3 - O bem é tempo pouco, o mal é o tempo todo.

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Emboscada.

— Oi. — A voz de Alex soou, carregada de confiança absoluta. — Você não faz ideia da satisfação que estou sentindo ao encontrá-la aqui. Planejei este momento por muito tempo.

Natasha parecia prestes a clamar por socorro; seus pulmões se encheram de raiva contida. No entanto, antes que pudesse gritar, Alex interveio com um movimento perspicaz.

— Ah! Eu não faria isso se fosse você. — Alex apontou o celular, para Natasha. Na tela, imagens inquietantes estavam expostas: retratos dela e do seu suposto marido, capturados em uma igreja ortodoxa, e até fotos dela como dançarina de pole dance, e muitas coisas mais, revelando todos os tipos de segredos que um marido jamais deveria saber sobre sua esposa. — Seria uma pena se o seu esposo descobrisse sobre o que acontece nesse lugar em que você trabalha. — Ele soltou uma gargalhada repugnante.

As palavras pareceram torturá-la como uma agulha entre as unhas. — Seu maldito! Como você! — Gruniu. — Foi o Yuri, não foi? Ele te contou. — Apertou os punhos, cravando as unhas nas palmas. — Que ingênua fui. — Suspirou com pesar. — Eu não deveria ter subestimado sua influência. Indiretamente, fui alertada e não consegui perceber.

Um sorriso vitorioso pairava nos lábios de Alex. —Bem, você está certa. Convencer os nerds a te espionar não foi um desafio. Eles têm seus motivos, muitos motivos, eu diria. Todos eles estão cheios de razões, e eu tenho soluções para todas elas. — Alex apoiou-se em um armário desgastado — Para pagar pela faculdade, cada um deles carrega sonhos inatingíveis e dívidas até o pescoço. Dedicação, aspirações e desespero, todos nós estamos aprisionados por nossas próprias ambições, cativos de nossos próprios sonhos. — Alex recuou depois de capturar mais algumas fotos da derrota de Natasha e deu de ombros. — Entrar aqui também foi simples demais como você deve imaginar.

Os dentes de Natasha rangiam, o stress escancarado em seus olhos.

Alex assoprou o seu topete loiro que se despenteou.

Uma lagrima escorreu pelo rosto de Natasha.

— Ahh... não fique assim... — ele se aproximou, da desejada mulher. O domínio da situação parecia perturbadoramente claro. Ele circundou Natasha lentamente, seu olhar percorrendo-a de cima a baixo. — "Ice Queen". Não é isso? — Ele sacudiu o panfleto da casa e depois usou ele para limpar as suas lagrimas. — Interessante saber que o nome do lugar leva o seu nome. Digo, você é a "Ice Queen" não é mesmo? — Acariciou a sua cintura — O corpo é idêntico. Você deve ser a joia da coroa, a atração principal. Aposto que o dono tem um interesse especial por você. Mas será que ele sabe que você já é uma mulher casada?

Um dilúvio de palavras parecia represado nos lábios de Natasha. — Nunca imaginei que você chegaria a tais extremos por causa daquele incidente. Que tipo de doente é você? Sabe muito bem que eu não te derrubei. Você provocou a situação.

— Tsc. Eu sei. Não é justo, não é mesmo? Mas é assim que o mundo funciona, alguns podem mais do que os outros. — Alex inclinou a cabeça, os olhos brilhando com uma mistura de autoridade e triunfo. — Não se engane. Não é apenas por causa daquele incidente. — Ele se aproximou ainda mais da mulher.

Natasha virou o rosto, sua expressão demonstrando nojo. Ele, por sua vez, persistiu, mantendo o olhar fixo diretamente nos olhos dela.

— Você não conhece o meu pai. Ele de alguma forma ficou sabendo do ocorrido quando eu cheguei machucado la em casa. Ele não aguenta ver um membro da nossa família sendo humilhado. Tudo é uma questão de honra e sigilo para ele, e ele acredita que isso afetará a minha autoridade como herdeiro dos negócios da família. Quando algum incompetente ameaça a fortuna dele, ele fica bastante estressado.

A Dançarina das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora