capítulo seis: a festa

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O colchão duro e o lençol rasgado ainda aconchegava o pequeno corpo de Emma

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O colchão duro e o lençol rasgado ainda aconchegava o pequeno corpo de Emma. O cheiro da poeira congestionava suas narinas, mas a garota fungava silenciosamente enquanto dormia em um sono profundo. Do lado de fora do quarto, a madeira rangia com passos animados, vozes aumentavam e diminuam constantemente, fazendo com que a garota lentamente despertasse.

Tentou acostumar seus olhos com a luz do sol, que estava completamente envolvida no aposento. Seus sentidos se agitaram e ela abruptamente se sentou na cama. Não havia nenhuma outra presença no quarto. Ao lado da porta, um relógio batia os ponteiros em tic-tac e o horário mostrou o que ela temia: ela estava atrasada. Ela se levantou, seus pés descalços tocando o chão gelado. Seu vestido de pano fino tinha uma coloração amarelada e seus cabelos loiros estavam despenteados. Atravessando a porta, apertou o passo enquanto descia as escadas do casarão que pareciam infinitas. Se sentiu furiosa, mas não podia demonstrar tal sentimento. As vozes ficaram mais altas e Emma rapidamente chegou ao ponto de encontro.

A sala de jantar tinha uma mesa extensa e um lugar reservado para cada criança. Todas as vinte e duas estavam sentadas em seus lugares marcados, comendo o café-da-manhã enquanto conversavam. Ninguém a notou, e naquele ponto, ela achou que teria sorte em se esgueirar silenciosamente até o seu lugar. Mas ela não era tão sortuda assim.

– Emma! – o semblante nervoso de uma mulher robusta congelou a garota. Uma pontada interior sucumbiu e um sentimento amedrontado a encolheu. – Por que não está na mesa?

A garota enrijeceu. Ela desviou o olhar, o abaixando para observar as roupas da mulher. A diretora Rose sempre estava arrumava. Parecia gostar de parecer limpa enquanto as crianças usavam roupas encardidas.

– Não me diga... – ela grunhiu. Suspirou fundo por um segundo e esfregou as têmporas, procurando por paciência. – Você estava dormindo até agora? Sendo uma das mais velhas, você deveria mostrar mais responsabilidade!

Emma lentamente acenou com a cabeça. As mãos da unha da mulher estavam pintadas em um vermelho vivo. Por algum motivo, isso a lembrou de sua mãe. A memória rapidamente ficou embaçada e ela se frustrou. Odiava quando isso acontecia. Gostaria de poder se apegar mais às lembranças. Segurá-las por mais tempo, antes que fossem embora.

– Sente-se em seu lugar. Agora! – a mulher disse em bom e alto tom. Emma rapidamente a obedeceu, procurando pela cadeira no meio de outras duas meninas. Todos os olhares a acompanharam. – Por conta da sua demora, creio que terá apenas sobras.

Uma das cozinheiras se aproximou, raspando o fundo de uma frigideira de omelete deixando cair pedaços ressecados em seu prato. Também serviu um pedaço de pão envelhecido e foi embora. Emma se sentiu miserável, mas se endireitou no assento. Se focasse o bastante naquele prato à sua frente, poderia ignorar as meninas ao seu redor rindo e cochichando. A dissociação era a sua melhor amiga, mas também um dos motivos para a diretora Rose apelidá-la de lerda e desatenta.

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