Capítulo 19

2.3K 345 33
                                    

Rhysand a trouxe um vestido naquela manhã; era lilás e esvoaçante, grossas ligas se ligavam aos seus ombros e entrelaçavam sua barriga chegando até a cintura, os seios foram apertados e comportados por um bordado grosseiro de prata, a saia se esticava para seus pés calçados em sandálias abertas, uma roupa perfeita para combater o calor da Corte Estival.

O Grão-Senhor estava de preto da cabeça aos pés, acentuado pelo bordado prateado e nenhuma asa. O macho contido e sofisticado que ela conhecera no começo.  Sua máscara preferida.

O vestido farfalhou e suspirou conforme desceram os degraus da entrada da cabana. Ele a observou com um olhar longo e indecifrável, desde os pés em sandálias de prata até o cabelo preso pela metade. Com o vestido, Rhysand trouxe uma das gêmeas, Nuala cacheara as mechas que tinham sido deixadas para baixo, cachos macios e leves que ressaltavam o puro vermelho de seu cabelo. Lentamente, ele enrolou seu braço ao dela, entregando seus dedos limpos naqueles cobertor pela tatuagem, Kara engoliu em seco, o nervosismo a consumindo por dentro.

Nada havia mudado.

— Magnífica.

Ele não ofereceu aviso antes de sumir em um vento da meia-noite; então... Ela estava semicerrando os olhos diante do sol incandescente em um mar turquesa, ao mesmo tempo que tentava reorganizar o corpo sob o calor seco e sufocante, mesmo com a brisa refrescante da água. Kara piscou algumas vezes, e foi o máximo de reação que se permitiu mostrar quando ambos se afastaram do toque um do outro.

Parecia que estavam de pé em uma plataforma de pouso na base de um palácio de pedra, o próprio prédio ficava empoleirado no alto de uma ilha-montanha, no coração de uma baía em meia-lua. A cidade se estendia ao redor e abaixo de deles, na direção daquele mar reluzente; os prédios eram todos feitos daquela pedra, ou brilhavam com um material branco que podia ser coral ou pérola. Gaivotas sobrevoavam os muitos torreões e pináculos, nenhuma nuvem acima delas, nada com elas na brisa, além de ar salgado e dos ruídos da cidade abaixo.

Várias pontes conectavam a ilha tumultuada à massa de terra maior que a circundava em três lados, e uma delas se erguia no momento para que um navio de muitos mastros pudesse atravessar. De fato, havia mais navios do que Kara jamais imaginou contar; alguns navios comerciais, alguns de pesca e alguns, ao que parecia, transportavam pessoas da cidade na ilha para o continente cujo litoral inclinado estava abarrotado de mais prédios, mais pessoas.

— Bem-vindos a Adriata — disse o macho alto no centro do grupo.

E ela o conhecia, se lembrava dele. Não pela memória, não tinha o visto naquele dia que surgiu nesse mundo. Mas, Kara leu sobre ele, e se lembrara de que o belo Grão-Senhor da Corte Estival tinha pele marrom exuberante, cabelos brancos e olhos de um azul-turquesa impressionantes. Já sabia que ele tinha sido obrigado a assistir enquanto a mente de um de seus cortesãos era invadida e, então, a vida deste era extinguida por Rhysand. E Rhysand mentira para Amarantha a respeito do que tinha descoberto, e poupara o homem de um destino talvez pior que a morte.

Do seu lado, Rhysand apenas cantarolou:

— Bom ver você de novo, Tarquin.

As outras cinco pessoas atrás do Grão-Senhor da Corte Estival trocaram expressões de severidade diversa. Como o senhor delas, tinham a pele escura, os cabelos em tons de branco ou prata, como se tivessem vivido sob o sol forte a vida inteira. Os olhos, no entanto, eram de todas as cores. E agora se moviam de maneira desconfiada para Kara.

Rhysand colocou uma das mãos no bolso e gesticulou com a outra para a feérica ao seu lado.

— Não acredito que vocês dois tenham sido formalmente apresentados Sob a Montanha. Tarquin, Kara. Kara Tarquin. — Ele não mencionou nenhum título ali, ou para irritá-los, ou porque os achava um desperdício de fôlego.

Corte De Sonhos e Mudanças | ʳʰʸˢᵃⁿᵈTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon