CAP. 04

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— Não posso

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— Não posso. — isso, se faça de difícil! — Meu melhor amigo está na minha casa e não tem o que comer. Já que não jantamos juntos ontem à noite, vou compensar com um café da manhã.

— Entendo. — suspirou disfarçadamente.

— Mas podemos ir na mesma padaria. — sugeri. Jungkook assentiu e indicou para que eu fosse na frente.

— Me leve na melhor padaria da região, Jimin. Estou contando com seu bom gosto.

Cocei a nuca e dei um sorriso torto, assentindo afirmativamente.

Céus, o que eu estava fazendo?

— Min-gyu me fez assistir uma série em que você participou ontem à noite. — engasguei com o ar. — Só vi o primeiro episódio, mas parece bem interessante.

Parei de andar quando ele disse isso, porém ele não percebeu que estava congelado, tentando assimilar aquela informação inusitada.

— Falando nisso, não tem problema em me verem com você? Min-gyu me disse que você é paranóico com essas coisas.

— O que exatamente Min-gyu te contou? — murmurei entredentes. Após respirar fundo, apertei o passo até alcançá-lo. — Acredito que não tenha problema. Mas, por precaução... — empurrei um pouco Jungkook para o lado. — Vamos manter a distância de um palmo.

Os lábios de Jungkook se contorceram em um quase sorriso, mas ele não se permitiu mostrar os dentes ao fazê-lo.

Esse advogado é realmente alguma coisa.

Continuamos caminhamos por cerca de seis minutos até que atravessamos a avenida e entramos na padaria favorita de Taehyung, a qual eu só havia ido somente duas vezes com o Kim. Amarrei Ddosun do lado de fora, no metal que indicava para fazê-lo e lavei as mãos em uma das pias nos fundos.

Aproximei-me do balcão, saudei a funcionária e pedi um pedaço de bolo de chocolate e um capuccino para acompanhar. Jungkook pediu dois cupcakes e um café amargo, e deu ênfase no amargo.

— Não é só você que é amargo. — murmurei ao receber o prato em minhas mãos. Tenho certeza que Jungkook ouviu, mas não disse nada. Andei até a mesa mais próxima da porta, para que eu pudesse ficar de olho em Ddosun.

O advogado veio logo depois, sentando-se de frente para mim. Ao ver que eu estava desconcertado e um pouco surpreso, bebeu um gole de seu café e disse:

— Viemos juntos. Seria estranho se eu simplesmente me sentasse uma mesa diferente.

— Entendi.

Aquele foi o café da manhã mais estranho que já tive com um homem. Eu sentia o olhar de Jungkook pairar sobre mim, contudo, quando eu o olhava de volta, ele simplesmente desviava o olhar. Suspirei e deixei o garfo de lado, já impaciente.

— Você precisa de alguma coisa, Jungkook?

— Não, por quê? — olha como é sonso.

— Deixe para lá. — dei-me por vencido.

Que homem mais cabeça-dura.

— É que eu nunca vi uma celebridade tão de perto, além de Min-gyu.

— Por que não me diz que sou bonito logo? — provoquei enquanto ria.

— Qual o ponto de dizer se você já sabe? — retrucou me pegando desprevenido.

Meus orbes se arregalaram nesse momento e senti minhas bochechas queimarem.

Park Jimin, recomponha-se. É só um advogado normal, ele não tem nada que o destaque.

— Vou pegar algumas coisas para Taehyung comer. — avisei ao me levantar. Meu corpo parecia que ia entrar em combustão por conta de um mísero elogio?

Isso é falta de sexo, Jimin.

Pedi para a funcionária pôr seis pães na sacola e ainda pedi um bolo de limão, o favorito de Taehyung. A paguei por tudo e voltei para a mesa.

Jungkook demorou a comer pois ficou lendo as notícias em seu celular. Fiquei observando sua pose e não pude segurar o riso ao ver que o óculos não tinham lentes. Ele levantou o olhar e inclinou a cabeça para o lado, interessado no motivo da minha risada.

— Seus óculos não têm lentes. — expliquei. — Eu costumo usar quando não passo maquiagem.

Graças ao meu comentário, Jungkook tirou os óculos e os colocou no bolso de seu sobretudo. Em seguida, voltou a ler os últimos parágrafos da notícia em que estava. Batuquei os dedos na mesa por um minuto inteiro até decidir me levantar.

— É melhor eu ir. — nesse momento, Jungkook olhou para mim e para a sacola ao meu lado.

— Eu levo seu cachorro. — anunciou despreocupado.

— O que? — ele praticamente se ofereceu para me levar em casa ou eu estou ficando louco?

— Suas mãos vão estar ocupadas e eu gosto de cães. — tem como esse homem ficar mais... que merda.

Jungkook não me deu tempo para protestar, levantou-se, pagou a funcionária e desamarrou a coleira de Ddosun do metal.

— Não vai chegar atrasado no trabalho?

— Ainda tenho uma hora até lá. — fez carinho na cabeça de meu cachorro, com um sorriso tão largo e feliz que eu me assustei. Por que ele não sorria assim para mim? — Qual o nome dele?

— Ddosun.

— Ele é bem bonito. — até o Ddosun ganha elogios concretos e eu não.

O ignorei e comecei a andar. Jungkook se apressou para me acompanhar e a todo momento que tínhamos de esperar para atravessar as avenidas, ele passava a mão pelos pelos brancos de Ddosun, como se fosse uma criança que nunca tinha visto um husky na vida.

Nosso caminho até meu prédio foi silencioso, de vez em quando Ddosun latia para um ou outro estranho e Jungkook se desculpava em meu lugar.

— Obrigado. — falei ao pegar a coleira que Jungkook havia estendido. — Tenha um bom trabalho, senhor advogado.

— Obrigado, senhor celebridade. — Jungkook se agachou para brincar por poucos segundos com Ddosun e sorriu sem mostrar os dentes para mim antes de dar meia-volta e sumir pela multidão.

Jungkook não era tão ruim assim. Mas continuava sendo ruim.


CONTINUA...

𝖺 𝗅𝖾𝗂 𝖽𝗈 𝖺𝗆𝗈𝗋Where stories live. Discover now