esse bilhete. - Ergui uma sobrancelha e peguei o bilhete.

Caveira - Valeu. - Ele acenou com a cabeça e se afastou.

Abri o bilhete e li com atenção.

"Deveria cuidar mais da sua mulher e dos teus filhos, Erick."

Na mesma hora o meu sangue gelou e eu me levantei da cadeira. Efetuei o pagamento e corri até o meu carro, querendo ir logo para o hospital. Assim que bati a porta do carro e liguei o mesmo, escutei um barulho estranho, parecido com um cronômetro.

PUTA MERDA!

Não deu tempo de correr muito antes do carro explodir e meu corpo ser arremessado para longe. Senti todo o meu corpo doer, principalmente minha cabeça. Toquei minha têmpora quando senti algo escorrendo, notando ser sangue.

XxX - Você está bem? Quer que eu chame um médico? - Uma senhora perguntou, parada praticamente ao meu lado.

Mesmo com os ouvidos zunindo, tive que me erguer do chão e me manter firme diante da tontura. Já que não tenho mais carro, vou ter que correr até o hospital.

Caveira - Não, obrigado. - Respondi, por educação.

Comecei a correr conforme meu corpo deixava, já que ainda estava sob efeito da explosão. Quando cheguei no hospital, entrei no elevador que já estava com duas pessoas dentro e apertei o botão do andar que a Beatriz está com os gêmeos. Assim que as portas se abriram, corri até o final do corredor, chegando no quarto e vendo Beatriz deitada na cama e os gêmeos no berço.

Beatriz - Erick? O que aconteceu?! - Me encarou com preocupação.

Caveira - Explodiram o meu carro. - Falei, como se fosse algo normal.

Beatriz - Meu Deus!

Sentei na poltrona ao lado da sua cama e fechei os olhos, querendo descansar um pouco.

Beatriz - Vou chamar o médico, tem que cuidar dos seus ferimentos. - Não respondi, apenas fiquei quieto.

Eu preciso matar o Terror!

~~~~~~~~~~X~~~~~~~~~~

CAPÍTULO SEM REVISÃO!

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