Would?

7 - Hard Sun

When I walk beside her

I am the better man
When I look to leave her
I always stagger back again

There's a big
A big hard sun
Beating on the big people
In the big hard world

***

Harry não pode mover as pernas.

Esta informação recaiu sobre mim como uma avalanche. Precisei de alguns minutos para assimilar a informação, enquanto os olhos verdes em pânico se penduravam nos meus braços por não conseguir sustentar o seu corpo. O meu tempo de reação foi tão longo, que desta vez, foram nossos amigos quem tomaram a dianteira, e realizaram todo o processo de chamar médicos, ambulância e o raio que parta, para tirá-lo da escola e levá-lo para o hospital.

Minha mente estava secretamente em silêncio durante todo o tempo. Novamente, eu via as coisas e pessoas se movimentando ao meu redor em uma velocidade diferente da minha visão e de todos os meus outros sentidos. Não consegui acompanhar qualquer pessoa que falava comigo, nem mesmo o próprio Harry, que durante todo o percurso tinha lágrimas presas no olhos e aquele mesmo olhar apavorado de quando caiu nos meus braços.

- Ainda não conseguimos compreender o que está paralisando o seu filho - O médico falou com uma Anne aflita ao meu lado.

- Meu Deus! Vocês fizeram medicina onde? - Ela respondia em voz alta - Meu filho entra e sai de hospitais há anos, e ninguém nunca consegue dizer um diagnóstico! Eu, ele, todos nós precisamos de respostas! E tudo o que vocês conseguem dizer é que não sabem!!

Anne era segurada por Niall, enquanto eu continuava inerte. Anne é super protetora, super mãe, uma grande mulher, compreensiva e amorosa, mas vejo que até ela está em seu limite, e por isso explode com o homem em um jaleco na nossa frente.

Eu levanto meus olhos para fitá-lo. Eu preciso disso. Eu sou o cara que sempre ficou para absorver o máximo de informações para ajudar. E ele continua seu monólogo diante da mãe aflita.

- Sinto muito, Sra Styles. Mas tanto o raio-X quanto o MR mostraram imagens totalmente limpas da coluna e da medula do seu filho. Não há nenhum processo mecânico impedindo seu filho de andar.

- Então por que ele não anda? - Ela grita mais alto e de certa forma, eu sinto alivio de estarmos na recepção, e não na sala de procedimentos juntos ao Harry, pois tudo o que ele menos precisa é lidar com o desespero da mãe, além do próprio.

- Infelizmente, não conseguimos ter essa resposta. Neste momento, um ortopedista e um neurologista estão examinando o garoto, mas asseguramos que não tem nada no momento que leve a compreender o que está acontecendo.

- Vocês são uns incompetentes! Eu vou levar meu menino daqui e colocar em outro hospital que saiba me dizer o que ele tem - Ela grita em meio as lágrimas. E ainda meio aéreo, vejo Niall abraçar Anne em volta de seus braços para contê-la.

- Preciso que se acalme, senhora. Pois precisamos avaliar todas as perspectivas de diagnóstico - Ele corre o olho para todos nós, e vejo limpar a garganta antes de continuar - Por acaso seu filho tem visto algum psicólogo ou psiquiatra?

- O que você está tentando sugerir, seu incompetente?

- Veja bem. O fato de não encontramos nenhuma patologia que justifique a paralisia, pode sugerir algum fator psicológico para isso.

- Você está insinuando que o meu filho esteja mentindo sobre está paralisado? Como se atreve?

- Não estou sugerindo isso, senhora. Em nenhum momento. Mas há registros na psicologia e psiquiatria, de pacientes com níveis sérios de histeria e problemas psicológicos que impediam a movimentação de membros do corpo devido a traumas. O primeiro caso foi descrito pelo próprio Freud em uma paciente chamada Anna, que não conseguia mover o braço.