7. Novas experiências

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Os convidados já estão espalhados pelo salão quando eu chego na festa, propositalmente, com uma hora de atraso

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Os convidados já estão espalhados pelo salão quando eu chego na festa, propositalmente, com uma hora de atraso. Corro os olhos ao redor observando o cenário a minha frente, uma música eletrônica toca alto demais para o meu gosto e algumas pessoas dançam alucinadamente em uma pista improvisada e pelo que posso ver a maior parte delas está ou bêbada, ou drogada. Em um canto, onde as luzes coloridas quase não iluminam está Izzy, prensada contra a parede e tendo sua boca praticamente devorada por um belo rapaz negro, e eles não são os únicos que estão a poucos segundos de praticar sexo explícito. Na verdade, tem uns quatro ou cinco casais que estão na mesma situação.

O ar está carregado de luxúria e eu devo confessar que me sinto um tanto deslocado aqui, pois quando Louis disse que haveria uma pequena festa no palácio para estreitar o relacionamento entre os angels e os sombrios eu, em minha inocência, acreditei que seria algo mais intimista e tranquilo onde poderíamos conversar civilizadamente e discutir os termos do acordo.

— Harry! – Niall corre até mim com um sorriso inacreditavelmente grande assim que me vê chegar. — Senti saudades de ti. – Interpela, jogando os braços ao redor do meus ombros e eu cambaleio com o impacto inesperado.

— Você me viu essa tarde Ni, não acha que é um exagero dizer que sentiu minha falta? – Indago arqueando uma sobrancelha, mas mantenho um sorriso carinhoso nos lábios ao perceber que meu amigo está um pouquinho alterado pela bebida alcoólica.

O que não é uma surpresa, visto que não estamos acostumados com bebidas fortes e Niall, apesar de ser cauteloso, é curioso o suficiente para experimentar e notavelmente se esbaldar com elas.

— Eu sei, mas você é meu rei e melhor amigo, eu te amo H, não esqueça – declara alto e animado, dando um beijo estalado em cada uma das minhas bochechas. — Aliás, deixei-me dizer, você tá muito bonito e... – ele balança a sobrancelha sugestivamente. — Totalmente fodível.

— Niall! – repreendo seu palavreado chulo com uma carranca. — Não fale de forma tão deselegante. – O descaradinho realmente não me leva a sério, simplesmente dá de ombros, joga um beijinho por cima do mesmo e me puxa pela mão para uma dança desengonçada.

Ele gargalha e pula no ritmo da música enquanto eu, um tanto retraído, balanço levemente a cintura de um lado para o outro, olhando discretamente ao redor e observando a dança ousada dos sombrios.
Eles agem como se estivessem em uma peça teatral erótica, onde a coreografia é baseada em corpos se esfregando entre toques indiscretos e olhares hipnotizantes, uma verdadeira simbologia do que seria o encontro de almas. Almas livres e desinteressadas.

Nunca vi algo tão nu e cru no meu reino. Estou acostumado com bailes tradicionais, músicas instrumentais e danças clássicas, posso até mesmo dançar de olhos fechados se me pedissem, pois sei que não erraria nenhum passo. Eles já estão padronizados, uniformizados, ensaiados.
Todavia, nesse momento, sinto-me alheio no meio do salão, o ar quente devido a aglomeração de pessoas faz os pelinhos ralos dos meus braços se arrepiarem e, por mais que eu tente acompanhar Niall em sua ausência de lucidez, algo mais forte me diz para não me igualar aos demais.

ENTRE O PARAÍSO E O INFERNO | l.sWhere stories live. Discover now