02. Quem É Você?

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Lee Minho




Havia tido um dia estressante. Eu realmente não conseguia lidar com a minha própria família.


Não conseguia fazê-los entender que eu não desejava me casar, que não desejava construir uma família, ainda mais com Taylor.


Ao contrário do que pensavam, tinha convicção que estava muito melhor sozinho em meu apartamento. Saía a hora que eu queria e fazia o que eu desejasse fazer. Não precisava me limitar em meus horários, ou na quantia que gastaria com pequenas bugigangas.


E não havia sensação melhor.


Nada se comparava a minha liberdade.


Logo depois que saí da reunião da família Lee, segui para o meu lugar favorito. Uma praça, onde crianças sorriam e brincavam alegres, se preocupando apenas com seus pequenos arranhões. Um lugar onde eu podia ler tranquilo.


Podia até ser estranho para um alpha como eu. Na verdade, só parecia estranho para àqueles que achavam que alphas eram sempre rudes, agressivos e extremamente viris, e que não podiam gostar de coisas normais como a leitura e um lindo pôr do sol.


Taylor pensava assim e era exatamente por isso que eu não a queria como minha esposa.


Minha vida sempre foi monótona e pacata. Às vezes meus amigos tentavam me arrastar para festas, mas sempre achei muito entediante e superficial.


Costumava frequentar diferentes bares no passado, ia em festas, bebia e passava a noite toda acordado, mas decidi me afastar de tudo após meu término com Nickolas.


Fiquei realmente péssimo naquela fatídica noite, e desde então, tentei ficar o mais longe possível desses ambientes. Jeongin até tentava me arrastar para algumas, mas não obtinha sucesso sempre.


Enquanto tentava prestar atenção no meu livro, notei algumas pessoas recolhendo suas coisas para ir embora, e só aí senti as primeiras gotas de chuva.


O que antes eram apenas algumas gotas de chuva começou a virar uma grande tempestade, com direito a raios, trovões e relâmpagos.


Corri para o meu carro e o liguei, pronto para sair e voltar para a segurança do meu apartamento.


Até que vi uma pessoa cambalear atordoada por conta da luz ofuscante dos faróis. No instante seguinte, a pessoa foi de encontro ao chão.


Corri até o corpo caído e o peguei no colo, levando até meu carro. O pensamento de que minha mãe reprovaria minha atitude passou rápido pela minha mente.


O ajeitei no banco de trás e entrei no banco do motorista, praguejando um pouco por estar molhando o estofado.


Puxei meu celular do bolso e procurei por uma lista de hospitais. Não existia uma rede pública por perto, então eu fiquei alguns segundos refletindo sobre o que fazer.


Não sabia da condição financeira do homem e minha própria não era das melhores. Apenas uma consulta no clínico geral poderia fazer um rombo em meu orçamento do mês, dependendo da situação atual do homem desmaiado em meu carro, poderia mais prejudicá-lo do que ajudá-lo.


Estiquei meu braço entre os bancos e toquei sua tempora. Constatei que ele estava vivo, apenas inconsciente. Suas vestes me levaram a crer que ele tinha uma situação mediana, que poderia estar apenas perdido.


Decidi abrigá-lo até que recobrasse a consciência. Me xinguei várias vezes pela loucura de levar um desconhecido para dentro do meu apartamento, mas mesmo assim, dirigi até lá.


Estacionei o carro e peguei mais uma vez o corpo em meus braços. As luzes do prédio me permitiram ver seu rosto pela primeira vez.


Um lindo ômega.


Sua pele estava fria por conta da chuva. Abracei mais contra meu corpo e chamei o elevador.


— O que aconteceu com o rapaz? — Minha vizinha perguntou assim que parei em frente a minha porta.


— Mais uma vez digo que não é da sua conta, dona Lucinda. Não precisa tomar conta de mim, já tenho vinte e três anos. — Respondi rude e entrei.


Aquela vizinha ficava na porta do apartamento apenas para prestar atenção na vida dos outros, e muitas vezes já entrei em situações desconfortáveis por conta de suas fofocas.


— Acorde! — Coloquei o garoto no sofá e sacudi de leve seu ombro.


"Se ele não acordou nem com o frio e a chuva, não vai acordar tão cedo."


Com medo de ter cometido um erro ao não levá-lo imediatamente para o hospital, conferi seu pulso mais uma vez. Apenas inconsciente.


Me questionei sobre trocar sua roupa molhada. Mas por fim, decidi trocar apenas a camisa, pensando que se ele continuasse molhado daquele jeito, ficaria doente. Não poderia trocar toda sua roupa, não me atreveria, mas pelo menos a peça de cima poderia ajudar.


O peguei no colo pela terceira vez e o levei para o quarto. Subi sua blusa e notei vários cortes na região da barriga e em seus pulsos, também notei seu cheiro extremamente doce.


"Ômega. Definitivamente ômega."


Tirei apenas sua blusa e deixei a bermuda, agradecendo por ela ser de um tecido fino. O envolvi com uma toalha e puxei o grosso cobertor para cima de seu corpo.



Peguei meu celular para ligar para um hospital, torcendo para que uma consulta de emergência não me custasse mais do que cem. Sentei ao seu lado, e me preocupei em manter certa distância, para que ele não se assustasse. O que claramente não deu certo.


— Quem é você? — Sussurou falho e se arrastou um pouco.


— Me desculpe. — Raspei minha garganta. — Meu nome é Lee Minho. Eu vi você desmaiar no meio da estrada e te trouxe para cá. Se quiser eu te levo agora mesmo para casa ou para um hospital. — Levantei rapidamente e coloquei o celular no bolso. — Tenho um plano de saúde familiar, nunca precisei conferir hospitais, então... Como não sei da sua condição e também não tinha certeza se poderia pagar, resolvi te trazer até aqui e pedir ajuda de um amigo. Ele trabalha em um hospital um pouco longe daqui mas...


— Eu não tenho mais uma casa. — Deixei um som surpreso escapar pela minha boca. — Fez certo em não me levar para um hospital. Não tenho dinheiro para isso agora.


...

Heey,

Espero que o começo não esteja tão merda :)

Merece comentários? :) Me incentivem a continuar a postar essa versão

Lightning | Versão Minsung | M.Preg ✔Where stories live. Discover now