Capítulo Três

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Eu não sabia como conseguia correr tão rápido, mas finalmente eu estava chegando em casa. Olhei para a casa da senhora Lim, percebendo que tudo estava muito escuro, diferente da minha casa que tinha todas as luzes acesas. Meu coração batia rápido e minha respiração era ofegante, eu não queria imaginar o que aquele desgraçado poderia estar fazendo com meu filho.

Tirei as chaves de meu bolso, sentindo minhas mãos tremerem com todas as sensações que assolavam, e coloquei na fechadura. O clique era alto e eu, com muito medo, girei a chave. Quando entrei, Ji-sung correu para me abraçar, me trazendo alívio.

― Papai. ― ele disse choroso. Seu pequeno coração batia descompassado e seu cheiro estava forte demais.

― O que houve, Sung? Você está bem? Cadê a senhora Lim? ― Eu disparei as perguntas verificando cada parte do corpo do meu filho. Seu braço estava com uma roxura, enquanto seus lábios estavam inchados e feridos no canto. Seus olhinhos estavam inchados, entregando que ele chorou bastante.

― Estou aqui, Ji. ― A minha vizinha apareceu. Ela estava descabelada, com o corpo tremendo e com as mãos machucadas. Eu fiquei de pé e lhe abracei, sentindo ela desabar em um choro dolorido.

― O que houve, senhora Lim? Quem machucou vocês? ― eu perguntei.

― Foi horrível, filho. ― ela disse. ― Vem, vamos entrar e sentar, tenho muito o que contar e alguém para te apresentar.

Fomos para a cozinha, mas percebi que minha sala estava bagunçada e muitas coisas reviradas. A cozinha estava melhor, mas ainda sim com muitas coisas fora do lugar.

― Aqui, filho. Eu fiz um chá.

Eu sentei em uma cadeira e puxei meu filho para mim. Ji-sung se aninhou em mim e eu aumentei meu cheiro para que ele relaxasse e logo dormisse.

― Quando chegamos da escola, tinha alguém aqui. ― a mulher disse e seus olhos voltaram a ficar marejados ― Era ele Ji... Hyungwon estava aqui e parecia furioso. Ele queria o Ji-sung e eu tentei impedir, mas eu sou fraca.

Senhora Lim chorava e eu apertava mais meu filhote nos braços, sentindo o medo me assolar.

― Ele pegou o garoto e quando estava prestes a ir, alguém tocou a campainha. ― aquilo me deixou confuso, mas a mulher não percebeu, pois continuou: ― Era um alfa, eu nunca o tinha visto, mas ele percebeu. Eu não sei como, mas ele sabia que estávamos em apuros. Ele pegou Hyungwon e quase o matou.

― Como? Por que não o matou? ― minha pergunta fez a senhora Lim arregalar os olhos e só então me dei conta de como eu estaria aliviado caso aquele desgraçado morresse.

― Ele não o fez porque aquele desgraçado jogou matalobo no alfa, que ficou desnorteado por alguns minutos. Foi... ― A mulher hesitou antes de continuar, seu olhar denotando uma mistura de raiva e tristeza.

― O suficiente para ele fugir. ― completei sua fala, sentindo a decepção tomar conta de mim. Eu desejei que o alfa desconhecido tivesse realmente acabado com meu ex-marido, mas ainda teria que conviver com a presença daquele homem por mais tempo. Meu coração apertou ao lembrar de Tae, e me senti mal por não ter nenhuma informação sobre meu amigo.

― Mas quem é o alfa que lhe ajudou? ― perguntei, ansiosa por saber mais, porém antes que ela respondesse, a campainha tocou. Meu corpo tenso se encheu de apreensão, e o medo começou a se fazer presente. Cautelosamente, Senhora Lim caminhou até a porta, e eu a segui, apertando meu filho no colo. Observando suas ações, senti um pouco de alívio ao notar o sorriso tranquilizador em seu rosto.

O Despertar Do Ômega - JikookWhere stories live. Discover now