capítulo dez: emboscadas

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Sem que dirigissem palavras uns aos outros, o grupo de cinco jovens andaram cuidadosamente pela cidade infestada de criaturas

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Sem que dirigissem palavras uns aos outros, o grupo de cinco jovens andaram cuidadosamente pela cidade infestada de criaturas. Acima deles, o céu estava com nuvens escuras condenadas à chuva, que se recusava a cair. E os adolescentes torceram para que realmente não caísse. Nada poderia ser pior do que lutar contra criaturas enquanto uma tempestade os atrapalhava.

– Parem agora – Adam disse, com a voz saindo como um disco arranhado de alguém que não pronunciou nenhuma palavra há um bom tempo. Ele não estava de bom humor. E o resto estava preocupado demais para conversarem. O líder se encostou na parede, colocando minimamente a cabeça para observar os mortos-vivos andando pelas ruas. Ele rapidamente os contou. – Tem pelo menos uns 20.

– O que fazemos? Atraímos eles e jogamos umas bombas? – Nate sugeriu. Adam abriu a boca para falar alguma coisa, mas a fechou. Aquilo não parecia ser uma ideia ruim.

– Acho que isso pode funcionar – falou. – Vamos nos aproximar mais da onde o Comandante está.

Os jovens caminharam lentamente pelos becos das ruas, evitando o contato com as formas esqueléticas e bêbadas que cambaleavam pelos asfaltos. Adam avançou na frente, depositando uma mina explosiva em um dos becos. Não era tão potente quanto a bomba que utilizavam diretamente nas criaturas, mas seria o suficiente para atraí-las.

O próximo passo era subir para para o terraço da casa ao lado.

Nate teve a tarefa de abrir a porta, quebrando a maçaneta com força bruta de um tijolo que encontrou no caminho. Mas falhou, com o bloco esfarelando em suas mãos como se fosse um torrão de açúcar. Apesar da frustração, utilizou a parte de trás da pistola para conseguir quebrar a fechadura com sucesso.

O lugar tinha um cheiro deplorável. Não devia ter sido aberto há muito tempo, pois se depararam com a cozinha emanando o cheiro de comida podre. O mofo branco havia tomado parte da maioria das panelas e pratos que ocupavam uma mesa de jantar. A decadência era tão horrível que Beatrice jurou ter visto vermes se contorcendo na toalha de pano.

Ela sentiu seu estômago se revirar, olhando ao seu redor, sem saber como os outros estavam lidando com o ar podre. Diferente deles, ela foi a única que teve que segurar o vômito que expeliu diretamente para a sua boca. Quando o gosto ficou preso em sua língua, ela desejou ter vomitado ao invés de engolir o conteúdo gástrico.

– Bea, você está bem? – Adam perguntou, parado no pé da escada. A mão de Beatrice estava presa no rosto, com medo se caso a tirasse, uma grande náusea deixaria o cheiro daquele lugar pior do que já estava. Ela balançou com a cabeça para dizer que sim. – Vamos subir logo para sair desse lugar horrível.

Concordou, mas a náusea a acompanhou até o último degrau da escadaria. Lá de cima, eles podiam visualizar o que acontecia ao redor. O prédio alto e o ponto de referência estava do outro lado da rua, infestado de criaturas amaldiçoando os soldados do lado de dentro com seus grunhidos altos e presença ameaçadora.

PREDADORESWhere stories live. Discover now