Capítulo 30

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Depois que desci do carro e esperei Ethan descer do carro, nos dirigimos a entrada o restaurante que era super chique, era lindo demais e Ethan começou a falar inglês para ficar mais fácil o meu entendimento, embora já me sentia mais confiante em falar russo.

- Olá, temos uma reserva com Francesca De Lucca – Disse Ethan para o garçom.

- Olá, deixe-me ver – Ele disse pegando a caderneta, mas antes olhou feio para mim – Aqui consta reserva para duas pessoas e não três - Disse me olhando de cima abaixo – Caso seja seu empregado, pode ir pelas portas dos fundos – Fervi de raiva.

- Com quem você acha que está falando: - Ethan disse e eu toquei em seu braço.

- Polpe suas palavras, ele não vale o prato que come – Disse de nariz em pé e em russo (detesto ser assim, mas se não uso grosseria nesse lugar eles pisam em mim e não permitirei mais isso) - Seu gerente gatinho, pode chamá-lo? - Perguntei olhando de cima a baixo para esse monte de merda.

- Se alguém como você tem algo a dizer, diga na minha cara, estou esperando – Disse batendo de frente.

- Ethan, me dá sua arma – Disse estendendo a mão, Ethan ficou me olhando com os olhos arregalados - Já que você quer um monstro eu te mostro um – Disse sorrindo, e nessa mesma hora ele foi chamar o gerente, depois de alguns minutos chegou um homem alto, de cabelos castanho e uma aparência de dar inveja.

- Ethan, o que te traz aqui? - Ele disse sorrindo.

- Eu falo o que está acontecendo, é assim que seu empregado trata os clientes? Pela cor? - Não deixei Ethan falar – Estou gravido, com fome e só queria ser bem recebido, é pedir muito para vocês russos? - Perguntei.

- Gravido? O conselho vai adorar saber disso – Ele disse me olhando com malicia - Peço desculpas pelo meu funcionário, ele será disciplinado. Podem entrar.

Entramos e segui o Ethan, ele perguntou se eu estava bem e assenti, nos dirigimos a mesa que tinha uma mulher linda, ela era alta, magra, uma cara de megera, a mesma me olhou com desprezo, na boa ...estou cansado disso.

- Fiquem à vontade, sentem-se. Como você está querido? - perguntou a moça tocando no braço de Ethan, fiquei puto, mas me contive.

- Estou bem – Ethan se afastou de seu toque – Deixa eu apresentar vocês. Francesca, esse é Aquin meu futuro marido e Aquin essa é Francesca filha do De Lucca – Ele disse como se fossemos nós tornar amigos e tomar chá da tarde.

- Ele é realmente uma graça, ele será um bom concubino – Ela disse animada, eu fiquei mal e olhei para o Ethan.

Sentamo-nos na mesa, a conversa estava “fluindo”, até que senti um enjoo e perdi o apetite, pede licença e fui para o banheiro. Coloquei tudo que comi pra fora, eu me sentia pesado, doente, corpo quente e me deu uma falta de ar, comecei a chorar e sei que minha ansiedade começou a atacar. Estou cansando desse lugar, as pessoas mal-encaradas, detesto isso, eu estava tão mal que senti uma dor no pé da barriga.


Ethan on


Aquin é muito determinado, ele não precisou muito para exigir respeito e seu espaço, não me deixou tomar a frente de nada, mas depois disso ele ficou se excluindo da conversa, ficando amuado e quando eu ia falar sobre o bebê, ele pediu licença e foi até o banheiro, me preocupei, mas dei o espaço e voltei a conversar com o demônio em minha frente.

- Nossa, será que ele está bem? - fingiu preocupação.

- Provavelmente deve ser enjoo matinal, o médico disse que seria normal nessa fase da gravidez – Expliquei e ela me olhou muito puta.

- Gravido? Você está em compromisso comigo, deveria levar mais a sério, já que eu também tive que abrir mão da minha felicidade por conta dessa merda de casamento – Ela disse fincando a faca na mesa.

- Um compromisso que eu nunca quis, eu sou gay e seu pai está me obrigando, estou rebatendo e se eu posso rebater você também pode. Se esse pedido fosse antes, eu até faria, porque que era cadelinha da máfia italiana, mas depois que vocês me apunhalaram centenas de vezes estou cansado. Achei alguém que me ama e está carregando meu filho e não vou abrir mão disso porque você abriu mão - Disse batendo a mão na mesa, tenho pena dela e não posso seguir seus passos e investir em algo que não queremos. Sou tirando dos meus pensamentos quando percebo a demora de Aquin, me levantei, fui até o banheiro e quando entrei vi Aquin sentado no chão, ofegante e com a mão no ventre, percebi que sua calça estava manchada de sangue, corri em sua direção.

- E-e-than – Ele me chamou puxando ar com muita dificuldade – o b-bebe  a-ansiedad-e-e não conseguia concluir, mas eu entendi, estávamos indo rápido demais sobre o meu mundo – Doi, n-não er-a pa-ra estar doendo.

- Aquin, mantenha a calma. Vamos para o hospital – O peguei no colo, sai do banheiro dando de cara com os curiosos.

- O que aconteceu Ethan? - Francesca perguntou expressando preocupação - Está tudo bem?

- Obvio que não, ele está com sangramento e sua ansiedade atacou – Disse rápido.

- Me aj-u-da,eu n-a-ao – Ele estava se esforçando muito para falar.

- Aquin, não fale! Com licença Francesca, não vou perder outro bebê – Disse e fui correndo até a saída, coloquei-o no carro e pedi para o motorista dirigir ao hospital da família e foi rápido em dez minutos chegamos, desci do carro com Aquin nos braços e corri para o dentro do hospital, os enfermeiros correram na minha direção pegando-o de meu colo, colocaram na maca.

- A ansiedade dele atacou, ele está gravido e está com sangramento – Disse e eles assentiram.

- Aguarde aqui senhor Gorki – Disse o médico que não me deixou responder, pois sumiu junto com os enfermeiros e Aquin e não me restou nada a não ser a espera. Como o hospital é da família, resolvi ver como estavam as finanças, administração e lucros, estavam ótimos e tentei ocupar minha cabeça ao máximo e não a hora não passava e foi uma tortura até que.

- Boa noite senhor Gorki. Eu sou Enier – Ele disse me cumprimentando.

- Boa noite, como estava está me companheiro? - Disse um pouco afobado – E o bebê?

- Fique tranquilo que os dois são guerreiros, foi apenas um descolamento de placenta e ansiedade foi controlada. Vou passar alguns medicamentos que possa tomar em casa, ah, quer vê-lo? - Ele perguntou simpático e sorridente.

- Quero, por favor – Eu disse sentindo um alívio enorme, ele me levou até o quarto que o pretinho estava, entrei e o encontrei dormindo e calmo, fui me aproximando e sentei-me ao seu lado fazendo carinho em seu rosto, o mesmo foi despertando e quando ele me olhou, seus olhos encheram de lagrimas. Como eu poderia amá-lo e trazer tanto sofrimento a ele?

- Ethan, o bebê ... - Ele acha que perdeu o bebê.

- Calma, o bebê está bem – Disse abraçando-o, como e quando comecei a ficar tão mole assim? Não sei, mas ser assim por ele está tudo bem – Vamos, anime-se o doutor vai passar algumas orientações.

Meu PecadoWhere stories live. Discover now