CAP 19- O RETORNO

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Eu sei que demorei anos pra atualizar, tinha perdido o foco da história, perdi também todos os rascunhos que já tinha feito então dei uma desanimada.
É um capítulo curto mas eu senti falta de escrever então pode ter algumas coisas que não façam sentido devido ao tempo que fiquei sem escrever.
Mudei muito a escrita, mas espero que vocês gostem de coração...



Mudei muito a escrita, mas espero que vocês gostem de coração

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Kᒪᗩᑌᔕ Oᑎ

Eu caminhava por ruas vazias, iluminadas apenas pela luz da lua cheia e pelos postes de ferro preto piscando intermitentemente. Com as mãos nos bolsos de minha calça jeans surrada, sorria para o vazio. Era uma das raras ocasiões em que me sentia verdadeiramente feliz e leve, deixando para trás aquele vazio persistente que costumava ocupar meu peito, quase como se removesse a sombria capa que o envolvia e me impedia de enxergar as coisas boas.

De repente, me vi com dezoito anos novamente, um adolescente apaixonado, contemplando a beleza do mundo, observando as estrelas e mantendo diálogos silenciosos comigo mesmo, embora nada no céu se comparasse à beleza do sorriso dela. Ao avistar a imensa e pesada porta de minha casa, um calafrio percorreu minha espinha, como se pressentisse que algo estava prestes a dar errado. E sempre dava errado.

Ao abrir a porta com cuidado, o rangido da madeira esticando-se para se abrir atraiu os olhares vazios das pessoas que estavam lá dentro. Apesar do sorriso ainda estampado em meu rosto, a angústia retornou ao meu peito assim que adentrei a atmosfera da casa. Olhei para todos com dúvida, até que uma voz do passado ecoou em meus ouvidos como um fantasma vindo para me assombrar, aguda e irritante, fazendo os pelos de minha nuca se arrepiarem e minha mão, que ainda segurava a maçaneta de ferro, se contrair tão fortemente que chegou a entortá-la.

Meus olhos se arregalaram de descrença, e meu coração reconheceu o temor que pulsava em meu peito, acelerando suas batidas. Eu me senti como um cão encurralado, pronto para bombear o máximo de sangue, na esperança de que minhas pernas pudessem me levar a uma fuga desesperada. No entanto, fiquei paralisado no lugar, incapaz de reagir a tempo, pois ela se aproximou rápido demais para minha mente processar.

-Olá, meu amado filho- sua voz saiu de seus lábios como um espectro que vinha para me assombrar, com um sorriso amoroso nos lábios, mas seus olhos não refletiam essa emoção; ao contrário, exibiam uma satisfação sombria por me ver fraquejar. Suas mãos tocaram as laterais do meu rosto, frias como gelo, exatamente como eu me lembrava. Meu coração afundou novamente na solidão, batendo cada vez mais devagar, aceitando que a felicidade nunca seria minha sem que alguém viesse arrancá-la de mim.

Seus cachos estavam perfeitamente dispostos sobre os ombros, como uma cascata, e suas roupas eram fechadas com uma precisão que combinava com a imagem de uma mãe que retorna ao lar. Ou talvez de uma cobra persuadindo sua presa. Eu vi o presságio sombrio dos corvos que rondam uma plantação prestes a dar frutos, aguardando a praga dos gafanhotos que destruirá todo o trabalho árduo. Eu ouvia o grasnar dos corvos ecoando em minha mente.

Ela sorriu um pouco mais, colocando as mãos sobre o peito, bem acima do coração que eu duvidava que ela tivesse. Seus olhos permaneciam tão duros quanto pedras, enquanto expressavam alegria por me ver.

-O que aconteceu, meu querido?- Sua voz me trouxe de volta à realidade morta em que estava mergulhado. Ela tocou meu ombro, me chamando, antes de abrir os braços como uma mãe que aguarda o retorno de seu filho ferido e necessitado de conforto.

Eu cerrei a mandíbula de raiva, forçando-me a cair na armadilha que ela havia preparado. Quando seus braços finalmente se fecharam ao meu redor, senti suas unhas arranhando minha jaqueta. Olhei para Rebekah, minha irmã, que estava com os olhos cheios de conflito, suas mãos pressionadas contra a boca, observando com apreensão, mas também com uma centelha de esperança que eu sabia que ela mantinha. Ela parecia uma criança assustada, com os ombros encurvados e olhos lacrimejantes, encurralada no canto da sala.

Elijah mantinha sua postura de cavalheiro impecavelmente vestido, mas seus ombros tensos revelavam seu ceticismo em relação à cena de redenção que se desenrolava diante de nós. Seus olhos, embora calmos e serenos, transmitiam a mesma mensagem conflitante de sua irmã. Ele continuava ajeitando as abotoaduras de ouro nobre como se estivessem fora de lugar em seu elegante paletó.

Uma figura sombria, até então à sombra protetora dela, agora se destacava ao seu lado. Era o queridinho da mamãe, observando todos nós sem tentar esconder a repulsa que sentia, seus olhos queimavam em ódio mútuo quando encontravam os meus.

A porta atrás de mim se fechou novamente com estrondo, e Kol entrou indignado. Enquanto finalmente nossa mãe me soltava de suas garras para olhar seu outro filho, ele resumiu em uma frase o que eu estava sentindo naqueles poucos minutos que passei preso ali.

-Que porcaria é essa?- ouvi Kol exclamar, enquanto colocava o molho de chaves no moveu de madeira a frente da porta que acabava de entrar. Pulei novamente encima da mulher, minhas mãos voaram diretamente em seu pescoço, ouvindo o sangue parar de circular. Ela me olhava com olhos jocosos, como se soubesse que ganhou, eu a apertava mais forte na parede que havia jogado poucos minutos antes. Finn e Rebekah tiveram que me puxar com muita dificuldade para longe dela. A cada passo que conseguiam me afastar, senti o futuro que havia planejado desmoronar diante dos meus olhos, escapando pela janela da sala de estar.

Corri pelas escadas, tomado pela raiva, meus olhos ardiam. Chegando ao meu quarto, bati a porta com violência, fazendo com que todos os quadros e pinturas nas paredes tremessem.

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Bjs
espero que tenham gostado...
Eu volto com mais amanhã.

A new Angel - KMWhere stories live. Discover now