capítulo 3

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Izabella

Uma semana depois

A esta altura eu já tinha desistido de tentar, pelos últimos dias eles vinham de dois em dois, e tentavam arrancar informações da gente por qualquer custo, usando Marianna para me chantagear e vice versa. Como se nós soubéssemos de alguma coisa, fomos mantidas fora de tudo desde que viemos para o Brasil.

As vezes eles vinham sem motivo, aparentemente para se divertir com o nosso sofrimento, e era a parte mais aguardada do meu dia, pelo menos com a dor absurda que eu sentia minha mente se calava.

Meu corpo se encontrava cheio de marcas, machucados e sangue por todo lugar. Usaram de tudo para nos torturar, eles nos afogavam, nos davam choque, nos queimavam, usavam alicate para arrancar nossas unhas ou usavam na nossa pele, e o de menos que era nos bater, não tínhamos mais forças pra nada, mal me mantia acordada.

Não lembro a última vez que comi nem bebi, a única água que eu tinha acesso era de uma esponja molhada que eles deixavam a gente beber, eles até traziam comida, mas tinham condições para termos acesso, a quais a gente não aceitava, então eles jogavam a comida na gente ou comiam na nossa frente.

Nos primeiros três dias eu só chorava, mas depois eu aceitei que não iria sair de lá. Killian estava certo, se meu pai realmente me amasse e se importasse comigo ele não teria me mandado para cá, e já teria chegado, mas até agora não houve um único sinal da parte deles, e eu sinceramente cansei de esperar. Esperei por 5 longos anos.

Só queria que tudo acabasse, que eles me matassem de uma vez e me deixassem livre disso, afinal não tinha absolutamente nada a perder.

Estava totalmente esgotada, não estando diferente da Marianna, dava pra ver o sofrimento nos olhos dela e aquilo estava me matando por dentro, a tortura não era a parte mais difícil de tudo.

A parte mais difícil era ver ela sendo torturada na minha frente e eu não poder fazer nada, muitas vezes ela sofria por minha culpa, quando eles perguntavam alguma coisa, ou pediam para eu fazer alguma coisa e eu não fazia era tudo descontado nela, o sentimento de culpa e angústia estavam me rasgando por dentro.

Eu só queria gritar, queria acabar com isso dentro de mim, a angústia estava me matando, eu mal conseguia respirar, talvez eu nem devesse estar respirando agora.

Eu era mesmo uma peça descartável? Qual era o meu valor para aqueles que eu considerava minha vida? Talvez eu não fosse digna do esforço deles, ou não merecia ser amada, minha única pergunta era...por que?

Por que eu? Por que me deixaram viver pra isso?

Minha mente estava uma loucura,eu não conseguia acompanhar meus próprios pensamentos, tudo estava embaralhado.

Meu único momento de paz era quando estava desmaiada, por falta de comida, água,sono ou por conta da dor, não importava o motivo, era minha parte favorita do dia. Só era eu e o silêncio, apenas isso...neste momento eu estava desacordada e totalmente fraca.

Até acordar com uma dor agonizante por todo meu corpo, acordo gritando e é aí que eu percebo que Killian ligou a corrente elétrica automaticamente me eletrocutando, geralmente tinha sido assim a maneira mais rápido dele me acordar.

Assim que eu acordo ele corta a corrente elétrica e eu amoleço totalmente na cadeira me esforçando para me manter acordada.

- bom dia bela adormecida -ele fala com um sorriso enorme no rosto que me dava nojo

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