O Despertar Do Ômega - Jikook

Capítulo Dezoito

Atenção!

Capítulo contém violência física e sexual que será sinalizada com esse emoji ❌

"Jungkook"

O silêncio pairou quando eu passei pelo arco de entrada do grande salão. A cada passo que eu dava uma reverência formal era feita por todos os que faziam parte da matilha. É claro que para mim aquilo era comum, mas foi interessante ver a reação de Jimin diante daquela demonstração de respeito e lealdade.

Toda a matilha estava reunida no Atrium naquela noite. O vento frio soprava por entre as árvores espalhando cheiros distintos, mas um cheiro em especial me deixava calmo. O cheiro de morango e baunilha de Jimin anestesiava todos os meus instintos assassinos que estavam despertos.

O Atrium, era um salão circular, com suas paredes de madeira trabalhada, adornadas com símbolos ancestrais que ecoavam a tradição dos lobos. No centro do salão, um púlpito se erguia, destacando-se como o epicentro das decisões judiciais. Ao redor, os bancos de carvalho formavam um anel, oferecendo acomodação para os membros da matilha.

Jimin apertou minha mão gentilmente, me deixando sentir seu nervosismo pela marca. Todos nos olhavam com admiração e curiosidade. O púlpito estava diante de nós, o assento de liderança se destacava e ao meu lado, um assento que até então vivia vazio e sem cores, agora estava ornamentado para o ômega-líder, no caso o meu Jimin.

Eu ajudei Jimin a se acomodar em seu lugar e me virei para minha direita, onde os anciãos estavam sentados. Fiz uma pequena reverência para eles como manda a tradição e me virei para os meus conselheiros de confiança que sentavam à minha esquerda. Namjoon, Hoseok, Yoongi e Seokjin estavam de pé e fizeram uma reverência perfeita em sinal de respeito.

Sentei-me em meu lugar e segurei a mão de Jimin que olhava tudo com muita atenção. O silêncio foi quebrado quando Kang Na-ri entrou sendo arrastada por um dos guardas. As suas roupas que eram caras e finas estavam rasgadas e sujas, seu rosto estava mais magro, com arranhões por toda parte, assim como em seus braços e pernas. Seus cabelos que antes eu adorava admirar, estavam desgrenhados, secos e opacos.

Aquela mulher não parecia nada com a Na-ri que auxiliou a me criar, que em muitas noites ficou em meu quarto, velando meu sono. Não era a mulher que sorria fácil com cada piada boba que eu contava, muito menos aquela que ficava feliz com minhas conquistas.

Na-ri parou em minha frente, seus olhos vazios encontraram os meus por um instante antes de desviarem para Jimin, que estava ao meu lado. A expressão dele era uma mistura de preocupação e incredulidade ao ver o estado deplorável de Na-ri.

O ambiente tenso foi quebrado pelo som da porta fechada com força pelos guardas, que permaneceram ao redor, mantendo uma postura imponente. Na-ri, apesar de machucada e abatida, tentou manter uma postura altiva.

― Hoje estamos reunidos para o julgamento de Kang Na-ri. ― Hoseok disse, elevando um pouco a voz, que ainda se mantinha calma e contida. ― Filha da família Kang, lobos que foram fiéis aos princípios da matilha até a linhagem de seu pai, Kang Hyun Sik.

O salão silenciou, como se a atmosfera absorvesse a gravidade do momento. Olhei para Na-ri, buscando respostas em seus olhos vazios, enquanto Hoseok prosseguia com a leitura da acusação que pairava sobre ela.

― Kang, que era considerada como parte da família Jeon, traiu e ocultou segredos de seus líderes e da matilha ― anunciou Hoseok, sua voz ecoando pelo salão ― Esta mulher diante de todos é a mãe de Choi Hyungwon, o homem responsável pela morte de Jeon Ye-jin, filha dos antigos líderes e irmã mais nova do nosso atual líder.