4 - Breath

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I suggest you step out on your porch, oh yeah
And run away my son to see it all oh, see the world
Oh reach the door with a breath and a scream

***

6 anos antes...

Quantos traumas um grande susto pode carregar?

Eu ainda me sinto em sobressalto desde a internação de Harry. Cada vez que o meu celular toca, ou alguém interrompe a aula do professor para recado ou minha mãe chama pelo meu nome, minha alma dá um pulo e ameaça deixar o meu corpo.

Os últimos dias foram um verdadeiro inferno. Eu precisei me concentrar nas aulas, uma vez que os testes estavam chegando, mas ao mesmo tempo, minha concentração estava toda com Harry no hospital. Eu queria estar nos dois lugares ao mesmo tempo, e ao final, não estive em nenhum, pois estudar e entender as aulas foi tudo o que eu menos fiz. A expressão "apenas de corpo presente" poderia ser a perfeita definição do que fui nos últimos dias.

Mas hoje, pelo menos, ele receberá alta e vai voltar para casa e pelo menos lá, eu posso dormir com ele e fazer companhia por boa parte do dia.

As vezes me pergunto se estou o sufocando, já que até com a mãe dele eu consegui brigar por estes dias para "defende-lo". Mas é algo tão maior do que eu mesmo que não posso controlar. Por isso, o medo de estar sendo sufocante rondou minha mente por boa parte do dia, se já não bastasse tudo o que tem nela.

Guardo para perguntar isso a ele, se meus sentimentos e minha presença o sufocam, pois este não é nem de longe o meu desejo.

Entretanto, a pergunta vai para o fundo da mente, assim que alcanço a porta do quarto do hospital e escuto a conversa que acontecia em seu interior, sem que percebessem a minha presença.

- Cadê o Louis, mãe? Ele disse que ia vir para a minha alta e me levar em casa - É a voz de Harry com uma pontada de braveza. Meu pequeno (não tão pequeno) britânico que não aguenta atrasos.

- Ele já disse que estava a caminho. Sossega essa ansiedade, garoto! - Anne parece sorrir enquanto fala.

- E se eu não conseguir subir a escada? Quem vai me carregar? Você não aguenta meu peso.

- Se você aguenta ficar nesse show de periquita por causa de um atraso, você aguenta subir escadas.

- Poxa mãe... Você não entende.

- Entendo não. Para de choramingar e toma esse remédio que o médico mandou. Vai te ajudar a ficar bom logo e subir as escadas sem o Louis.

Sei que é feio ouvir atrás das portas, mas meu coração se preencheu em segundos, enquanto eu finalmente entrava no quarto. Acho que é a resposta que eu precisava para afastar a minha insegurança.

- Carregador de escada a postos, senhores - Faço uma entrada triunfal, em uma pose de super-herói com peito para frente e mãos na cintura e vejo os olhos do cacheado se abrirem e ele sorrir pra mim.

- Louis!! - Ele estica os braços pedindo um abraço e Anne balança a cabeça negativamente com um largo sorriso no rosto, provavelmente rindo de nós dois.

- Venha, Curly. Pode subir nas minhas costas que eu te levo.

Porém, Anne intervém quando dou as costas para Harry subir.

- Pode ir parando os dois com as estripulias. Nada de pular nas costas de ninguém, nem fazer força, nem nada dessas macacaquices que estão acostumados. Esses pontos não podem abrir!

Eu conserto o meu corpo e me aproximo mais de ambos. Dou um abraço na "tia" e um beijo na testa do meu melhor amigo

- Eu te carrego no estilo noiva então. Vem!

Would?Where stories live. Discover now