Capítulo Onze

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Atenção: Neste capítulo há menção de violência doméstica e abuso sexual. Boa leitura!

🐺

A casa de Taehyung era aconchegante e quentinha. Meu amigo parecia muito confortável e eu podia sentir sua felicidade irradiar por seus poros. Ji-Sung estava encantado com o bebê.

― Eu estou muito feliz que você esteja tão perto de mim, Taetae. ― Eu abracei meu amigo.

― Eu também, Minie. Agora teremos tempo para colocar nossa conversa em dia. ― ele disse deixando Sung e Jungkook responsáveis pelo bebê. Andamos até a cozinha e a feição sorridente dele sumiu. Seus olhos estavam apreensivos e aquela mudança de humor me preocupou um pouco. O ômega foi até a geladeira, buscando algumas frutas como abacate, banana e mamão. Em silêncio ele colocou as frutas que já estavam picadas no liquidificador com um pouco de leite e ligou. O barulho quebrou o silêncio que preenchia a cozinha e com muita cautela ele chegou perto.

― Eu ainda não confio na bondade dessa gente, Jimin. ― ele sussurrou e então tudo fez sentido. Era do feitio de meu amigo ser desconfiado de tudo e todos, por isso lhe lancei um olhar tranquilo, pois eu sabia que poderia confiar minha vida nas mãos de Jungkook.

― Ele é meu predestinado, Tae. Meu soulmate. Eu confiaria meu mundo nas mãos dele. ― Tae arregalou seus olhos incrédulos.

― Vocês tiveram uma ligação? Ji... ― sua voz foi morrendo e seus olhos se enchendo de lágrimas.

― Eu sei, Tae. Foi rápido e é confuso, mas ele despertou meu lobo inteiramente e eu tenho tanto pra te contar, mas agora não é o momento. Eu e ele precisamos de uma conversa definitiva e isso me assusta muito.

As lágrimas desciam por seu rosto, fazendo um caminho tortuoso por suas bochechas. Meu amigo tocou meu rosto de maneira carinhosa e sorriu. Eu pude ver seu olhar orgulhoso e isso me deu força para ir adiante.

― Estou muito feliz por você, Chim. Eu sabia que você ainda seria muito feliz. Minhas lágrimas são de alegria, porque você merece finalmente alguém que te ame e venere.

― Você também merece, Tae. Uma hora, quando você menos esperar, esse alfa vai aparecer.

Tae me abraçou, fungando um pouco mais alto e consequentemente despertando Jungkook que parecia muito entretido com as crianças.

― Algum problema por aqui? ― ele perguntou, encostando o corpo na soleira da porta.

― Não, não. Eu apenas estou sensível. ― Tae falou por mim e desligou o liquidificador. ― Amanhã você pode vir almoçar comigo? Precisamos de um tempo sozinhos.

Ele disse, me olhando, mas logo desviou os olhos para o alfa, como se desafiasse-o a me impedir. Jungkook riu, mas nada disse e eu apenas confirmei. Depois de fazer as recomendações para que ele se comportasse e obedecesse o Tae, nós finalmente deixamos a casa e entramos no carro do alfa.

― Pronto? ― ele perguntou, me fazendo respirar fundo.

― Sim, pronto.

[...]

Jungkook não estava brincando quando disse que teríamos um tempo apenas para nós dois. Com uma pontada de insegurança, vi o alfa deixar o condomínio e correr pelas ruas de Seul. Ele estava calado, e eu me sentia nervoso. Pensar em reviver o passado era como encarar um espelho quebrado, onde pedaços de lembranças antigas podem tanto trazer conforto quanto cortar fundo.

Enquanto ele dirigia pelas ruas movimentadas, eu podia sentir o peso da história entre nós. No entanto, havia algo diferente na maneira como Jungkook segurava minha mão, firme e segura, como se estivéssemos unidos não apenas pela experiência compartilhada, mas também por algo mais profundo e intenso.

O Despertar Do Ômega - JikookDär berättelser lever. Upptäck nu