7 - Isaías 41:10

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"Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa."

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   SeokJin não melhorou.

   Usei as ervas de sua pequena bolsa nos cintos, fiz do mesmo jeito que ele preparou para os idosos e crianças, mas ele não bebia. Na primeira tentativa, consegui ajudá-lo a se sentar e tomar um pequeno gole do remédio, mas não ficou em seu estomago. E agora ele estava com febre, uma temperatura que não abaixava e foi necessário dar um banho de água fria no mesmo. Peguei em meu armário algumas roupas grossas e o fiz usar, apesar de estar bastante fraco e não falar muito, foi um pouco relutante por conta das cores das roupas, mas dizia a ele que ninguém o veria assim além de nós, ele não precisava se preocupar com isso.

- T-taehyung....

- Não fale.... pode piorar – molhei um pano e coloquei em sua testa, ele suspirava dolorido. Não conseguia imaginar o que sentia.

- Sinto.... sinto.... sua.... f-falta – dei uma pausa no que fazia para olhá-lo, ele sentia minha falta na catedral? – você.... n-não se despediu.... e-eu esperei, e-esperei...

- Padre.... achei que não me despedir fosse a melhor opção, mas vejo que isso foi ruim para nós dois! – resmunguei e acariciei seus cabelos, o observando fechar os olhos pelo contato – estou aqui agora e não vou sair.

   Ele não falou mais nada depois disso, apenas dormia. Podia ver que não era de uma forma calma ou serena, sua expressão franzia durante alguns períodos e ele apertava os punhos vez ou outra, dormiu por conta da dor. Hoseok apareceu no quarto com algumas outras doses do remédio e me ajudou a dar a ele, mas não resolvia. Aquilo estava me desesperando.

- Sabe o que o nosso pai foi fazer em Florença? - o vampiro mais novo perguntou, todos na casa tirando as crianças consideravam o Conde uma figura paterna além de mim.

- Ele tem um amigo médico por lá, vai procurar informações sobre o que pode ser essa doença. Depois deve ir na capital.

- IR PRA ROMA? – gritou e o olhei desacreditado, apontando para a cama – desculpe.... mas é que ir lá é suicídio para nós! É uma cidade movimentada, todo aquele sangue fresco correndo nas veias dos humanos.... ainda mais que conseguimos sentir pelo cheiro se são pessoas boas ou ruins, matar algumas naquele lugar não faria falta.

- Estamos falando de Vincent Cornélios Drácula, se ele foi até o berço dos pecadores religiosos, existe um motivo. Vamos confiar nele. E pare de exagerar, desde quando gosta de beber sangue humano?

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- Velho amigo.... a que devo sua visita em plena temporada de caça aos vampiros? Devo lembra-lo que não é muito diferente dos nossos irmãos de raça. Só é mais tolerante!

- Eu vim por conta de algumas coisas que andam acontecendo no vilarejo que vivo próximo.... as pessoas estão morrendo do nada, saberia me informar o que está acontecendo Mykaios?

- A peste..... exterminaram os ratos, mas está no solo agora. Infecta muito mais pessoas assim, só essa semana tenho que cuidar de cinco filhos de meia transformação, não podia deixar meus amigos morrerem assim.

- Meia transformação? – questionei e ele assentiu.

- Você sabe... quando tratamos apenas com o sangue. Se eles bebem muito, parecem vampiros durante semanas. É a única coisa que os cura, estou nesse país quando outras doenças vieram e vi sendo tratadas de diversas maneiras: ervas, rezas.... mas dessa vez, é como se os deuses estivessem realizando uma limpeza dos humanos.

Heréticos °Taejin° [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora