A Dançarina das Sombras

16 - Meu imperdoável direito de errar

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Natasha, a dançarina das sombras, enfrenta líderes de uma organização secreta, revelando um tráfico humano perturbador. Galatea mata Akira publicamente, gerando tumulto. Enquanto Mari, Emi e a criança fogem, Reika, ligada à assassina, é afastada da investigação. A morte de Akira, erroneamente atribuída a Natasha, encobre o verdadeiro assassino, Galatea. Mari revela planos para incriminar Natasha.

O relato de uma trágica história revela o passado complexo de Natasha. Reika, confrontada com segredos e mistérios, recebe uma ligação urgente de Hiroshi, revelando uma possível corrupção na polícia. Decidida a investigar, ela planeja um encontro em um local neutro. A narrativa mergulha em uma trama intrincada de segredos e revelações, deixando Reika confrontando a verdade obscura que ameaça mudar tudo o que ela pensava que sabia.

Diante da suspeita de corrupção da policia, Reika se sente como se estivesse à beira de um abismo, preocupada com a instituição e seus próprios princípios. Ela percebe que precisa agir, pois pode ser a única esperança de justiça em um sistema corrompido. 

Encontro com as Sombras

Era madrugada quando Emi chegou ao campo de pouso clandestino; estava escuro demais e muito assustador, o cenário era de filme de terror. Durante a tarde toda, após se separar de Mari e George, ela caminhou em direção a esse local estranho usando apenas o GPS do celular para se localizar. Por sorte, Dandara era uma criança muito tranquila e paciente e não chorou nem um momento sequer; todavia, o leite havia acabado e logo a menina ficaria com fome novamente, não tinha mais tempo. Emi reclamou o tempo todo pelo caminho, apesar de insistir bravamente naquela missão. Diferentemente das outras crianças da sua idade, quando era mais novinha, ela sempre era a mais azarada. Seu objetivo era encontrar Russel; ao que tudo indicava, o amigo de Natasha estaria ali esperando por ela. Emi estava tão focada em localizar o homem que não percebeu um detalhe importante: o GPS do celular estava com a bateria quase acabando. Enquanto ela caminhava, confiante de que estava seguindo na direção certa, o GPS começou a dar sinais de fraqueza, emitindo uns sons estranhos e, finalmente, desligando como se tivesse morrido. Emi parou abruptamente, olhando para o telefone com uma expressão cômica de horror, seus olhos pareciam gigantes atrás das lentes fortíssimas.

— Não pode ser! — exclamou ela, agitando o celular como se isso fosse revivê-lo, enquanto Dandara parecia rir da cara dela. Ela enxergava muito mal, as crianças faziam muito bullying porque ela vivia esbarrando nas coisas. Mas as coisas não mudaram depois de mais velha. Ela estava tão tensa e com fome que acabou esquecendo da bateria do celular. Estava quase desistindo quando George chegou na forma de corvo.

— Você demorou muito! Olha, esse lugar é aterrorizante. Você não tem pena da gente não? — protestou irritada com o corvo.

— Me desculpe, era para Mari ter fugido com você, mas infelizmente tive que ficar para ajudar. Nesse momento estamos com Reika em um longo passeio de carro.

— Como você consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo? — questionou a garota.

— É um pouco difícil, mas com esforço eu consigo lidar com isso. — Explicou — Veja, Russell está ali logo à frente. Vamos.

Eles caminharam alguns metros, seguindo as instruções de George, até avistarem uma figura solitária sob a fraca luz de um celular. A escuridão era quase completa, mas o homem não parecia se incomodar com isso. A presença do homem arrepiava, como se tivesse sido retirado diretamente de uma cena de filme noir. Ele estava vestido impecavelmente, com um terno elegante que realçava sua figura esguia. Seu chapéu fedora, de aba larga e cor escura, conferia-lhe um ar de elegância e distinção, enquanto seus olhos profundos, marcados por olheiras, pareciam esconder histórias sinistras. Quando viu a luz do celular iluminar de baixo para cima no rosto magro do homem, Emi virou-se de costas e saiu correndo gritando. — WAAHHHHH!!!!