entre dias ensolarados e rock in' roll, mia se depara com um reencontro nada convencional com hwang hyunjin, seu antigo colega de classe no ensino médio. com os óculos pendendo atrás do pescoço, skate nos pés e um maldito sorriso de galanteador nos...
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Toda a sala parece respirar em alívio no segundo em que o professor anuncia o término da ultima aula. Recolho o material, agradecendo mentalmente pelo fim de semana. Ainda não havia feito planos, mas talvez uma noite na praia soasse irresistivelmente agradável. Os primeiros rastros do anoitecer se fazem presentes no azul que se condensa entre os raios de sol que se despedem para dar lugar à lua cheia, que brilha majestosamente em sua glória naquela imensidão que abraçava Sunsunny. Estou no corredor, perto da sala de instrumentos, quando um abraço envolvendo meu ombro me surpreende pelo caminho.
— Mia! — Changbin soa animado, me concedendo um sorriso adorável conforme andamos juntos para a saída do campus. — Vai fazer algo essa noite?
— Até o momento não, Binnie.
O sorriso se expande em seu rosto.
— Então, está convidada 'pra melhor festa de Sunsunny que vai rolar essa noite.
— Festa? — o encaro com dúvida. — Não sabia que alguma república faria algo.
— Não é uma república, é festa do Minho.
Me recordo momentaneamente de escutar Chan comentar sobre Minho estar planejando algo, mas nada confirmado até aquele momento. Minho, além do talento impecável com a dança, era o maior festeiro que eu conhecia. Reminiscências de alguns anos me voltam num sopro de verão, e não deixo de sorrir ao me lembrar de ter que cuidar de Chan completamente bêbado para que nossos pais não soubessem de sua fuga secreta para mais uma festinha de Minho no ano em que se formariam no colégio. Uma festa não soava tão ruim, e talvez eu precisasse de um pouco daquilo.
— Tudo bem, festa do Minho. — assisto os olhos de Changbin assumirem um brilho unico, ansioso pela resposta. — Estou dentro.
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[SUNSUNNY, 23:30]
Sinto o aroma de bergamota e baunilha ao passar pelo corredor mal iluminado que dava acesso ao meu quarto e ao quarto de Jisung. A lâmpada amarelada já quase no fim bruxuleava em raios dourados ao longo da extensão das paredes, pintando em tons de ouro os incontáveis pôsteres de rock colados ali desde que se mudou para o apartamento com Chan e Binnie. Desvio o olhar de sua decoração descolada e foco no reflexo quase irresistível daquele garoto ajeitando os cabelos com a ajuda de um secador. Sem que eu perceba estou encostada na soleira da porta, tão envolvida na cena que desenrola diante dos meus olhos que o pirulito de morango, antes satisfazendo minha tentação por doces, se reduz a fragmentos derretidos em minha língua que mal consigo saborear. Vejo Jisung sorrir para mim através do espelho.
— 'Tá aí a muito tempo? — ele questiona, deixando o secador de lado.
Descarto o palito do pirulito depois de me certificar de que tinha passe livre para entrar em seu quarto.
