CAP. 22

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Eu estava, claramente, sendo guiado por sentimentos que eu não sabia que existiam dentro de mim

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Eu estava, claramente, sendo guiado por sentimentos que eu não sabia que existiam dentro de mim. Ou se já sabia, havia feito vista grossa, já sabendo, porém, tendo medo, caso eu deixasse que aqueles sentimentos chegassem à superfície de minha pele. E a prova viva de que eu não sabia o que eu estava fazendo estava enclausurada naquele momento, minha mão segurando o rosto de Jungkook e ele, docemente, acariciando os nós de meus dedos. Nem mesmo o advogado, aquele que me pareceu frio desde a primeira vez que nos conhecemos, que bebe café amargo porque teme o doce, que sempre olha para os outros de forma indiferente, porém, no fundo, sei que ele se importa, estava controlando o que estava sentindo. Também era uma incógnita para aquele que sabe tudo.

Mordi meu lábio inferior e entreabri os lábios para dizer algo, contudo, não consegui. O carinho de Jungkook estava acalmando todos os espasmos que eu sentia de medo só de lembrar que, em breve, eu acabaria me encontrando com Taemin.

Foi o telefone, por outro lado, que nos impediu de continuar nos entreolhando em meio às carícias singelas e ingênuas. Jungkook, com seus olhos jabuticabas, disse-me para não desvencilhar dele. O som do telefone tocando não cessou e, percebendo que quem quer que estivesse ligando não pararia, Jungkook afastou-se por conta própria de mim, permitindo‐me que atendesse.

Jimim, podemos nos encontrar no café perto da firma depois do seu expediente? — Min-gyu. Sua voz aveludada, como sempre, me deixava confortável.

Podemos.

O silêncio que veio em seguida tornou-se um problema para Jungkook, que cansou-se de olhar para mim e entrou em sua sala, de forma a bater à porta com força. Engoli em seco e sentei-me na cadeira, liguei o computador e decidi deixar esse assunto de Taemin de lado, para que pudesse pesquisar sobre o caso de Hyunwoo. Jungkook pensava ser armação ou algo do tipo, por parte dos irmãos. E, como ele geralmente tem boa intuição, começaria por aí.

Um dos irmãos de Hyunwoo, o mais velho, sempre contribuiu com a companhia dos Son, nunca se envolveu em escândalos mas isso não o impedia de manipular marionetes para que incriminassem Hyunwoo. Da mesma forma que o irmão mais velho era um exemplo, o mais novo, por outro lado, era aquele que havia perdido os trilhos. Pelo o que a maioria das notícias diziam, o mais novo dos Son fora embora de casa e não via a família há anos, envolveu-se com drogas três vezes e quase agrediu Hyunwoo em uma noite que se encontraram. Para ter incriminado Hyunwoo, deve-se ter, no mínimo, frieza o suficiente para tal. Deve-se ser calculista e estrategisto como Taemin. É necessário querer que Hyunwoo perdesse sua parte na empresa para que um terceiro se beneficiasse. Mas quem? Todos são questionáveis.

— Jimin. — Jungkook me chamara enquanto estalava os dedos na frente de meu rosto. — Já está tarde. — apontou para o relógio e suspirou.

— Oito horas? — levantei-me, às pressas, guardando meus livros dentro da bolsa. — Tenho que me encontrar com Min-gyu. — murmurei ao ajeitar meus fios.

𝖺 𝗅𝖾𝗂 𝖽𝗈 𝖺𝗆𝗈𝗋Where stories live. Discover now