Heréticos °Taejin° [Completa]

Epílogo

"Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade" - Romanos 2:7

- SeokJin.... ande logo, estamos atrasados para a reunião!

- O tempo é relativo, dentuço. Deveria parar de olhar para o seu relógio de bolso e olhar para o redor – resmungou se aproximando do vampiro – as horas se passam, as flores murcham, o inverno acaba, mas Veneza permanece no mesmo lugar há 321 anos.

- Menos o vilarejo em que cresceu, quem poderia imaginar que dez anos depois de tudo aquilo, ocorreria um desastre como em Pompeia.....

   O ex padre deu um suspiro, acreditava que o ocorrido havia sido algo divino pelos pecados que muitos do vilarejo cometeram, mas tinha pena dos animais e crianças inocentes que morreram com o acontecimento. Existiam pessoas boas e rezava todos os dias para que elas tenham saído a tempo do local.

   Mas antes de mencionar o presente, seria necessário voltar três séculos, até a morte de SeokJin Bianchi. Bom.... se ele realmente tivesse morrido.

   Taehyung segurou o padre com todo o cuidado do mundo, mesmo que ele não sentisse mais nada. O apertava contra o peito de forma possessiva, como se esperasse que o humano desse um resmungo de dor – mas não havia surtido efeito, então respirou fundo, mesmo sem necessidade e caminhou para dentro da capela com as chamas contidas, à espera de Bruno.

   Diria que essa foi a cena que esqueceria com dificuldade, ver o pai de seu amado aos prantos sendo consolado pelo seu pai e amigos não foi difícil. A mente do novo papa tinha pensamentos duvidosos e perigosos, lia em sua mente frases como "deveria ser eu", "por que eu não o obriguei a ficar?", "por que ele?". Essa ultima o vampiro também questionava....

   Mas todos os sentimentos se sobressaíram quando foram cuidar de seu corpo para o enterro. Enquanto Taehyung limpava os ferimentos da bala que pegou de raspão, ele encontrou o pequeno saco de pano que havia presenteado o padre, onde havia colocado o colar com seu sangue. Deixou o pano de lado e abriu, a espera de ver o frasco, mas não havia nada dentro, além de um papel dobrado.

- Já que ele descansará em um local de vidro na campina... deveríamos prepara-lo como em uma cerimônia, não é? – Vincent perguntou de forma entristecida enquanto segurava um tecido – ele nem chegou a usar essa batina, escolheu os tecidos tão animado...... o que está segurando?

- Eu dei um frasco com meu sangue pra ele beber caso tivesse vontade novamente, mas não está aqui, só uma carta e não foi a que escrevi para ele.... – comentou.

- E você não vai abrir e ver o que está escrito?

- Do que adianta agora? – se chateou olhando para a cintura despida do padre e arregalou os olhos – pai.... o ferimento, deveria estar assim?

   O rei dos vampiros se aproximou e seus olhos se arregalaram como os do filho, e rapidamente apontou para o papel, como se o pedisse para ler de imediato.

"Caro pipistrello spudorato (querido morcego sem vergonha),

Se está lendo isso, só existem duas respostas: deixei cair o papel ou eu morri. Vamos torcer para que seja a primeira opção. Mas caso não seja, eu tenho alguns dizeres se estiver morto nesse momento. Tenho total ciência da previsão de Jungkook e o que ele viu, desde a catedral em chamas a minha possível morte, em todas as versões do futuro.

Eu acredito em poucas coisas morcego, se minha família estivesse em segurança, o restante não me importava. Então irei lutar, mesmo que eles não mereçam o que eu faça por esse vilarejo. Está em minhas mãos. Eu fiz alguns cálculos me baseando no tempo que a carta da Espanha chegou, o rei agindo de forma impulsiva, com toda certeza não bolou algum plano elaborado – então certamente as chamas seriam por culpa dele. Tendo isso em mente, pensei na quantidade de carruagens e cavalos a caminho e estipulei um dia para a chegada do exército. E minhas contas deram justamente no final dos preparativos para o casamento e durante ele. Então carreguei seu sangue comigo.