Capítulo 1

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Rhaenyra chegou no escritório mais cedo, tentou encaixar o carrinho de bebê dentro do elevador apertado. O prédio era ótimo, mas aqueles elevadores davam muita dor de cabeça a mulher que precisava levar um bebê de 4 meses para o trabalho. Existia um unico jeito de encaixar aquele carrinho e ela dentro daquele pequeno espaço, mas hoje ela carregava uma caixa com alguns suprimentos para o pequeno Joff, algo que ela fazia uma vez por semana.

- Deixa comigo - Daemon apareceu atrás da mulher, pegando o pequeno bebê no colo.

- Obrigada! - respondeu sem jeito.

Nyra fechou o carrinho e o colocou no canto do elevador. O pequeno Joffrey estava com sua mãozinha segurando firmemente a corrente de ouro que Daemon levava no pescoço. Seu coração acelerou por um breve momento, Joff sempre chorava no colo de Laenor, no entanto, com Daemon ele se tornava o bebê mais calmo do mundo.

- Você não é chorão não né - brincou Daemon tocando o nariz do bebê - É um carinha com personalidade.

- Coloca personalidade nisso.

- Ele puxou a mãe - Daemon sorriu de lado e apertou o botão do 7º andar.

- Sou chorona? É isso? - perguntou a mulher no mesmo tom de brincadeira.

- Não - riu - Tem personalidade

A mulher acomodou seu filho no carrinho novamente e entrou em sua sala. Costumava passar a sala de Laena e cumprimenta-la, mas sua sócia, e, cunhada, deveria estar ocupada com o marido lá. Sentou em frente ao seu computador e começou a trabalhar, recebeu um email de Harwin. Nele tinha uma foto do seu ex amante com a farda policial, sentado em uma e mesa segurando uma plaquinha de delegado. O email era seguido de poucas palavras: "Finalmente consegui virar delegado. Sinto sua falta. Como estão Jace e Luke?".

Rhaenyra havia escondido a existência de Joffrey, sabia que se seu ex amor soubesse, não teria mudado de cidade para subir de cargo. Independente do sentimento que tinham e que fosse de consciência de Laenor, não era para o resto da família. Ninguém poderia descobrir, esse era o acordo nupcial que haviam feito, vivessem o que vivessem fora do casamento, jamais alguém deveria descobrir.

"Parabéns pela promoção. Também sinto sua falta e os meninos estão cada vez maiores".

Era verdade, sentia falta de ter uma companhia, de ter Harwin perto, mas, principalmente, sentia falta de sexo. Estava há mais de 10 meses sem transar, depois que Strong foi embora, ela embarcou na gravidez e nunca mais foi atrás de alguém mais para lhe satisfazer. Os brinquedos que tinha já não faziam mais efeito, nem pornografia, nem leitura erótica e muito menos seus próprios dedos. Estava tão sedenta que até Laenor fugia dela com medo de ataca-lo. Em todas as gravidezes de Rhaenyra, sentiu muito tesão, mais do que o normal, entretanto, nas outras duas, Harwin estava lá para para satisfazê-la, nessa não teve ninguém além de si mesma.

Por um momento pensou em ir a algum bar procurar companhia, mas não teia com quem deixar Joff. Talvez uma babá, pensou ela, para poucos segundos depois declinar a ideia, seu filho era pequeno demais e os outros meninos comentariam com as gêmeas que ela havia saído a noite. Precisava de uma cumplice, de alguém para poder acobertá-la. Então, lembrou de Harwin questionando o porquê dela não se divorciar.

Rhaenyra ficou orfã de mãe muito cedo, e seu pai casou logo em seguida com uma mulher poucos anos mais velha que a própria filha. Quando sua esposa estava gravida pela 3ª vez, seu pai faleceu e com isso deixando absolutamente tudo para a esposa. Nyra tinha 18 anos e o único dinheiro que sobrou foi para pagar a faculdade, Laenor apareceu com uma proposta de lhe ajudar, caso ela o ajudasse a fingir um casal. Quando engravidou de Jace, os dois estavam tão envoltos em mentiras que não conseguiram contar a verdade. Daí para frente, foram mentiras atrás de mentiras, e, hoje, ela, de fato, não via mais motivos para não pedir divorcio se não tivesse engravidado novamente.

TentaçõesWhere stories live. Discover now