Wake Up / As Crônicas De Nárnia

Capítulo Três: uma lembrança

"Eu tive tudo, e então a maior parte de você muito, e agora nada de você
Me leve de volta a noite em que nos conhecemos."

O

castelo não tinha portões, minha entrada foi fácil. Logo no começo avistei enormes estátuas de leões, bem ao lado da grande entrada, provavelmente representando aslam. Subi as escadarias rapidamente e me encontrei de frente a grande porta. Como eu iria entrar nisso? Não dava para empurrar, era muito grande e pesada. Fui de um lado para o outro vendo se não tinha passagens escondidas para entrar e como em um passe de mágica, a porta se abriu.

Fiquei parada por alguns minutos até ter coragem de entrar. Olhando para trás, vi que as portas se fecharam. Continuei andando pelo corredor, percebendo que o castelo continua intacta pela passagem do tempo, era como se mesmo depois de tantos anos, nada tivesse mudado. Magia talvez? Afinal estamos falando de nárnia.

Acima de um móvel no corredor estava a pintura de um casal. O rei Franco e a rainha Helena. Se tinha pinturas deles, também teria de minha mãe e enola. Comecei a procurar, de corredor em corredor, até chegar em um tipo de salão, onde uma árvore se encontrava bem no meio. Era o salão do meu sonho.

Mas se eu tinha sonhado com isso, quem era aquela moça do sonho? Ela devia aparecer ou algo assim?

- eu estou aqui Enola!

Me virei assustada e vi a mesma mulher do meu sonho.

- então você não é um sonho.

- pode-se dizer que também não sou real.

Me aproximando mais, acabei percebendo que ela tinha uma luz diferente, era como se não estivesse ali. Toquei em seu braço e minha mão acabou passando direto.

- mas...

- eu sou como uma lembrança, uma lembrança que nunca poderá ser esquecida.

- então você cuida do castelo? Tipo, como um fantasma?

- apesar da analogia indelicada, é como se fosse.

- então você poderá me dar respostas!

- creio que sim.

Ao terminar de falar a mesma virou uma bola azul cintilante no ar. Isso era novo, considerando que eu sabia muita coisa sobre nárnia. Comecei a seguir ela por algumas escadas longas e repetitivas, até chegarmos em um tipo de sótão de uma casa velha.

- muitas coisas foram guardadas aqui antes de nosso rei e rainha se mudarem. Pinturas, artefatos...

Ela parou em frente a local que tinha um pano encima de algum objeto. Me aproximei e tirei o pano de cima, vendo uma pintura de duas garotas com vestidos de bailes e sorrindo.

- está é minha mãe e está é...você!

Me virei para a moça que continha um sorriso no rosto, um sorriso de quem não estava mais aqui.

- eu amei esse dia...não foi tão difícil convencer sua mãe a ficar duas horas parada para a pintura. Ela só reclamou por quatro horas depois disso.

- mas eu achei...eu achei que vocês duas tivessem voltado...

- e voltamos é claro...mas narnia precisou de minha ajuda novamente. Então eu voltei.

- voltou sozinha?

- sim. E não acabou muito bem no final é claro.

- você tinha dito que você era uma lembrança, o que isso quer dizer?

- depois que eu voltei para Nárnia, aslam me disse que não podemos ter garantia de nosso futuro, mas que podemos aprender com nosso passado. O meu erro foi ter saído de nárnia. Mesmo amando sua mãe nunca foi meu desejo voltar ao nosso mundo, no final, aslam percebeu que eu merecia muito mais que o meu final definitivo, e me colocou como uma lembrança no meu lugar predileto.

- no castelo onde você reinou...mas isso quer dizer que você está...

- sim...eu estou...mas ao mesmo tempo eu sempre estarei aqui.

Ela começou a andar para fora do aposento.

- enola, depois que você voltou para Nárnia...você nunca mais teve notícias de minha mãe?

- não, mas eu podia ter leve vislumbre de onde eu estava...acho que essa foi a palavra final de aslam...Amanda escolheu seu destino e eu escolhi o meu. Mas ela sentia saudades dos antigos tempos, quando era eu e ela, por conta disso nomeou sua primeira filha com o meu apelido. Dei uma festa com Franco e Helena no dia.

Parei no caminho pensando se tinha ouvido direito.

- desculpa, eu acho que não ouvi direito.

- perdão, deve ser estranho para você. Franco e Helena, não estão mais vivos, é claro, mas no país de aslam onde eu também estou.

- é claro...você é apenas uma lembrança...me esqueci que você não é você...mas então, agora, o que vai acontecer?

- o que você deseja que aconteça agora?

- muitas coisas pra falar a verdade, mas acho que reconstruir o lugar onde minha mãe morava seria um bom começo.

- então que assim seja feito...

Novamente ela se transformou em um bola azul cintilante e voou pelos corredores. E eu corri atrás dela.

Quando percebi estávamos na entrada do castelo, onde a enorme porta se abriu e revelou o sol e os campos ao redor. Não parecia mais que tudo ao redor antes estava cinza e sem cor. O " muro" de árvores não existia mais e sim apenas algumas árvores.

- espere, se o castelo vai ser reconstruido, para onde você vai?

- para as estrelas...

E subiu para o céu onde desapareceu. Adeus enola.

Comecei a correr saindo da vila e indo até o ponto de encontro onde caspian, driniam e nimue estavam.

- eu encontrei, encontrei o castelo...

Cheguei gritando para os três,que estavam já acordados e conversando.

- Enola, por onde você andou? - perguntou caspian preocupado.

- encontrei o castelo, sei o que aconteceu no passado e agora posso reconstruir o castelo das sombras. Caspian eu o achei...

O abracei de felicidade é o puxei para mostrar tudo.

Mais tarde naquela mesmo dia, o rei e rainha de nárnia voltaram a telmar, com novidades para todo o reino. Enfim tinham achado o castelo pertencente a rainha Enola por direito. E assim o povo a chamava, a rainha de prata. Conhecida por reerguer não só narnia e telmar, mas aquilo que um dia foi o castelo das sombras.

                              📖⚔️🦁

Simbora que agora vamos para peregrino da alvorada e finalmente o encontro do casal!!!