Capítulo Seis

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Taehyung estava de pé próximo à janela no interior do quarto. Em seus braços, um bebê dormia tranquilamente, enquanto ele suavemente o balançava de um lado para o outro, como se estivesse imerso em um cântico de niná-lo. Atrás dele, um alfa estava acomodado em uma poltrona, absorto em seu celular.

― Jackson? ― Jungkook chamou suavemente, quebrando o silêncio. Taehyung olhou para nós, seus olhos encontrando os meus. Uma emoção profunda parecia transbordar daqueles olhos, e pude perceber as lágrimas brilhando em suas íris.

Ele estava mais magro do que eu lembrava, e marcas de ferimentos leves eram visíveis em sua pele. Minha urgência em correr para ele se misturou com a cautela em seu estado, mas essa preocupação rapidamente se dissipou.

Eu me aproximei, meus passos rápidos, e então o abracei com força, minhas próprias lágrimas escapando sem cerimônia. Era uma mistura de alívio, alegria e tristeza que transbordava em cada lágrima compartilhada.

O bebê no colo de Taehyung murmurou e reclamou um pouco, atraindo minha atenção. Afastando-me com cuidado, permite que ele acalme o bebê e focalize sua atenção novamente em mim.

― Tae, você está vivo. — Eu pronunciei as palavras como um mantra, quase como se precisasse reafirmar a realidade para mim mesmo. Um sorriso breve, porém carregado de significado, curvou os lábios de Taehyung, antes de sua atenção ser novamente desviada para o bebê, que emitia pequenos sons de desconforto. — O que aconteceu? E de quem é esse bebê?

A curiosidade estava presente em minha voz enquanto me aproximava do bebê adormecido, tentando capturar um vislumbre do rosto do pequeno, ao mesmo tempo em que minha mente girava para entender a situação diante de nós.

― Ji... ― o ômega disse fraco, com a voz embargada. As lágrimas desceram por seu rosto e seu choro era doloroso. Eu não me contive o abracei novamente, olhando para Jungkook, que agora se aproximava de nós. O alfa entendendo meu pedido silencioso, se aproximou e tentou tocar no bebê, mas Taehyung se prostrou numa posição de ataque, deixando seu lobo tomar conta de si. As presas estavam à mostra e Jungkook precisou se afastar com cautela.

A aura lupina do meu amigo se espalhou rapidamente, uma onda que atingiu o lobo interior do alfa e, consequentemente, o do Jackson. Os olhos brilhantes de ambos cintilavam, injetados de intensidade, e uma sensação de alarme fez meu estômago se contorcer. Embora a imagem fosse impressionante, não sabia como lidar com aquele turbilhão de emoções que parecia me afetar também.

Uma mistura de apreensão e desconforto me dominou enquanto a presença lupina deles avançava, como se estivesse invadindo um espaço que deveria ser meu e do Jungkook. Minha mente ansiava pela proteção dele, quase como um instinto primitivo, mas ao mesmo tempo, eu resistia. Não podia permitir que meu lobo assumisse o controle, não ali, não naquelas circunstâncias.

Engoli em seco, lutando contra as sensações conflitantes que me assaltavam. Minha mão instintivamente foi até o peito, pressionando meu coração acelerado, enquanto procurava encontrar um equilíbrio entre minha própria presença e o turbilhão de energia que parecia preencher o ar.

Tudo isso precisava terminar. Precisava dissipar aquela tensão que pairava no ar, não apenas pelo bem do Jungkook, mas pelo bem de todos nós. Era uma luta interna, um conflito entre o desejo de proteção e a necessidade de encontrar uma resolução pacífica. No final, eu sabia que precisava ser a voz da razão, mesmo que a presença lupina ao meu redor clamasse por outra coisa.

Respirei fundo, buscando dentro de mim a força para enfrentar aquela situação. Meus olhos se fixaram nos olhos brilhantes de Taehyung, encontrando uma mistura de emoções refletida ali. Eu não podia deixar que aquilo escalasse para um confronto desnecessário.

O Despertar Do Ômega - JikookWhere stories live. Discover now