Wake Up / As Crônicas De Nárnia

Capitulo Um: O Peregrino Da Alvorada

"Está sou eu rezando para que essa tenha sido a primeira página, não onde a história termina."
Taylor swift-enchated

Três anos. Três anos tinham se passado desde que encontrei o castelo das sombras, Três anos que sou rainha, Três anos que eles foram embora, que ele foi embora. As vezes eu achava que eu tinha aceitado a situação com mais calma por saber que ele um dia voltaria, mas que até lá,eu teria que seguir minha vida, porque eu escolhi ficar. Não foi uma decisão difícil, porém não deixo de pensar como estão todos. Provavelmente nem sabendo o que aconteceu porque o tempo aqui é diferente.

- Rainha Enola, o Rei caspian deseja falar com a senhora!

Agradeci um dos marujos que navegava conosco no grande peregrino da alvorada. Depois de um tempo em terra firme e de finalmente achar quem eu era, caspian descobriu sobre os sete fidalgos. Amigos de seu pai que saíram em uma viagem e nunca mais voltaram. Então nós saímos em busca de todos eles. O teatro era sempre o mesmo, ele falava e eu fingia que de nada sabia. Quando saímos de telmar, senti meu coração mais acelerado, e eu não entendia o porquê, até perceber que dia após dia e noite após noite eu estava na proa do navio apenas esperando por eles.

Cheguei na cabine de caspian e vi o mesmo olhando mapa em sua mesa. O coitado estava ficando mais louco com toda essa viagem.

- caspian? - chamei sua atenção e ele se virou para mim.

- Enola, que bom te ver.

- você está bem caspian? - não tinha entendido muito bem o que ele queria dizer.

- eu que deveria estar te perguntando isso. Todas as manhãs e noites você fica parada na proa do navio como se estivesse esperando algo...alguns marujos já estão preocupados com a rainha. Eu estou preocupado com você.

- caspian, eu nunca fui muito de mar, todas essas coisas para mim são diferentes, todas essas sensações...

- as vezes...parece que você espera por algo, por alguém...que não vai aparecer...

- já teve essa sensação antes? - perguntei me sentando ao seu lado.

- já, até hoje fico pensando sobre, mas acho que não posso mais esperar essa pessoa...

- sinto muito por isso...

Sobre o pequeno romance entre caspian e Susana na última vez que os irmãos estiveram aqui foi complicado, ela foi embora e aquela era a última vez que os dois se veriam.

- então acho que está tudo bem, certo?

- é claro. Mal posso esperar para tudo isso dar certo e encontramos eles.

- eu também, como será que eles são?

- eu não sei...talvez velhos barbudos que não vêem a luz do sol a um bom tempo e enlouqueceram por conta da falta de pessoas ao seu redor...tudo pode acontecer...

- foi uma situação bem específica essa.

- mas não deixa de ser verdade, quero dizer, eles são velhos né...confiaram em miraz e bom...você viu no que deu! Espero que você nunca seja burro desse jeito.

- mas eu sou o rei. Porque algum me mandaria para longe do meu reino?

- eu não sei, vai que você encontra uma rainha que faça sua cabeça e você vire alguém totalmente diferente e abandone o reino por conta dela.

Ele me encarou sem reação e logo começou a rir.

- adoro sua imaginação Enola...

- uma vez me disseram que minha imaginação era minha melhor qualidade.

- essa pessoa estava certa.

- então você concorda com Pedro Pevensie?

Caspian se engasgou com a própria saliva ao me ouvir falar. Gargalhei tão alto que acho que as pessoas de fora da cabine ouviram.

- você nunca contará isso para ninguém.

Ele se levantou e me estendeu a mão.

- acho que vou ficar por mais um tempinho aqui. Te encontro daqui a pouco.

Ele assentiu e foi cabine a fora, enquanto eu me encontrava ainda sentada no sofá. Olhei em minha volta vendo todas as pinturas que tinham nas paredes. A primeira vez que Lúcia encontrou o sr tumnus, quando eles estavam na cavalgada e foram embora da era de ouro e logo mais ao lado se encontraram os seus pertences. Caspian guardava todos com muito carinho, talvez por ainda sentir saudades de todos eles, mas ele nunca iria admitir que sentia saudades de Pedro. Talvez não em voz alta e com alguém por perto.

Comecei a ouvir burburinhos do lado de fora da cabine e alguém gritando que iria chamar alguém. Eu congelei por um instante, foi como se meu mundo tivesse parado naquele exato momento, porque uma parte de mim sabia o que estava acontecendo fora da cabine e a outra parte tinha medo do que iria acontecer depois de três anos. Será que ele se lembrava dela e de como eles dançaram na coroação e das promessas que fizeram um ao outro?

Ouvi uma batida na porta e me virei lentamente, andei até a porta com o coração na boca, quando abri vi caspian de frente para mim. Ele estava todo molhado e com um sorriso no rosto. O seu olhar transmitia saudade e felicidade.

- são eles Enola.

Ele saiu de minha frente e eu saí da cabine quase correndo e quando cheguei mais perto, vi um menino desmaido no chão e Edmundo, bem em minha frente. Ele estava maior, diferente, mais continuava como o meu Edmundo. Corri para o abraçar e quase tropecei no caminho de tanta felicidade. Ele estava gelado por conta da água do mar, porém no meio de tanta felicidade minha, eu percebi que ele não correspondia o abraço na mesma intensidade, não sei se foi coisa da minha cabeça mas ele estava estranho.

- Ed...eu senti tanto sua falta!

- eu também senti muito a sua falta Enola! - ainda que eu quisesse, eu senti que não havia verdade em sua fala.

Eu olhava em seus olhos e via que tinha amor, mas não como eu esperava.

- Enola!

Me virei vendo Lúcia, que estava uma linda mulher. Ela me abraçou forte e parecia mais feliz em me ver.

- eu senti tantas saudades de vocês, de todos vocês. Quase deixei caspian louco.

Eles riram e eu me virei para o menino no chão. Eustaquio, primo deles e que daria um bom trabalho para todos.

- vocês provavelmente querem trocar de roupa. Venham...

Lúcia seguiu com caspian e eu senti a mão de Edmundo junto com a minha. Ele sorriu para mim e nós seguimos para a cabine.

Algo estava errado e eu iria descobrir o que era.

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