Histórias da floresta Sombria

Cinzas, Fogo e Escuridão

Os cavaleiros das cinzas

Esses seres eram a principal arma da horda de sangue durante a era vermelha, e só existiram quatro, Cernnos os criou pegando a alma de quatro deuses sombrios, as modificando, para isso Cernnus as deixava fragilizadas, as dilacerando até que não pudessem mais ter escolha propria, implantando uma quantidade imensa de escuridão nelas, as corrompendo por completo, até se transformarem em uma Elgar, uma alma divina corrompida e coberta por escuridão pura. E depois disso, Cernnos caminhou dobre o sol e roubou um pedaço de seu coração, a parte mais ardente da grande estrela, e os fundiu as Elgar, formando almas que sintilam o fogo azul do sol e se misturam a escuridão mais pura do abismo.

Em seguida ele as colocou em corpos de carvão, vestidos com armaduras de fragmento unicórnico, criando assim, quatro cavaleiros de carvão que são cercados por fogo e forrados por escuridão. Ninguém nunca tinha visto seus rostos, mas os antigos diziam que eram tão sombrios e ameaçadores quanto a escuridão que habitava nos olhos de Cernnos, e seus olhos ardentes queimavam como se fossem um pedaço do sol, o seu mestre os nomeou de Nelthar.

Os Nelthar, não ouviam e nem pensavam por si próprios, isso se deve ao fato deles não terem uma mente física, podendo enxergar e ouvir apenas pelas suas almas torturadas, suas almas eram ligadas a de Cernnos, fazendo com que eles só vissem e ouvissem o que o seu mestre desejava, o dando controle completo sobre os cavaleiros.

Mas mesmo sendo muito poderosos, os Nelthar só tinham uma ordem, um objetivo, queimar o mundo até não sobrar nada, mas isso é claro, depois que Cernnos eliminasse todo ser que anda e vive na floresta.
Só que Cernnos não contava com a chegada de Yarttopheus na guerra, e embora seu poder fosse colossal, ele ainda não estava completo, vendo que não poderia ganhar essa batalha sozinho, Cernnos ordenou que seus Nelthar o ajudassem a enfrenta-lo, nessa batalha a horda de sangue já avia sido quase completamente desolada pelo poder avassalador de Yarttopheus, no campo de batalha só avia restado ele e alguns deuses e gigantes, e ao lado de Cernnos só se avia restado os Nelthar e ele próprio, vendo que estavam em desvantagem os Nelthar atacaram furiosamente Yarttopheus, focando em suas cabeças, um dos Nelthar se agarrou ao pescoço da cabeça direita, em quanto o outro a arrancava com um corte brutal de sua espada, e o mesmo foi feito a sua cabeça esquerda, mas mesmo ferido Yarttopheus conseguiu destruir três dos Nelthar, pulverizando e de serta forma, libertando suas almas daquele tormento.

Aproveitando sua distração, Cernnos foi para cima de Yarttopheus, o empalando na raiz de uma grande árvore que avia sido derrubada ali, a raiz perfurou bem no meio de seu coração, não dando chances de que ele pudesse sobreviver, e quando Yarttopheus distribuiu seu poder atravéz de um enorme grito para todas as criaturas, a magia dos gigantes ficou ainda mais poderosa, e eles notaram isso. Em quanto Cernnos se distraia com o estrondoso grito daquele ser empalado, os gigantes sabiam que seria impossível matar ele naquelas circunstâncias, então optaram por tentar o aprisionar.

Os gigantes deram as mãos formando um círculo em volta de Cernnos, e começaram fazer uma dança, a magia mais poderosa deles, a dança das raízes, que foi potencializada pelos deuses sombrios, de início Cernnos não estava entendo o que estava acontecendo, quando deu por si já estava começando a desmaiar, então vendo não conseguiria sair daquele furacão de magia, ele deu uma última ordem ao seu último Nelthar, ordenou que ele fizesse uma torre em um lugar que nem os deuses pudessem entrar, e que lá ele ficaria até o seu mestre se libertar, para que seu último soldado possa então cumprir o seu primeiro objetivo.

O último Nelthar de Cernnos foi criado a partir da alma do deus Paimon, que ainda teve o seu símbolo adornado no peitoral de sua armadura, como uma lembrança triste do que um dia ele já foi, seu nome agora era Maiggor, e sua grande torre negra se erguia das vísceras e dos corpos carbonizados dos inimigos de Cernnos no meio de uma ilha, rodeada por campos de cinzas e árvores mortas. Ninguém se aventurava perto o suficiente para ver o trono onde o cavaleiro repousava, mas todos podiam sentir sua presença vazia e estranhamente maligna, e não existia alma viva que não sentia calafrios ao ver a sua grande espada negra, fincada em seu trono e presa a sua mão, os deuses nunca conseguiram achar a torre, é como se para eles essa ilha não existisse.

Muitos elfos e anões acreditavam que ele era apenas uma lenda, mas aqueles que conheciam a verdade sabiam que ele era real, e que um dia Maiggor acordaria de seu sono profundo para cumprir seu objetivo.

Poucos conseguiram subir até o topo de sua torre, mas todos que conseguiram temeram ao ve-lo em seu trono, difícil saber o que mais os davam medo, poderia ser as grandes e grossas galhadas em seu elmo, ou os furos em sua máscara que lembravam bastante um crânio de um cervo.

Os deuses lembravam do cavaleiro com apreensão, sabendo que suas habilidades eram poderosas demais para serem enfrentadas. Mesmo eles poderiam ser consumidos pelo fogo e pela escuridão que ele espalhava.

Muitos fanáticos de Cernnus tentaram adiantar seu despertar, mas sempre falharam miseravelmente. E assim, o cavaleiro continuava a dormir, apagado em silêncio, esperando pacientemente o dia em que ele poderia acender seu fogo e caminhar sobre a Terra, e forrar o mundo de tempestades, fogo e escuridão, até que debaixo de seus pés não tenha mais nada além de cinzas.

Os Nelthar quando ainda andavam pela terra usaram muitas armas, espadas, machados e até mesmo clavas, tudo que era tocado pela mão de um Nelthar se infectava com o seu poder, fazendo com que sombras e fogo dancem juntos nesses itens, que é capaz de corromper qualquer criatura mortal que a use, muitos desses itens foram perdidos no tempo, mas outros ainda existem, e esses foram nomeados de os artefatos dos Nelthar.

Depois de sua difícil vitória, os deuses sombrios demoraram muito para limpar o mundo do sangue que Cernnos espalhou sobre ele, e em quanto limpavam a terra, acharam coisas poderosas e abomináveis perdidas nos campos de batalha, e eles ficaram com medo de que essas coisas caíssem nas mãos das futuras criaturas que habitariam a floresta, e foi por esse medo que eles resolveram criar um lugar para guardar todas as coisas bizarras, sombrias e amaldiçoadas deixadas por Cernnus nesse mundo, como os artefatos dos Nelthar, e o nome desse lugar é G'hell, um templo criado na montanha mais alto da floresta, perto do que hoje os elfos chamam de floresta primordial, ela é guardada por uma poderosa quimera chamada Cerbar, um ser criado pelos gigantes para proteger a qualquer custo esse templo, afastando toda criatura, boa ou ruim dele.