CAP. 10

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Se chamar Jungkook para jantar conosco foi o primeiro erro que eu havia cometido naquele fim de tarde, certamente beber três copos de soju por pura implicância de Min-gyu era o segundo erro

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Se chamar Jungkook para jantar conosco foi o primeiro erro que eu havia cometido naquele fim de tarde, certamente beber três copos de soju por pura implicância de Min-gyu era o segundo erro. Eu nunca me dei bem com bebidas alcoólicas, pois não me bastava nem um copo inteiro e eu já estava levemente alterado. E, naquele momento, eu sentia que qualquer coisa que saísse da minha boca não seria meu eu consciente que diria.

— E então, como está indo o caso? — Min-gyu perguntou.

— Ainda não li. Jimin precisa aprender algumas coisas antes de partirmos para o caso. — Jungkook pontuou. — E ele aprende devagar, tenho que ir com calma. — alfinetou.

Revirei o olhos e, enraivecido, peguei o garfo para enrolar mais do macarrão e comê-lo. Jungkook riu de mim e suspirou, passando a olhar Min-gyu por um minuto inteiro sem dizer absolutamente nada. Diante daquela cena, eu me senti deslocado, então abaixei o rosto enquanto brincava com meus próprios dedos.

A mão de Min-gyu, que antes estava em cima da mesa, segurando seu copo, encontrou seu caminho pela madeira do banco em que estávamos sentados até que pousasse sobre minhas mãos. Atónito, o olhei, mas ele não me olhava. Ele agora ria com Jungkook de alguma história que havia ouvido do melhor amigo. Em determinado momento da noite, o advogado pediu licença, se levantou da mesa e foi ao banheiro, situado na parte de trás do restaurante.

Min-gyu, que ainda tinha sua mão por cima da minha, apoiou a bochecha direita com a mão livre e me olhou, com um semi-sorriso. Engoli em seco ao ter aqueles orbes escuros, que eu evitava olhar pois não sabia o que eles escondiam, me engolindo vivo.

— Jimin... — Min-gyu pronunciou meu nome bem baixinho, como se ele fosse um segredo que precisasse ser guardado às sete chaves. — Você fica fofo quando está meio alterado. Está até vermelho.

Meus olhos dobraram de tamanho e eu engasguei com o ar. Puxei minhas mãos para longe do toque de Min-gyu e me afastei um pouco dele, que riu.

— Você é o único alterado aqui. — rebati. Min-gyu contorceu os lábios e sorriu. — Por que você sorri tanto?

— Você já viu alguém não sorrir quando está perto da pessoa que gosta?

Minha boca se entreabriu e eu não conseguia dizer nada. Min-gyu simplesmente soltou isso no ar e, no momento em que Jungkook voltou, fez de conta que não havia dito aquilo, me deixando totalmente revirado ao avesso.

Depois do jantar, Min-gyu foi quem se voluntariou para me deixar em casa. Jungkook tinha que voltar para o escritório e, como era o caminho contrário, decidiu pegar um táxi.

O carro imergia em silêncio. Min-gyu não dizia nada, sequer me olhava. E eu já estava ficando irritado.

— Encoste o carro. — falei, olhando pela janela.

— O que? — me encarou por pouco segundos sem entender nada.

— Encoste o carro, Min-gyu. — ele suspirou e fez como pedi. Assim que ele puxou o freio de mão do veículo, tirei meu cinto e, quando abri a porta para ir embora, Min-gyu fechou-a.

— Por que está agindo assim? — questionou o Kim.

— Me responda você, Min-gyu. Jogou no ar sobre a pessoa que gosta e depois faz de conta que não disse nada.

Min-gyu e eu nos encaramos pelo o que se pareceram anos, até que ele umedeceu os lábios, respirou fundo e tirou o cinto que o impedia de chegar até mim. Em um piscar de olhos, sua canhota já acariciava minha nuca e seus lábios estavam rentes aos meus, esperando que eu fizesse ou dissesse algo. Mordi o inferior e o olhei. Não era certo, eu claramente não estava pesando os fatos. Mas uma voz na minha cabeça dizia que eu devia deixá-lo me beijar e me tocar já que há muito tempo eu não sabia como era essa sensação.

Só que eu também sabia que não sentia algo profundo o suficiente para estar com Min-gyu. Se eu o beijasse naquele momento, nossa amizade se despedaçaria junto com o coração dele, e Jungkook me pediu para não deixar isso acontecer.

— Eu não posso fazer isso, Min-gyu. — sussurrei, sem o olhar. Ele franziu o cenho, se afastando um pouco. — Não quero quebrar seu coração, você não merece isso.

— Por que está dizendo isso? — toquei sua bochecha e suspirei.

— Eu não sei se sinto algo profundo o suficiente para estar com você, Min-gyu. Por isso não posso te beijar.

O Kim deu um sorriso de canto.

— Nós, jovens... — ele certamente disse aquilo para me provocar. — Temos uma terminologia chamada "ficar". E não é preciso gostar profundamente para ficar com alguém. — quando sua canhota voltou para minha nuca e me puxou para perto de seu rosto, eu sabia que não conseguiria não ceder à voz, agora rouca, e os toques de Min-gyu.

— M-Min-gyu... — ele colocou o indicador sobre meus lábios, pedindo por silêncio.

— Pare de me ver como uma criança, Jimin. — Com facilidade, Min-gyu me ajudou a não esbarrar no painel do carro e me sentou em seu colo. Engoli em seco. Eu já não comandava nada do meu corpo, estava totalmente entregue a Min-gyu. Claro que a bebida facilitou o acontecimento. — Fique comigo, Jimin. — ele sussurrou em meu ouvido e apertou minhas laterais com força, me fazendo arfar.

Se ter chamado Jungkook para jantar havia sido o primeiro erro, beber três copos de soju havia sido o segundo, então ter aceitado os lábios macios de Min-gyu contra os meus era o meu terceiro erro.

Mas parte de mim estava gostando daquele erro.


CONTINUA...

𝐀 𝐋𝐞𝐢 𝐝𝐨 𝐀𝐦𝐨𝐫Where stories live. Discover now