8 - Cânticos 8:7

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"Nem muitas águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem levá-lo na correnteza. Se alguém oferecesse todas as riquezas da sua casa para adquirir o amor, seria totalmente desprezado."


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   As horas foram se passando e uma angustia que nem notava ter, começou a se manifestar. Estava com medo, pela segunda vez em poucos meses. A primeira vez foi quando realmente achei que fosse morrer, após ter sido acertado com aquela flecha envenenada. Mas agora, tinha medo de perder Seokjin, eu não sabia exatamente o que sentia por ele além de gratidão, mas ele não podia me deixar assim, de uma hora para a outra.

   Meus pensamentos negativos foram cortados por um barulho e rapidamente fiquei na frente da cama em posição de ataque para qualquer coisa que viesse, mas o que apareceu na porta foi um homem de cabelo solto e parecia estar usando um vestido azul claro. Abri a boca algumas vezes, observando o homem desviar de mim e tocar a testa do padre deitado, fazendo o processo que Hoseok e eu estávamos fazendo: molhar um pano e colocar em sua testa por alguns minutos. Meu pai apareceu na porta e apontei para o estranho, ele apenas riu sem graça.

- Por Deus.... que falta de educação a minha – o homem colocou a mão no rosto envergonhado, ele tinha uma beleza assustadora – você deve ser o famoso Taehyung, é.... as cartas do meu menino não mentiram em nada.

- O senhor me conhece, isso é bom ou ruim?

- Filho esse é o padre Bruno, pai de SeokJin.

- Espere..... se ele está aqui significa que..... O SENHOR REALMENTE FOI ATÉ O VATICANO PARA BUSCÁ-LO? – falei incrédulo e ele assentiu.

- Fazemos loucuras por pessoas importantes em nossas vidas. Não poderia deixar Jin nessa cama e não dar notícias ao pai dele.

- Você não ia mandar uma carta?

- Os carteiros andam mais lentos que tartarugas, precisava dizer pessoalmente – resmungou e se aproximou de mim – alguma noticia boa desde a minha partida?

- Só ruins.... ele não acorda nem com nossas chamadas, não comeu ou bebeu algo. Se ele continuar assim, não irá passar de amanhã!

- Os xaropes, incensos, chás..... nada deu certo? – Bruno questionou e eu neguei.

- Fiz do mesmo jeito que ele costuma fazer, mas acredito que ele tenha ficado exposto além do normal ao vírus. Todos que ele tratou estavam na fase inicial então o pequeno frasco e aquela quantidade de sangue diluída no remédio funcionava. Mas o caso dele é grave, aquela quantidade não funciona, ele precisaria tomar uma dose bem maior, mas o nosso sangue é prejudicial.

- Eu sei.... – suspirou em derrota e se sentou na beira da cama – Namjoon, existe algum jeito de salvar o meu menino? Ele é muito novo para deixar esse mundo, tantas coisas para ver, lugares para conhecer, momentos para sentir... os métodos humanos não estão funcionando.

- Existe alguma alternativa além da transformação? – o perguntei, observando o rei dos vampiros um pouco incerto, não costumava vê-lo com dúvidas, ele era sempre certeiro.

- Bom..... existe uma lenda urbana na história vampírica, ela aconteceu antes de mim, um dos primeiros vampiros da humanidade se apaixonou por um humano que sofreu um grave acidente, ele o encontrou praticamente morto. Mas ele tinha seus princípios e não gostava de simplesmente transforma-los sem permissão. Então ele fez um falso vampiro, que consistia em ele dar seu sangue enquanto o mordia.

- Mas isso é a nossa maneira normal de transformação.

- A parte seguinte que é diferente, ao invés de deixar o processo inteiro. Esse vampiro esperou até o coração do humano falhar e sugou o veneno de volta, curando o humano. O veneno corre o suficiente pelo sangue para curar tudo e é tirado antes da transformação completa, o organismo ainda acha que está sendo transformado e cria um vampiro falso. Ele agiria como um vampiro por certo tempo, mas não seria um, nem mesmo beberia sangue.

Heréticos °Taejin° [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora