18. Você Está Se Sentindo Sozinho?

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Han Jisung 





Continuei encarando Minho, na esperança que ele se pronunciasse sobre o que aconteceu de tarde, ou apenas falasse em que lugar eu iria dormir, mas parecia que seu foco estava em qualquer lugar menos em mim.




— Okay, Jisung, o que você quer? — Deu uma leve risada. — Você está me encarando faz uns dois minutos, estou ficando preocupado.




— Eu estava esperando que me falasse onde eu vou dormir a partir de agora, já que concordei em ficar aqui até o bebê nascer. Isso meio que acaba com os planos de sair desse apartamento no próximo mês. Vou ficar aqui mais tempo que eu esperava.




— Nosso filho. — Sorriu ao corrigir. — E como assim? Você vai dormir junto comigo. — Me olhou genuinamente confuso.




— Minho, eu não posso passar nove meses na mesma cama que você. Não somos nada e isso seria estranho. E além disso, vou acabar te enchendo o saco, logo a barriga vai crescer.




— Você está certo. — Meu sorriso vacilou com seu tom firme. — Você não vai passar nove meses na mesma cama que eu, e sim a vida inteira. — Sorriu de lado. — Já pode dizer "Isso resolve tudo, Minho! Boa noite!"




— Está levando isso tudo na brincadeira, não é? Estou falando sério! Eu disse que ficaria aqui e que deixaria você exercer o papel de padrinho desse filho, mas daí fingirmos que somos uma família feliz, que não temos nenhum problema e que nos conhecemos a anos, já é demais. — Sentei na cama.




— Okay. — Vi sua expressão mudar. — Pode ficar com a cama. — Pegou o travesseiro e o edredom. — Tem outro dentro do armário, pegue o que quiser. — Saiu do quarto e fechou a porta.




"Acho que não pensei muito sobre isso..."






Lee Minho






Talvez eu tenha realmente me empolgado demais com a notícia de ser como um pai, mesmo não sendo o biológico. 

           

  

Eu não sei porque eu estou pressionando tanto para que ele me aceite em sua vida, e nem sei porque quero tanto isso, afinal, nos conhecemos a pouco tempo e eu já estou atrás dele.




A alguns meses atrás eu disse a meu pai que não queria construir uma família e que as crianças do orfanato do qual trabalho já são a minha família. 




Isso mudou quando encontrei Jisung aquele dia.




Eu não sei o que Jisung causa em mim.




De repente eu quero estar com ele e cuidar de um filho que não é meu. Isso é quase inadmissível para qualquer alpha.




Mas para mim se tornou um desejo.




Eu não me importo com o que os outros vão pensar quando descobrirem que não sou realmente o pai e que Jisung não é meu ômega. 




Ainda.




Eu apenas o quero em meus braços e quero que sejamos uma família. 




Estou realmente ficando louco.



                 

É como se alguma força me puxasse para perto de Jisung, como se essa força soubesse que é alí que eu deveria estar.




Taylor sempre esteve comigo e mesmo assim nunca senti o desejo de ter uma família com ela. Nem mesmo para uma aliança de negócios.




Mas parece que com Jisung tudo é diferente, desde que o vi desmaiar na estrada aquele dia, tive uma sensação estranha. Como se eu tivesse que estar com ele.




Tive vontade de protegê-lo contra tudo e contra todos.




— Minho? — Ouvi um sussurro e abri os olhos. 




Encarei a silhueta de Jisung sob a luz que entrava pela janela e só aí percebi que uma forte tempestade caía lá fora. 




— Ei, Minho! Você já está dormindo? — Me mantive imóvel para ver o que ele faria.




Jisung saiu do meu campo de visão e eu pensei em chamar, mas logo ele voltou segurando algo e empurrando levemente meu peito.




Tive vontade de rir com sua tentativa falha de deitar ao meu lado no sofá mas me contive. Resmunguei algo e me pressionei contra as costas do sofá para dar espaço para que ele se deitasse. 




— Você está acordado, não está? — Colocou sua pequena mão em meu rosto e eu sorri grande.




— Sim, e estou surpreso por você estar aqui. — Descansei meu braço em sua cintura. 




— Vim ver se não estava se sentindo sozinho. — Sussurrou e eu gargalhei.




— Obrigado, estava realmente me sentindo sozinho. Agora me abrace mais apertado, eu tenho medo dos trovões. — Ri e beijei sua bochecha.




— Eu te protejo. — Se aconchegou em meu peito e ficou um bom tempo em silêncio antes de voltar a falar. — Estou me sentindo estranho.




— Como assim? — Murmurei de olhos fechados, aproveitando seu cheiro de perto. — Estamos compartilhando a cama a um tempo considerável. 




— Não, é que... Me sinto mais sensível a você. — Sua voz saiu meio falha e eu contive a vontade de rir.




— Hormônios. Está tudo bem, não ficarei mais emocionado do que já estou. O bebê precisa de conforto e só consegue quando sente que a pessoa que está carregando está segura. 




— Como sabe de tudo isso?




Ri baixo e o apertei mais em meus braços. — Conheci outros ômegas na mesma situação que a sua. Acredite, eu não estou sendo impulsivo, eu só sei o que é.




— Então assumiu outras crianças pelo mundo? 




Soltei uma gargalhada, que foi abafada por um estrondoso trovão. — Não, não se preocupe, é a primeira vez que faço isso.




...


Heey,

+10 comentários e eu volto ;)

Lightning | Versão Minsung | M.Preg ✔Where stories live. Discover now