Capítulo Dezenove

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Alicia Hargroove

Assim que Nyark entrou na minha linha de visão eu sabia que algo estava errado.

A cidade estava às moscas, o trabalho na mina de sal parado e o mercado, sempre transbordando vida, vazio.

Forcei Yugblo a pousar na areia da praia e percebi que isso tinha sido um erro, pois assim que ele baixou o focinho para inspecionar os grânulos, cordas foram jogadas sobre nós e Yugblo arrematou, me derrubando no solo fofo. Minha cabeça ficou enevoada pelo impacto e meus pulmões, subitamente vazios.

Acima de mim se estendia Zova, a mesma que eu tinha feito ser banida:

― Bem-vinda de volta, Princesa ― anunciou com um sorriso cruel antes de me desferir um golpe na cabeça e tudo se escurecesse.

***

― Acorde! ― Foi exclamado antes que eu fosse puxada para uma posição em pé.

Um dos soldados me empurrou para a frente para que eu caminhasse e tropecei com a cabeça ainda cheia de algodão. minhas mãos estavam amarradas e olhei para trás para encontrar Yugblo ainda mais embolado do que eu. quando me viu olhando para ele, o dragão negro urrou como se tentasse se comunicar, mas apesar de ambos termos escamas não tínhamos um meio de comunicação. isso não importa para o guarda que me segurava, pois ele me empurrou.

Yugblo gritou novamente e meus lábios se tornaram uma linha pálida e fina. o que quer que estivesse acontecendo ali em Newark pioraria antes de começar a melhorar e tomando minha decisão olhei para o bichão indefeso. eu e o dragão de Luna podíamos não nos comunicar telepaticamente, mas eu o havia criado e, portanto, o ensinado alguns truques. com as costas retas lhe ofereci o sinal treinado. somente uma inclinação com a cabeça e o dragão estava arrebentando as cordas e correntes que o seguravam e rasgando o céu de volta para casa.

eu não precisava de ajuda, muito menos que ele se ferisse tentando me salvar. meu povo, meu problema.

tentando não sorrir com o desespero de meus captores com a fuga inesperada de Yugblo, endireitei os ombros antes de demandar:

― Me leve para os seus líderes.

No caminho para o castelo, olhei ao redor tentando descobrir onde estavam todos, mas tudo parecia esvaziado e fantasmagórico. Não sabendo segurar minha língua provoquei Zova:

― Como foi sua estadia no campo, Zova? todos fugiram para lá quando viram sua cara feia retornando?

isso me rendeu um tapa e senti o gosto metálico de sangue invadir minha boca.

― Cale-se, Princesa, não me disseram nada sobre te ferir, apenas que eu deveria levá-la.

Levar-me para alguém, entendi.

― O que é isso, Zova? o que você fez?

Ela riu:

― Fico lisonjeada que você acredite que eu tenha feito algo dessa magnitude, mas a Facção só estava esperando um motivo e a minha degola, Princesinha, foi o que ele precisava para usar a revolta ao seu favor.

― Ele? ― repeti com a sobrancelha levantada.

― Você já vai descobrir ― sussurrou antes de gargalhar.

Ao entrarmos na sala do trono ofeguei:

― O que está acontecendo aqui?

— Olá, querida sobrinha! — exclamou Kaysara vindo me abraçar.

Empurrei seus braços de seda e cuspi seus cabeços ruivos:

— O que você está fazendo, Kaysara? — me virei para tio Lucien calmamente sentado no trono do meu pai. — Tio Lucien, o que isso significa?

When The Light Guide UsDonde viven las historias. Descúbrelo ahora