Would?

10 - Every You, every me

- Pela última vez... O QUE SÃO ESSES COMPRIMIDOS, HARRY?

- Louis, pela última vez, eu vou te explicar uma coisa... EU SOU MAIOR DE IDADE! Eu não sou o bebê que você acha e eu tenho direito a minha privacidade!

Eu aperto a ponte do meu nariz e fecho o olho, enquanto tento respirar. Porque o meu relacionamento com o Harry precisa ser essa montanha russa?

Eu estou com a cabeça baixa respirando e quando abro os olhos vejo os pequenos comprimidos no chão. Meu olho corre por cada pequena bolinha no chão e milhares de coisas, ainda sem querer tirar uma conclusão precipitada, embora eu sinta meu corpo tremer em um pequeno espasmos com todas as possibilidades que passam na minha mente.

- O que você pretende fazer, Harry? - Eu pergunto baixo depois de contar mentalmente até mil.

A verdade é que eu estou mais apavorado do que bravo, pois estou com medo da resposta. Medo que, depois de tanto ameaçar, ele esteja fazendo algo contra si.

- Nada! Eu já disse! Agora me deixe em paz! - Ele praticamente grita

- A Anne sabe o que você está tomando?

- Louis, não é da conta de ninguém!

Eu respiro fundo de novo. Eu prometi a mim mesmo que não gritaria com ele desde aquele dia na caminhonete, e sinceramente, não tenho vontade de gritar, porque a minha garganta está apertada.

Eu não quero ser o namorado babaca e possessivo, mas isto é muito real para eu lidar e eu preciso lidar de alguma forma.

Certeza que tem algo errado acontecendo. Muito errado. Principalmente se Anne não sabe, tem algo muito errado, pois ela é criteriosa e minuciosa na administração dos remédios. Se ele estava tomando escondido, ao ponto de se assustar quando entrei, ele está fazendo isto escondido dela... E até de mim mesmo, já que ele insiste em não me contar.

- Eu não vou brigar com você, Harry. Mas eu vou te dar duas opções... - Nesse momento eu o olho sério e ele desvia o olhar de mim - Ou você me mostra o que está tomando, e eu juro que não vou te julgar, vou tentar entender. Ou vou sair por essa porta agora, avisar a Anne para ela lidar com esse problema e não sei quando voltou ou SE eu volto. Porque eu não aguento mais me sentir nessa corda bamba. Como eu vou fingir que você não estava fazendo alguma coisa, que claramente pode ser ruim para você, já que quer manter segredo?

Ele olha para mim e em seguida para o seu colo, onde o frasco continua escondido.

Mas ele levanta a cabeça e balança negativamente.

Eu solto o ar todo de uma vez do meu peito bufando. Eu desisto. Eu não posso viver achando que o Harry pode querer morrer e fazer algo assim a qualquer momento, e pior, fingir que isto não é uma possibilidade real.

Eu sempre digo que eu ia entendê-lo, mesmo que ele tomasse essa decisão, mas ele fazer isso pelas minhas costas me fere. Me fere ele saber que eu o apoio e o amo incondicionalmente, e ainda assim, ele fazer algo sério contra si sem me falar, sem se despedir, sem me dar chances...

E então eu decido. Eu prefiro o Harry com raiva de mim, e a gente afastado, mas vivo, do que ele morto porque eu fingi que não estava acontecendo algo que é óbvio que está acontecendo. Eu dei a ele a chance de falar antes de tomar uma decisão, mas sua cabeça fazendo um movimento de negação toma outra decisão por nós dois.

- Tudo bem. Eu sinto muito...

Eu queria chorar, mas eu não ia. Harry disse tantas vezes sobre estar cansado, mas dessa vez quem está cansado sou eu. Há três semanas, eu e ele brigamos mais que brigamos toda a vida, e eu não quero isso para mim ou para nós dois.