CAP. 17

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— Você encontrou Wonwoo ontem? — Taehyung praticamente havia gritando no meio do shopping

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— Você encontrou Wonwoo ontem? — Taehyung praticamente havia gritando no meio do shopping.

Ontem, quando cheguei da padaria, optei por engolir todos os sentimentos que haviam me inundado para que, somente no dia seguinte, pudesse contar para Taehyung. Milagrosamente, Jungkook disse que não precisaria da minha ajuda hoje, então, acabei sendo dispensado.

— Vi. Ele trabalha em uma padaria. — o olhei com os orbes em chamas. — Não grite assim, Tae. E se alguém ouvir?

— Desculpe. — ele limpou a garganta. — Você tem certeza que era o Wonwoo? — respirei fundo ao assentir. — E como você está?

— Inseguro.

Taehyung, nesse momento, parou de andar e cruzou os braços. Arqueei uma das sobrancelhas ao olhá-lo.

— Você é Park Jimin. Não tem que ficar inseguro com absolutamente nada. E, se ficar, saiba que eu estarei aqui para levantar seu ânimo. — Taehyung sorriu largamente, parecia brilhar como o sol quando o fazia. Era impossível não sorrir também.

— Você acha que Min-gyu vai gostar do presente?

— Qualquer coisa que você der, ele vai gostar. E essa jaqueta que você comprou é bem a cara dele.

Eu tinha comprado dois presentes, para falar a verdade. O primeiro, que seria a jaqueta de couro preta, e o segundo, uma pelúcia de coelho, porque ele me lembra um. Mas, para que Taehyung não me zoasse por ser tão clichê, falei que a pelúcia era para o filho de um amigo meu.

Após caminharmos pelo shopping e nos distrairmos com os produtos expostos pelas vitrines por onde passávamos por mais uma hora, Taehyung decidiu que devíamos ir embora. O horário da festa se aproximava, e, como eu havia o convidado para ir junto com J-hope, e o moreno demorava quase três horas para se arrumar, quanto mais cedo chegássemos em casa, melhor.

⋆⋆⋆

O relógio beirava as oito da noite, e não havia nem um sinal de Taehyung e J-hope, uma vez que combinamos de ir juntos. Eu estava quase descendo do prédio e pedindo um táxi, mas, assim que tive essa ideia, o dito cujo, Jungkook, me mandara uma mensagem, perguntando se eu iria ou não para a festa. Ri, incrédulo. Eu é quem devia perguntar isso.

Meu celular vibrou mais uma vez, porém, agora, era Jungkook me ligando. Limpei a garganta antes de atendê-lo.

— Você vai ou não vai? — sua voz parecia ainda mais grave pelo telefone. E, a julgar pela respiração pesada, ele estava impaciente.

— Eu iria com Taehyung e J-hope, mas os dois estão demorando demais. — bufei.

— Então desça.

— O que?

— Eu estou aqui embaixo, venha logo.

Assim que eu ia respondê-lo, a chamada foi desligada. Demorei um minuto inteiro para voltar à órbita, pegar os presentes e despedir de Ddosun.

Eu não sabia o que era mais estranho naquele momento, o fato de Jungkook ter vindo me buscar ou ele ainda lembrar meu endereço. Não fazia ideia em qual carro ele estava, então, assim que eu passei pela porta, ouvi uma buzina, que vinha do outro lado da avenida. Jungkook abaixara o vidro da janela e, com um aceno, me chamara para entrar em seu carro.

Atravessei a avenida e abri a porta do veículo. O saudei e sorri, já pondo o cinto e pousei os presentes em meu colo.

— Conseguiu comprar o presente perfeito?

— Acho que sim. — respondi-lhe.

Esse foi o único diálogo que tivemos durante todo o caminho. De vez em quando, os orbes de Jungkook perdiam-se pelas luzes da cidade e ele esquecia que o semáforo estava verde. Então, eu o chamava, como se o acordasse de uma maresia.

— Min-gyu te mandou mensagem ontem à noite, avisando sobre a festa? — o advogado decidiu quebrar o silêncio assim que estacionou o veículo na frente da casa do Kim.

— Sim. Foi de madrugada, na verdade. Eu tinha acordado para beber água e vi a mensagem na tela do celular.

Tudo o que Jungkook respondeu foi "hum".

— Cuidado para não esquecer nada dentro do carro. — ele me avisou.

Assim que deixei o veículo, Taehyung me enviara uma mensagem pedindo desculpas e dizendo que a culpa era de J-hope por demorar tanto para se arrumar. Disse também que já estava chegando. Pude sentir sua ansiedade pelas mensagens e acabei rindo, atraindo a atenção de Jungkook, o qual não disse nada, apenas deu um pequeno sorriso antes de girar os calcanhares e caminhar pela calçada da entrada.

Não era necessário bater à porta, uma vez que ela estava aberta e, à medida que nós aproximávamos, a música era cada vez mais alta. Min-gyu havia chamada um tanto bom de pessoas, a casa parecia bem cheia. Era a primeira vez que eu estava ali, então, por um ato impensado, acabei por puxar a blusa de Jungkook, para que ele me guiasse aonde quer que ele fosse. Já que era melhor que ser engolido por aquele mar de pessoas.

Jungkook foi justamente para o lado de fora, onde havia um jardim planejado e muito bonito por sinal.

— Você já pode soltar. — ele murmurou quando parou de andar e percebeu que estava imerso na beleza das flores do jardim. Cautelosamente, afastei minha mão do tecido de sua blusa e abracei as sacolas enquanto apreciava o aroma doce e fresco do jardim.

— Jimin! — a voz suave e alegre de Min-gyu gritou-me. Olhei-o por cima do ombro e sorri ao que ele se aproximava. — Eu fiquei tão ocupado esses dias, desculpe não ter ido te buscar. — acariciei sua bochecha.

— Não precisa se desculpar, Min-gyu. — ele me deu um beijo demorado na testa, recheado de carinho e cuidado. Jungkook limpou a garganta, cortando aqueles bons segundos. Estendi as sacolas para Min-gyu. — Feliz aniversário. Só abra quando a noite acabar.

O Kim fez um bico em seus lábios, como uma criança emburrada. Apertei de leve suas bochechas e sorri largamente ao ver seu sorriso. Porém, meu sorriso se desmanchou ao ver Jeon Wonwoo, ao longe, passar pelo corredor com dois amigos.

— O que houve, Jimin? — Min-gyu indagou. Pisquei múltiplas vezes ao voltar à mim, não devia arruinar a noite especial do meu namorado devido à minha insegurança.

— Nada. Não precisa se preocupar. Vá se divertir, hum?

Dessa vez, o moreno me deu um selinho e, assim que um amigo seu o chamou, ele disse:

— Volto depois, não suma da minha vista. — suas mãos macias espremeram minhas bochechas e, uma vez mais, Min-gyu me deu um selinho antes de ir cumprimentar os recém-chegados.

Toquei meus lábios com a destra e sorri involuntariamente. Girei o corpo para apreciar as flores novamente, porém, todo o calor que Min-gyu me dera com aqueles selinhos se esvaiu, graças ao olhar gélido que Jungkook tinha ao me observar.

E, assim ficamos, por um minuto inteiro, sem trocar uma palavra. Estranhamente, a brisa fria de Jungkook também era confortável.

CONTINUA...

𝖺 𝗅𝖾𝗂 𝖽𝗈 𝖺𝗆𝗈𝗋Where stories live. Discover now