capítulo 6

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- Escravo novo? Você não cansa? -  disse Allan me julgando.

- Oi pra você também. Vou fazê-lo durar bem, ele é interessante e especial. - disse olhando para Aquin.

- Tão especial que você se quer o limpou ou colocou uma roupa descente. Cada uma - Ele me olhou com desprezo, cara ele me odiava por pegar as pessoas e torturá-las.

- Aí você tem um ponto. Então, ele tem ansiedade e transtorno bipolar, disse que faz uso de medicamentos - disse.

- Você é foda, você só faz merda cara. - Ele disse e foi em direção ao Aquin, já tirando as coisas de suas maletas e começou a fazer o acesso para a medicação passar por sua veia. - Pronto ministrei Diazepam, agora é só observar e pedir para que ele melhore. Esse que você investiu é interessante - disse saindo do quarto. Pronto, tenho concorrência. Depois que ele saiu, fui tomar um banho e pegar alguns panos para limpar a Aquin, aparentemente o medicamento dá uma sonolência, então ele demoraria para acordar, o ruim é que ele estava sem comer.
Passou o dia e ele acordou, fiquei olhando para ele e disse:

- Bom dia, vamos tomar um banho? - perguntei e vi que ele estava mais calmo, se levantou e se dirigiu ao banheiro, me ignorando totalmente, isso me deixou puto - Você vai me ignorar? E por que diabos está chorando?

-...- ele nada disse e me irritou mais, cara é se ele abrisse a porra da boca dele e falar o que está acontecendo já era um avanço.

- Anda porra, fala - gritei e ele me olhou assustado.

- Eu estou cansado, com fome e dor, Ethan - Ele disse ainda me olhando assustado – Eu quero ir pra casa.

- Sua casa é aqui agora. Se você se comportar, eu te dou remédios e comida – Disse olhando pra ele.

- Eu só vou ganhar comida, se toda vez eu agir de forma que você quer? - ele perguntou desconfiado e eu assenti – Fudeu, vou morrer de fome – ele disse e eu caí na gargalhada.

- Aí pretinho, você é muito engraçado - Eu disse – pra alguém da sua cor, você até que é inteligente – Quando  eu falei isso, vi o ódio em seu olhar. Adoro provocá-lo, obvio que não sou racista a minha mãe me mataria kkk – O que foi?

- Além de escravocrata também é racista, mamãe Oxum que me ajude, só pode ser brincadeira. Deveria ter morrido da última vez quando tinha chances – ele repetiu a frase baixa com um sussurro.

- Hahaha, chega de papo e entra na banheira antes que eu me estresse ou você fique doente – Disse e o mesmo se dirigiu a banheira a ligando e nem esperou encher já foi entrando. Como vi que ele estava meio debilitado resolvi ajudá-lo, mas quando o toquei ele começou a tremer e se encolheu tirando meu toque de seu corpo.
- Tira suas mãos de mim – ele gritou e ele fiquei bravo.

- Você tem problema!? Estou tentando te ajudar – Parei no lugar onde estava o olhando.

- Depois de me bater, estuprar e ser racista comigo? Você agora que ser legal? Vai se fuder – Ele disse, percebi que estava muito bravo, mas que culpa me tenho? Comecei a ficar bravo, só estava tentando ajudar e é assim que esse filha da puta me agradece?

- Olha aqui sua merdinha, estou tentando te ajudar, então colabora – Peguei ele pelo seu braço e o sacudi - Então, para de agir como bebê chorão.

- Me solta, está me machucando – Comecei a sacudi-lo com mais força e ele colocou força para sair do aperto e se soltar e só de raiva o soltei para que o mesmo cair, foda-se esse pau no cu.

Depois que o soltei, escutei um baque e ficou um silêncio medonho, quando olhei para o chão, Aquin estava caído com a cabeça sangrando, me agachei para ver se ele estava vivo. Espero que esteja, ele foi caro demais e eu gosto dele. Cara, eu só faço merda, não tem nem 3 dias que ele chegou e matei ele, bateu o desespero, o peguei no colo e sai do banheiro o colocando na cama.

- Wilma – Chamei pela minha mãe que estava passando.

- Oi, Ethan – Ela entrou no quarto, uma senhorinha fofa, amo essa mulher.

- Chama o médico, por favor, mas tem que ser rápido - Disse exasperado – Acho que matei meu novo brinquedo, ele está ficando gelado - eu olhei pra ela e recebi um olhar de ódio e repreensão - Deixa o sermão pra depois.

Ela saiu correndo para chamar o médico, não demorou muito para que a mesma voltasse com algumas coisas para cuidar do Aquin.

- Ele chegará em breve. É o tempo de limpar essa pobre criança e deixá-la apresentável - Ela disse se referindo a Aquin, e assim ela fez, pegou um pano úmido e passou pelo corpo do meu pretinho - Por que você é assim Ethan? Foi essa educação que te dei? Você sabe da minha história e sabe o que eu passei com seu pai e agora você está repetindo os mesmos atos deles, nós negros temos de batalhar para termos o nosso dinheiro, espaço e respeito. Se você gosta tanto dele como diz gostar coloca ele para trabalhar comigo, de um salário digno, estudos e... - Ela disse, mas eu queria que ele ficasse no meu quarto servindo meu sexo a vontade, eu o deixando do lado de fora outros homens iriam tocá-lo ou desejá-lo.

- Não mãe, ele vai ficar aqui me servindo – Disse tentando encerrar o assunto. Mas, nem precisei, pois ouço alguém batendo na porta e quando vejo é o Doutor, Allan que não estava com a cara muito boa.

- Eu estava aqui ontem. O que você fez dessa vez? - Allan me olhou já me culpando.

- Poxa Doutor Hart, eu não fiz nada. Estava segurando-o no banho pelo braço e ele fez força para se jogar e se soltar, acabou que ele caiu e bateu a cabeça - Disse me fazendo de vítima, mas isso não ia dar em nada. Ele revirou os olhos e foi examinar o Aquin e disse que ele estava bem ferido, desidratado e abaixo do peso.

- Bom Ethan, ele precisa comer, tomar bastante água - Ele disse.

- Desculpe Hart, mas ele vai ficar sem comer para a prender a me obedecer e respeitar - eu disse bravo, hoje o Aquin me tratou como se eu não fosse nada.

- Então por que me chamou aqui? Fez eu perder a porra do meu tempo, conhecimento e diploma para cagar para o que eu vou dizer? - Ele disse puto e eu não entendi e pergunta – Era mais fácil deixá-lo morrer, não? Já que você é mimado demais para reconhecer seu erro.

- O brinquedinho é meu e eu faço o que quiser com ele. Pode ir doutor – Esperei sair e olhei para a minha mãe que me olhava muito feio – Pede pra fazer comida pra ele por favor, mãe - Eu disse e ela abriu um sorriso.

- Deixa que eu mesmo preparo - disse saindo do quarto. Fui até Aquin e o fiquei observando, olhei seu corpo até que parei os olhos em seus braços, antebraços e coxas, tinham várias cicatrizes em todos os ângulos, será que ele tentou suicídio?

Sai dos meus pensamentos quando ele começou a acordar.

Meu PecadoWhere stories live. Discover now